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Coronavírus | Presidente da Tanzânia defende economia e remédios naturais

Por| 20 de Maio de 2020 às 15h25

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mohamed Hassan/Pixabay
mohamed Hassan/Pixabay

Lembra que testes para COVID-19 realizados em bode e mamão deram positivo na Tanzânia? Pois é, o presidente John Magufuli chegou até mesmo a suspender o chefe do laboratório nacional de saúde, encarregado dos testes de coronavírus, e ordenou uma investigação sobre a precisão dos exames. No último domingo (17), o presidente em questão apontou, durante um discurso, que a economia é "mais importante do que a ameaça do coronavírus", acrescentando que ele deseja reabrir o país para o turismo, apesar dos avisos de que a África pode enfrentar a próxima onda da doença. Até o momento, 21 mortes foram registradas oficialmente na Tanzânia.

Esse discurso foi feito durante uma missa em sua cidade natal, Chato, onde disse que pretendia manter as fronteiras da Tanzânia abertas com seus oito vizinhos. As observações seguem uma série de declarações nas últimas semanas, minimizando a ameaça de coronavírus. Além disso, em um vídeo, o presidente do país africano também divulgou remédios naturais para o coronavírus, dizendo que isso havia ajudado seu filho: "Meu filho, depois de contrair o vírus, fechou-se em seu quarto, tomou uma solução de limão e gengibre antes de melhorar e agora é capaz até de fazer flexões".

Não que remédios naturais sejam proibidos durante a infecção, para alívio dos sintomas. No entanto, tomar chás e sopas com ingredientes fitoterápicos não vai curar um paciente enfermo de COVID-19 — já que, atualmente, não existe na panaceia natural e nem na farmácia alopática nenhum medicamento comprovadamente eficaz contra o coronavírus.

O discurso ainda seguiu: “Tivemos várias doenças virais, incluindo AIDS e sarampo. Nossa economia deve vir em primeiro lugar. Não se deve dormir. Se permitirmos que nossa economia durma, não receberemos salários. A vida deve continuar. Enquanto falo aqui, alguns sistemas de companhias aéreas estão esgotados, até agosto, com turistas que desejam visitar a Tanzânia".

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Animais e frutas em testes para COVID-19

Os comentários mais recentes do presidente incluem sua ordem de que mais animais e frutas sejam testados para o vírus como uma demonstração de "falsos positivos". Ele também foi acusado por profissionais de saúde de encobrir o verdadeiro número de infecções. Enquanto a Tanzânia introduziu algumas das mesmas medidas de distanciamento social que seus vizinhos, a solução preferida de Magufuli foi incentivar as pessoas a comparecerem a cultos em igrejas e mesquitas, insistindo que as orações "possam vencer" o vírus "satânico".

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Segundo Magufuli, amostras foram secretamente obtidas por "testadores", inclusive de ovelhas, cabras e patas, com nomes humanos e enviadas ao laboratório nacional de referência do país para testar o coronavírus que, de acordo com ele mesmo, obteve resultados positivos. Pedindo uma investigação, o presidente sugeriu que "equipamentos ou pessoas podem ser comprometidos", sugerindo "sabotagem" em um discurso. O que ele não abordou, ao ordenar a demissão do chefe do laboratório, era a origem dos kits de teste ou a precisão deles. "Sempre levantei minhas suspeitas sobre como nosso laboratório nacional conduz os casos de COVID-19", disse o presidente em um discurso.

Fonte: The Guardian