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Review Mario Golf: Super Rush | Atrativo até para quem não se interessa

Por| Editado por Bruna Penilhas | 12 de Julho de 2021 às 21h30

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Captura de tela/Felipe Demartini/Canaltech
Captura de tela/Felipe Demartini/Canaltech

Há uma velha e boba piada que diz que o golfe só é divertido para quem joga. Quem diz isso, com certeza, não experimentou Mario Golf: Super Rush, que faz um trabalho quase miraculoso de tornar acessível e, acima de tudo, instigante, um esporte cujas regras nem sempre são claras e que no Brasil não tem tantos adeptos. É a magia dos personagens da franquia da Nintendo, mas há algo a mais.

O game, lançado exclusivamente para Switch, continua uma história que começou nos tempos do Nintendo 64 e transformou o estúdio no nascedouro de propostas especializadas e, em muitos casos, fora do padrão. Colocar o encanador mais famoso do mundo e sua trupe para jogar golfe ou tênis não se trata apenas de dar tacos e raquetes nas mãos deles, mas sim de criar uma fábula que, agora, encontra mais um grande exemplar.

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Quem jogou Mario Tennis Aces, de 2018, vai se sentir em casa em um universo que traz as fundações do esporte, mas que também adiciona um tempero especial na forma de modos, poderes especiais e cenários característicos. Com isso, a desenvolvedora Camelot entrega um pouco para cada perfil de jogador, com uma diversão rápida e partidas competitivas para quem preferir ou uma imersão àqueles que desejarem entender mais sobre golfe.

Isso é literal, na realidade. O chamado Adventure Mode de Mario Golf: Super Rush coloca o jogador, no controle do seu Mii, em uma verdadeira escola do esporte, onde ele irá aprender com personagens consagrados da Nintendo e entenderá os diferentes tipos de tacos, terrenos, as regras do jogo e o funcionamento de algumas características exclusivas desse mundo, com biomas, criaturas e outros aspectos reconhecíveis, mas que ganham uma nova cara.

É importante, por exemplo, entender como as tacadas funcionam de maneiras diferentes e de acordo com a elevação do buraco ou a posição da bolinha, na grama ou areia, por exemplo. Também é legal saber como os poderes especiais podem dar vantagens competitivas durante as disputas ou que um Pokey, o tradicional monstrinho cheio de espinhos de Super Mario World, pode bloquear o caminho, mas, ao mesmo tempo, ser desmontado se atingido, liberando a passagem até o objetivo.

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Essa mistura transforma as partidas de Mario Golf: Super Rush em algo diferente a cada rodada ou novo cenário liberado, além de adicionar um pequeno grau de estratégia na escolha de tacadas e do caminho até cada buraco. Todos estes aspectos são, na realidade, sopros de ar fresco em uma progressão bastante tradicional, que se une a escolhas nada atrativas e que contam muito com o interesse do próprio jogador para funcionarem.

Não há dublagem para os personagens, que a cada linha de diálogo escrito na tela, fazem interjeições repetitivas e irritantes. Entender as regras do esporte também envolve ler um bocado de texto, todo em inglês, e com nomenclaturas que nem sempre são claras. Às vezes, o roteiro parece entender a presença de um novato no esporte diante de um professor, enquanto em outros, inunda o usuário com uma chuva de termos específicos que nem sempre são claros.

Há ainda um sistema de progressão que envolve a prática repetida, com partidas e torneios acontecendo em sucessão e entregando um sistema de evolução bastante tradicional. É simples e direto ao ponto, mas pouco inventivo. Esse sistema desequilibra um pouco a balança já que, em muitos casos, o jogador sempre terá um Mii mais competente que os adversários, reduzindo o nível de desafio e a necessidade de pensar antes de atribuir os pontos obtidos.

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Jogar golfe não é apenas bater na bolinha e atingir o buraco, e isso é bem representado no Adventure Mode. A modalidade traz uma boa introdução a tudo o que vai além disso e ao que envolve praticar o esporte de verdade. Porém, é nos outros modos de Super Rush que está o verdadeiro ouro do game e as partes mais divertidas da experiência.

Um contra todos

Se o Adventure Mode vai devagar, tenta ser didático e apresentar os fundamentos do esporte, o modo Speed Golf é o irmão maluco da família. Na modalidade mais divertida do game, os jogadores não apenas vão competir para acertar as tacadas, mas também para ver quem faz isso primeiro, coletando moedas pelo caminho e correndo atrás da bolinha para prosseguir.

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Em partidas com regras tradicionais e elementos próprios, a ideia é chegar ao final do percurso atingindo os buracos com o menor número de tacadas possível e em um tempo menor que o dos concorrentes. Quem conseguir acertar primeiro ganha mais pontos, enquanto poderes especiais podem ser aplicados tanto nos lançamentos quanto na hora da correria que vem logo depois.

É como se Mario Golf: Super Rush desse um passo na direção de uma experiência mais lúdica, sem perder o foco no esporte, mas ainda aproveitando os elementos peculiares da franquia que representa. Trata-se de uma ótima alternativa para jogar online ou, quando os tempos permitirem, em uma disputa com os amigos no sofá, já que cada um deles pode utilizar um Joy-Con.

O modo Battle Golf é quando o game sai correndo na direção de uma jogabilidade mais tresloucada e com nuances diferentes. É claro, ainda se trata de tacadas e buracos, mas em cenários cheios de elevações e elementos, como bombas caindo do céu, obstáculos e luzes de neon. Parece uma receita feita nos céus para o modo multiplayer online, apesar de os servidores não terem se comportado muito bem durante o nosso tempo de análise, com desconexões constantes e alguma dificuldade para encontrar partidas.

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As regras também mudam um pouco, com os buracos sendo anulados assim que o primeiro jogador acertar. A ideia, então, é que os usuários se espalhem pela arena, com o primeiro a obter três pontos vencendo — é mais fácil dito do que feito, já que não existem objetivos suficientes para todos, enquanto poderes especiais e itens podem ser usados ao melhor estilo Mario Kart.

Battle Golf é a alternativa mais competitiva de Mario Golf: Super Rush, que claro, também conta com a possibilidade do golfe tradicional, com regras usuais e sem poderes especiais. Felizmente, apesar de a progressão no Adventure Mode servir para liberar personagens e cenários, esse não é o único meio. Jogatinas repetidas nos outros modos servem como uma alternativa de evolução para quem prefere um envolvimento mais casual com o game.

Entre a leveza na abordagem, o carisma e o conjunto de possibilidades, Mario Golf: Super Rush representa mais uma estrela dourada no currículo da Camelot. Não é, exatamente, o mais instigante dos games esportivos com o personagem, mas a desenvolvedora apresenta aqui uma experiência que é divertida para quem só quer jogar e introdutória para quem deseja conhecer o golfe de forma mais amigável.

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Mario Golf: Super Rush está disponível exclusivamente no Switch. O Canaltech analisou o game em cópia digital gentilmente cedida pela Nintendo.