Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

/r/stopgaming: o espaço do Reddit para os "viciados" em videogames

Por| 18 de Setembro de 2018 às 08h45

Link copiado!

/r/stopgaming: o espaço do Reddit para os "viciados" em videogames
/r/stopgaming: o espaço do Reddit para os "viciados" em videogames

Mais uma vez, pedidos de ajuda estão sendo tratados como “caça às bruxas” no Reddit. A “bruxa” da vez é uma sub ainda não muito popular chamada /r/stopgaming, onde pessoas falam sobre suas experiência com o vício em videogames.

Ao contrário do que o nome possa indicar numa primeira leitura, /r/stopgaming não é um sub onde usuários conservadores pedem o fim de todos os jogos de videogame, mas um fórum de ajuda onde os usuários falam sobre como o vício em jogos eletrônicos tem atrapalhado suas vidas e tentam encontrar auxílio com pessoas que também sofrem do mesmo problema — algo como uma reunião de Alcoólicos Anônimos, mas com os videogames como raiz do problema.

A sub possui uma relação bem próxima ao fórum GameQuitters, que é um site totalmente estruturado para ajudar aquelas pessoas que querem se afastar dos videogames para um período de “detox”. Para se ter uma ideia, um dos moderadores da sub é o próprio criador da GameQuitters, Cameron Adair. E, segundo ele, uma parte bastante ruidosa da comunidade gamer do Reddit não consegue (ou não quer) entender o que eles fazem ali, atacando as pessoas que comentam pedindo por ajuda, defendendo que não existe algo como vício em videogames e que todas as histórias ali são inventadas.

Adair exemplifica esses ataques com um caso que aconteceu em um post viral no ano passado. Em um post do Ask Reddit que perguntava sobre os motivos pelos quais as pessoas abandonavam a faculdade, um usuário contou a história de dois colegas de quarto que desistiram da faculdade porque, ao invés de ir para as aulas, ficavam o dia inteiro no dormitório jogando World of Warcraft e League of Legends, e uma das respostas a esse comentário linkou o endereço da sub /r/stopgaming. Isso foi o suficiente para que 140 mil pessoas invadissem a sub, reforçando que não existe algo como vício em videogames e como as pessoas que estavam ali eram uma vergonha para a comunidade.

Continua após a publicidade

Uma doença real

As coisas ficaram mais sensíveis quando a Organização Mundial da Saúde (OMS), incluiu “vício em videogames” na mais recente atualização do Compêndio Internacional de Doenças da entidade. E ainda que essa classificação não tenha sido totalmente explorada, e a inclusão dela no Compêndio tenha soado para alguns membros da comunidade científica como uma decisão política para apaziguar alguns países mais conservadores que consideram os jogos de videogame em geral como algo nocivo, o que Adair e os integrantes da sub consideram como “vício em videogames” é algo bem próximo da definição oficial da doença pela OMS.

Segundo eles, a principal diferença entre o vício e a paixão por videogames é o fato de como e se essa atividade possui efeitos negativos na vida do jogador. Todas as histórias da sub possuem elementos comuns, com pessoas que abandonaram a faculdade, foram demitidas de seus empregos e se divorciaram de seus cônjuges porque suas vidas foram sido dominadas pelos jogos de videogame. O próprio Adair possui uma trajetória parecida, quando a necessidade de jogar 16h por dia o fez abandonar o ensino médio duas vezes, e o impediu de se manter em qualquer emprego em que era contratado.

Continua após a publicidade

Mas nem toda a comunidade vê essas pessoas como “farsantes”: três dos cinco comentários mais votados da sub são de pessoas agradecendo a ajuda e pedindo para que eles continuem a oferecer suporte àqueles que sofrem com esse tipo de vício. E essas pessoas só querem que o resto da comunidade entenda uma coisa bem simples: que os videogames serem um problema na vida de alguém não é a mesma coisa que dizer que os videogames são um problema para todos, ou ainda que não deveriam nem existir. Ninguém pede que você abandone para sempre os controles; tudo o que essas pessoas querem é uma compreensão para com aqueles que precisam abandoná-los — mesmo contra sua vontade — para conseguir ter uma vida digna.

Fonte: The Next Web