Redfall: jogo de vampiro da Arkane esconde crítica social
Por Felipe Goldenboy • Editado por Bruna Penilhas |
A Arkane Austin (estúdio criador de Prey e Dishonored) divulgou neste domingo (12), durante a Xbox & Bethesda Games Showcase, o primeiro trailer de gameplay de Redfall, o jogo de tiro com vampiros com lançamento previsto para 2023. Em entrevista ao Canaltech, os desenvolvedores disseram que o título esconde uma crítica social, de vampiros que se julgam superiores e sugam todos os recursos da população para benefício próprio.
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Quem afirmou isso foi o diretor do estúdio, Harvey Smith, acompanhado do co-diretor criativo, Ricardo Bare. Nós pudemos conversar com os dois e assistir ao trailer de gameplay antecipadamente a convite da Bethesda; assista:
Afinal, por que vampiros?
Questionados sobre o porquê de trazer vampiros ao jogo — afinal, estamos em um mercado dominado por inimigos zumbis ou alienígenas, por exemplo —, Smith explicou que esses seres são “pessoas que abriram mão da sua própria humanidade e empatia, para se tornarem seres imortais e poderosos a qualquer custo”. Ele ainda ressaltou que “se você olhar ao redor, verá pessoas assim a todo momento no mundo de hoje”.
“Monstros são sempre metáforas de algo e, apesar de muitas pessoas não as entenderem, nós somos muito deliberados sobre isso. Se você olhar para nossos jogos anteriores, como Dishonored e Deus Ex [apesar de não ser da Arkane, Smith trabalhou neste último], verá que esses temas também estão lá”, disse o diretor. Mas não é só isso. “Vampiros são legais também: são criaturas da noite, se teletransportam, bebem sangue, têm medo do sol. Eles fazem bons vilões."
A história de Redfall e de seus personagens
O game se passa em uma cidade chamada Redfall, localizada no Estado do Massachusetts, nos Estados Unidos, e é cercada por um bando de vampiros. Eles bloquearam o sol e isolaram a ilha do mundo exterior. Dessa forma, Redfall não é um jogo pós-apocalíptico, em que o mundo inteiro foi formado por forças malignas: aqui, apenas a cidade foi tomada. A maioria dos habitantes locais morreu ou faz parte de um culto pró-vampiros que querem ser transformados.
Apenas uma pequena parcela da população sobreviveu e luta contra estes monstros. Ao todo, são quatro personagens principais em Redfall, e o jogador poderá assumir um deles, em campanha solo ou jogar com amigos em uma campanha cooperativa. São eles:
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Jacob Boyer, um ex-atirador de elite militar enviado a Redfall logo antes da catástrofe. Ao chegar na cidade, seu grupo foi emboscado, mas ele sobreviveu. No entanto, agora ele tem um olho de vampiro, e um corvo misterioso que está sempre o seguindo.
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Layla Ellison, uma estudante de engenharia biomédica que estagiava no complexo de pesquisa da Aevum Terapêuticos. Aparentemente, algum experimento deu muito errado, e ela acabou ganhando poderes de telecinese.
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Remi de la Rosa, uma engenheira de combate que trabalhou na Marinha. Ela viajou a Redfall para investigar o incidente sobrenatural, mas seu navio foi destruído. Para sobreviver, ela conta com a ajuda de um mini robô extremamente fofo e simpático.
- Devinder Crousley, um influenciador digital que fala sobre eventos sobrenaturais. Ele foi a Redfall para promover o seu livro, mas acabou ficando preso na cidade. Possui várias invenções tecnológicas capazes de caçar vampiros.
O mundo aberto de Redfall
Estes quatro personagens não são os únicos sobreviventes da cidade, já que encontraremos várias pessoas pelo caminho — afinal, este é um jogo de mundo aberto. Algumas delas decidiram lutar contra os monstros, formando uma “resistência”: elas não são tão duronas como nossos protagonistas, mas vivem em comunidade e querem retomar a cidade. Por exemplo, uma das pessoas que encontramos “é uma pastora de uma igreja tomada pelos vampiros. Outra pessoa é um doutor”. Segundo Bare, “todos têm diferentes perspectivas do que está acontecendo, e podem-lhe oferecer trabalhos e insights úteis”.
Já outras simplesmente decidiram apoiar os vampiros. “Eles se aliam aos vampiros e fazem coisas macabras e malucas, como entregar seus próprios vizinhos, para não serem mortos ou até mesmo se tornarem um deles”, explicou Bare. “É um esquema de pirâmide horrível."
Uma das comunidades da Resistência é um Corpo de Bombeiros. Este será um dos primeiros lugares em que o jogador se esconderá no começo do game. “Você receberá missões secundárias lá. Se você fazê-las ou não, haverão diferentes consequências como resultado disso”, disse Bare. “E também tem um monte de histórias que você pode encontrar no mundo exterior, apenas explorando."
Como é possível ver no trailer, em um determinado momento o jogador entra em algo que parece um portal. Ao passar pela porta, o grupo é levado a outra realidade: é a mesma cidade que conhecemos, mas completamente devastada e com um ar mais psicodélico. O diretor explicou que estes locais são “ninhos” de vampiros, ou seja, onde eles dormem e recarregam as energias. Ao redor desses ninhos, todos os inimigos ficam ainda mais poderosos e difíceis de matar.
“Se você não destruir estes ninhos, a zona ao redor vai aumentar e tomar conta da cidade. Por isso, você pode estar no meio de uma missão e perceber que está em uma área de ninho. Você tem uma importante decisão para tomar: continuar a missão, o que será mais difícil, ou encontrar este ninho e entrar nessa dimensão em que os vampiros dormem”, explicou Bare.
Lançamento exclusivo para Xbox
Redfall será o primeiro jogo da Arkane e da Bethesda a ser exclusivo para Xbox e PC. O título chegará ao Xbox Game Pass logo no dia do lançamento (a ser revelado). Por isso, não espere que o game saia para PlayStation, por exemplo.
A previsão de lançamento é em 2023. Até lá, fique ligado no Canaltech para mais novidades.