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Análise | Super Mario 3D World + Bowser's Fury mistura fogo e tranquilidade

Por| 10 de Fevereiro de 2021 às 11h00

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Divulgação/Nintendo
Divulgação/Nintendo

Não se deixe enganar pelas imagens de fogo e trevas enquanto versões gigantes dos personagens clássicos da Nintendo brigam ao melhor estilo dos monstros gigantes da Toei. Super Mario 3D World + Bowser’s Fury é aquele tipo de jogo good vibes, que mistura uma jogabilidade instigante o bastante para longas horas de jogatina ao mesmo tempo em que pode ser aquele respiro para pequenos intervalos, de forma quase ideal para a proposta do Switch.

Vale citar, também, um aspecto de acessibilidade promovido simplesmente pela existência do título. Estamos falando de um dos melhores jogos recentes do encanador mais famoso do mundo, cuja popularidade foi duramente atingida pelos tropeços do Wii U; em um novo console e com expansões, a história é outra e é quase como se Super Mario 3D World fosse um título à frente de seu tempo, criado de forma bem específica para a plataforma híbrida entre console de mesa e portátil.

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Essa combinação de formatos e qualidades transparece de diferentes maneiras durante a experiência. Primeiro, e talvez no primeiro fator de atração, estão os gráficos, multicoloridos e cheio de inspirações clássicas nos jogos do personagem, aparecendo ainda mais belos no Switch. Não conseguimos fugir dos serrilhados e arestas que vira e mexe aparecem na plataforma, mas a realidade é que tem tanta coisa acontecendo o tempo todo que tais elementos ásperos acabam se tornando detalhes em um todo que chama a atenção.

Essa é a métrica durante toda a experiência com Super Mario 3D World, que já era considerado um dos melhores e mais bonitos jogos do Wii U, mas é especialmente verdade na expansão Bowser’s Fury. Aqui, a Nintendo aproveita as capacidades do Switch em relação a seu antecessor para pisar no acelerador e criar um mundo que, ainda que confinado a um mapa com três regiões, traz diferentes biomas e desafios.

Na história, Bowser Jr. pede a ajuda de Mario para resgatar seu pai, dominado por uma espécie de geleca escura que o transformou em uma criatura cheia de raiva. A fúria a que se refere o título não tem a ver apenas com o fato de o vilão estar em um dia difícil, mas também pelo fato de ele ter multiplicado seu tamanho em algumas vezes, enquanto cospe fogo e pedras sobre uma região cheia de desafios e com um sino de gato gigante que é a chave para resolver a questão.

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Isso é feito por meio do combate, com a já tradicional figura de Mario com roupa de gato assumindo ares de Super Sayajin misturado com Godzilla. Em determinados momentos, e com o cumprimento de certas tarefas, é possível levar o combate diretamente a Bowser, com ambos os personagens em tamanho gigante, ainda que o confronto aconteça ao melhor estilo da franquia do encanador.

Bipolaridade

Chega a ser curioso notar como o cenário bonito e cheio de cores de Bowser’s Fury se transforma, rapidamente, em um inferno de fogo e tempestade, com direito a trilha sonora de metal pesado e meteoros caindo do céu. A mudança também é rápida no sentido oposto, com essas alterações climáticas acontecendo ao longo de períodos pré-definidos que variam entre a fúria do vilão e a música tranquila acompanhada do Sol à pino — a trilha sonora segue ótima, apesar de menos marcante que a do game original.

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O objetivo dos jogadores é coletar sinos de gato a partir do cumprimento de diferentes desafios, permitindo a transformação de Mario em sua versão gato gigante. Aqui a expansão demonstra seu potencial de criatividade, com várias tarefas sendo possíveis a partir das mesmas mecânicas ou cenários, com objetivos que podem ser cumpridos na ordem que o jogador quiser e apresentando níveis de dificuldade diferentes.

Como dito, a Nintendo aproveita o potencial maior do Switch em relação ao seu antecessor para entregar um mundo aberto, ainda que limitado, e também faz isso no conjunto visual. A câmera se aproximou dos personagens, enquanto permite enxergar longe para escolher os objetivos e os locais para onde o jogador deseja seguir. Aumentou, também, o número de elementos presentes, com o cenário passando sempre a impressão de estar vivo, sendo altamente convidativo.

Esse foco mais próximo também está relacionado a um escopo menor visto em Bowser’s Fury, que substitui a pluralidade de personagens de Super Mario 3D World por um foco, apenas, em Mario e Bowser Jr. Os entusiastas de Luigi ou da jogabilidade um tanto diferente proporcionada por Peach e Toad no original podem se sentir frustrados, com o novo formato aproximando o conteúdo de outras propostas recentes do encanador, algo que, apesar de mais limitante, não é nada ruim.

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Alguns bugs ou falhas de otimização também chamam a atenção, principalmente quando Bowser, em sua forma gigante, fica travado em elementos do cenário durante os combates ou em desafios de velocidade que deixam pouco espaço para erros. Muitos deles levam o jogador por longos trechos do cenário, fazendo com que, em caso de erro, a vontade maior seja de seguir para outro objetivo em vez de voltar ao começo para tentar de novo.

São cerca de quatro horas de uma expansão que, caso fosse ainda maior, poderia muito bem ser seu game completo. Mesmo depois que o objetivo principal é finalizado, ainda restam sinos de gatos para serem coletados, o que faz com que Bowser’s Fury seja uma estrela tão grande desse relançamento quanto o próprio Super Mario 3D World, que já era, por si só, um game incrível.

Ele continua como tal e, em ambos os casos, a adição de uma jogabilidade multiplayer também ajuda a levar a proposta além de suas próprias fronteiras. As fases são amplas e, por mais que não sejam necessariamente abertas, escondem segredos e diferentes possibilidades de serem completadas, com o jogador sozinho ou em grupos.

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Já falamos sobre a possibilidade de controlar personagens nem sempre presentes desta forma nos jogos tradicionais de Mario, e esse também segue sendo um dos destaques do título, originalmente lançado em 2013. A maior precisão do controle do Switch melhorou a jogabilidade de personagens meio desengonçados, como Luigi, enquanto o poder mais alto do console deixou os belíssimos visuais ainda mais em evidência.

Há de se levar em conta, ainda, um aspecto de acessibilidade. Fora da discussão sobre o preço sempre alto dos jogos da Nintendo no Brasil, a chegada de Super Mario 3D World à plataforma atual não apenas representa um novo holofote sobre um jogo que sempre mereceu mais destaque, como também faz com que até mesmo o pacote original do console seja suficiente para jogar de dois.

Você não precisa de controles extras nem periféricos adicionais, já que cada Joy-Con, separadamente, serve como um joystick para os jogadores em co-op de sofá. Online, sentimos poucos problemas com lag e atrasos na conexão, ainda que durante nossa experiência de análise pré-lançamento não tenha sido tão fácil encontrar gente disponível para jogar.

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Super Mario 3D World + Bowser’s Fury acaba apelando a dois públicos: aquele que nunca jogou o original e o que teve essa experiência e sempre quis que a Nintendo a levasse adiante. Para o segundo grupo, ficam questões relacionadas ao preço do pacote, ao lado da duração do conteúdo adicional, ainda que o game original esteja presente na íntegra para ser jogado de novo.

A quem nunca esteve nesse mundo, este é um universo novo e bem incrível, desde sua concepção até execução. Uma mistura interessante da jogabilidade 2D com 3D e, acima de tudo, uma mistura das mais interessantes entre a fúria, a tranquilidade e uma jogabilidade na medida, com direito a um aceno para o passado mais clássico da franquia. Um relançamento que, quase 10 anos depois, ainda tem cheiro de fresco.

Super Mario 3D World + Bowser’s Fury será lançado exclusivamente para o Switch no dia 12 de fevereiro de 2021. O game foi analisado em cópia digital gentilmente cedida ao Canaltech pela Nintendo.