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Stranger of Paradise chega com a proposta de ser um Final Fantasy “único”

Por| 16 de Março de 2022 às 19h46

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Divulgação/Square Enix
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Desde os primeiros trailers de Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin, sabíamos que o protagonista Jack não seria nada convencional. Apesar de ser considerado genérico por muitos fãs, o guerreiro emburrado só quer saber de uma única coisa: derrotar Chaos de uma vez por todas.

Não há sorrisos, não há carisma e não há tempo para conversinhas. Jack não está nem aí para o que os outros pensam e faz o que ele bem entender, como, por exemplo, dar às costas para uma jovem garota e sair andando rudemente enquanto dá play em uma música de rock (que lembra muito Limp Bizkit, mas não é) no celular — mas não sem antes mandar um “Bullshit”. Este não é, nem de perto, o mesmo nível de seriedade ou mau humor que encontramos em Noctis ou Cloud, de Final Fantasy XV e VII, respectivamente.

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Jack é apenas um dos aspectos “diferenciados” de Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin, RPG de ação que chegou em 15 de março para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X, Xbox Series S e PC. Em entrevista ao Canaltech por e-mail, os desenvolvedores do game falam sobre os desafios de criar uma experiência inédita para a franquia e as características que diferem o jogo de outros Final Fantasy.

Te cuida, Chaos!

Primeiro, vamos retomar a conversa sobre Jack. Sem lembrar do próprio passado, o protagonista encontra aliados com o mesmo objetivo: assumir o papel de Guardião da Luz para encontrar e destruir Chaos. Os mistérios sobre a origem do personagem são esclarecidos ao longo da história, mas o jogo não tem a intenção de ter um “mocinho” como protagonista.

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O produtor Jin Fujiwara explica que uma das características que tornam Stranger of Paradise “único” perante a série Final Fantasy é que Jack não é um herói — ou melhor, ele não é um Guardião da Luz, mas sim um vilão. Como e por que? Você terá que jogar o game para entender, mas se conhece a história do primeiro Final Fantasy, saberá do que estamos falando.

Para Fujiwara, isso “muda a perspectiva do que sempre se esperava da franquia (uma ‘aventura para salvar o mundo’) e, de certa forma, funciona como uma nova proposta de como aproveitar a série Final Fantasy”.

Final Fantasy soulslike?

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Desenvolvido pela Team Ninja e Koei Tecmo em parceria com a Square Enix, Stranger of Paradise traz um nível de dificuldade inédito para a franquia ao incrementar algumas mecânicas comuns de jogos soulslike. Paciência e estratégia são essenciais para derrotar os chefões, enquanto cubos espalhados pelos mapas funcionam como as fogueiras de Dark Souls.

Apostar neste estilo de gameplay é novidade para a série que nasceu em 1987 e que, por muitos anos, permaneceu como um RPG por turnos. Fujiwara comenta sobre o desafio de levar Final Fantasy para outro gênero, ainda mais quando existem tantos fãs apaixonados por aí: “A parte mais difícil foi determinar se as pessoas aceitariam um Final Fantasy neste novo gênero. Como uma marca com uma longa história, cada fã tem sua própria resposta para a pergunta sobre o que é Final Fantasy”.

O produtor continua: “Neste contexto, desenvolvemos alguns aspectos do jogo de maneira que as pessoas pudessem sentir a essência familiar da série. Com outros aspectos, tentamos demonstrar que esta é a nossa versão única de Final Fantasy”.

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Entretanto, ao contrário do que pode parecer, Stranger of Paradise não é tão difícil ou punitivo como um Dark Souls — falaremos melhor sobre isso, em breve, na nossa análise do jogo. Um dos motivos para isso é a existência do tão polêmico modo fácil, que diminui consideravelmente o dano recebido e aumenta o dano aplicado nos inimigos.

Para a equipe do jogo, a adição deste nível de dificuldade serve como oportunidade para quem deseja ter uma experiência focada na narrativa. Ao mesmo tempo, jogar no modo fácil pode funcionar como a chance do jogador aprender as mecânicas básicas do game com mais tranquilidade, para depois elevar o nível de dificuldade, se assim desejar.

Daisuke Inoue, diretor de Stranger of Paradise, justifica esta ideia: “Há muitos jogadores interessados na história e no mundo, mas que não podem jogar porque não são bons em games de ação. Mas, mesmo que a ação não seja o ponto forte deles, talvez eles ainda possam gostar da jogatina se puderem entender melhor o sistema [de gameplay] ou timing em uma dificuldade mais baixa, tornando mais fácil para eles enfrentarem níveis mais altos de dificuldade e sentir uma sensação de realização”.

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Para trazer tantos elementos inéditos para um jogo de Final Fantasy, a equipe de desenvolvimento contou com a vasta experiência da Team Ninja, o que inclui a participação de Fumihiko Yasuda, que atuou como produtor do game. De acordo com ele, ter trabalhado em títulos como Nioh e Ninja Gaiden ajudou no processo de reimaginar Final Fantasy como um jogo de ação em Stranger of Paradise. "Para este game, pude utilizar meu conhecimento referente ao ajuste de batalhas contra chefes para garantir [ao jogador] uma sensação de realização", conta Yasuda.

Ele também menciona que as configurações de nível de dificuldade e a possibilidade de jogar ao lado de outros personagens foram “novos desafios que a Koei Tecmo e a Team Ninja não haviam enfrentado antes”, mas que surgiram com o objetivo de “melhorar a acessibilidade”.

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E o que o futuro reserva para a grande franquia da Square Enix? Final Fantasy XVI será o próximo jogo da série principal, mas ainda não possui uma data de lançamento definida. Será que veremos o mundo de fantasia desbravando outros gêneros? Que tal um Final Fantasy musou, estilo que é especialidade da Koei Tecmo? Fujiwara não descarta a possibilidade, mas não entra em detalhes: “Não vou negar a possibilidade. Ainda não existe um Final Fantasy no estilo musou, então caso possa ser produzido como um game da franquia, existe a possibilidade de que isso aconteça”.