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Quem é o gamer brasileiro em 2024?

Por| 27 de Fevereiro de 2024 às 11h00

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Divulgação/Microsoft
Divulgação/Microsoft

O jogador brasileiro é uma mulher de classe média, com idade entre 35 e 39 anos, que mora com os filhos e joga em seu smartphone — mas que não se considera gamer. Esse perfil que personifica o público é resultado da mais recente Pesquisa Games Brasil 2024 (PGB 2024), divulgada nesta terça-feira (27) e que mostra um pouco do rosto e dos gostos do consumidor tupiniquim quando os assuntos são videogames.

O levantamento foi feito pela SX Group e a Go Gamers em parceria com a Blend New Research e a ESPM, ouvindo 13.360 pessoas nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024. E o resultado mostra um pouco da cara desse jogador, trazendo números interessantes que ajudam a entender o mercado como um todo.

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Esse perfil descrito acima, é claro, é um retrato bastante generalista dos números que a pesquisa apresenta, mas que ajuda a dar um rosto para o chamado jogador médio, ou seja, a maior parte das pessoas que disseram consumir algum tipo de jogo eletrônico. Aliás, o número de entrevistados que disse jogar aumentou em relação ao ano passado, chegando a 73,9%.

Isso significa, em termos práticos, que praticamente três em cada quatro pessoas usam os jogos eletrônicos como forma de entretenimento. Em 2023, esse número era de 70,1%, o que representa um aumento de 3,8 pontos de um ano para o outro. Mais do que isso, em 2024, 85,4% dos entrevistados afirmou que consideram games sua principal forma de diversão.

"Cada vez mais os games têm um papel importante no dia a dia do jogador brasileiro, se consolidando como uma plataforma de diversão, motivação, socialização e identidade.", diz Guilherme Camargo, sócio do SX Group e professor na pós-graduação da ESPM.

Smartphones e rejeição ao termo gamer

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Embora a gente sempre pense o gamer como aquele jogador que tem o console de última geração e que consome todos os grandes lançamentos do mercado, a Pesquisa Game Brasil mostrou que, na verdade, esse perfil é minoritário no país. Na verdade, a plataforma mais popular entre o público é justamente o smartphone.

Os dispositivos móveis lideram com certa folga a preferência do público, com impressionantes 48,8%. O número é ligeiramente menor do que o de 2023, quando 51,7% dos entrevistados disseram preferir o celular para jogar. Ainda assim, a diferença em relação às demais plataformas segue mais do que considerável. O segundo lugar fica com os computadores (22,6%), seguido pelos consoles (21,7%).

E é quando olhamos para dentro do mundo mobile que percebemos o quanto aquele perfil inicial apresentado pela PGB 2024 parece certeiro. Segundo o levantamento, 61% de quem joga no smartphone são mulheres. Em geral, elas têm entre 30 e 39 anos (31,3%) que utilizam o sistema Android (77%), provavelmente um Samsung (44,3%). E, acima de tudo, elas se consideram apenas jogadoras casuais (66%) e não hardcore.

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Esse último detalhe é muito interessante quando olhamos para essa questão do reconhecimento. A pesquisa perguntou aos mais de 13 mil entrevistados se eles se consideram gamers e, entre as mulheres, o não predominou. Enquanto 57,3% dos homens disseram que sim, os mesmos 57% das mulheres rechaçaram o termo.

Dentre as várias razões que ajudam a explicar essa diferença, a Pesquisa Game Brasil aponta justamente para o perfil adotado por cada gênero. Enquanto 61% das mulheres preferem os smartphones, os consoles e os computadores dominam entre os homens, com 61,5 e 66,9% da preferência masculina, respectivamente. E, como aponta o estudo, o público mobile tende a ter uma menor identificação com o termo gamer do que nas demais plataformas, em que esse engajamento é maior e mais verbal.

“Os jogadores de consoles tendem a buscar uma experiência mais social, valorizando a interação com comunidades online, além de terem um apego à nostalgia. Por outro lado, os jogadores de computador buscam uma experiência mais imersiva, têm preferência por grandes franquias, gostam de explorar uma variedade de jogos e se assumem como gamers. Por fim, os jogadores de dispositivos móveis valorizam a conveniência, a acessibilidade e preferem jogos mais casuais. Eles tendem a se engajar menos com a comunidade de jogadores”, analisa Carlos Silva, sócio da Go Gamers.

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O gamer cada vez mais velho

Entre os vários recortes feitos pela Pesquisa Game Brasil 2024, há alguns que chamam mais a atenção. A principal delas é o envelhecimento do público, que está bem longe de ser o adolescente que joga sozinho no quarto.

As faixas etárias mais representadas são de 30 a 34 anos, com 16,2%; e de 35 a 39 anos, com 16,9%. Curiosamente, o público mais jovem, entre 20 e 24 anos, representa apenas 14,6% do todo. Confira os dados:

  • De 16 a 19 anos: 10,2%
  • De 20 a 24 anos: 14,6%
  • De 25 a 29 anos: 14,6%
  • De 30 a 34 anos: 16,2%
  • De 35 a 39 anos: 16,9%
  • De 40 a 44 anos: 11,7%
  • De 45 a 49 anos: 8,1%
  • Mais de 50 anos: 7,9%
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Esse recorte etário mostra bem esse envelhecimento do jogador brasileiro e vai ao encontro de outro dado identificado pela pesquisa: 70,2% das pessoas jogam desde criança. E esse cruzamento mostra que boa parte desse total é que está na faixa de 30 a 39 anos, o que pode apontar para uma dificuldade de renovação do público. 

Em suma, esses números indicam que a maior parte dos jogadores atuais são os mesmos de anos atrás, ou seja, quem cresceu com videogames de todos os tipos. Por um lado, é interessante ver essa manutenção do usuário por tanto tempo, mas também acende um sinal de alerta quando vemos que as as novas gerações (entre 16 e 19 anos) são quase minoria dentro do cenário geral.