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Preview Overwatch 2 | PvP agrada, mas jogo precisa conquistar muito mais

Por| 21 de Julho de 2022 às 19h50

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Divulgação/Blizzard
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O segundo beta fechado de Overwatch 2 acabou recentemente, permitindo que os participantes jogassem o modo PvP (jogador contra jogador) nos consoles e PC. Com novos mapas, diversos ajustes de habilidades e duas personagens inéditas, os testes do shooter hero (jogo de tiro com heróis) da Blizzard evidenciaram o que há de melhor no gameplay e também o que há de pior.

Após jogar os dois betas fechados, conto a seguir as minhas impressões gerais sobre o momento atual de Overwatch 2. O jogo ainda tem pouco mais de dois meses de desenvolvimento antes da estreia gratuita, o que deve ser tempo o suficiente para a Blizzard resolver algumas questões sobre balanceamento e outros detalhes que mencionarei ao longo do texto.

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Sem servidores locais no beta

Antes de qualquer outro tópico, preciso mencionar a insatisfação que foi jogar Overwatch 2 com uma média de 170 MS de latência, valor extremamente alto e inadequado para um jogo que exige precisão nos disparos. Isso porque a Blizzard não ofereceu suporte aos servidores latino-americanos durante os testes, embora tenha feito uma forte campanha para promover o beta entre os jogadores nas redes oficiais de Overwatch no Brasil.

Por conta da ausência dos servidores locais, evitei selecionar personagens que exigem disparos mais precisos, como Ash, Ana e Widowmaker. Este foi o primeiro desapontamento que tive com os testes, até porque tive esperança que isso seria resolvido no segundo beta, mas não foi o caso.

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Times de 5 contra 5

Uma das mudanças mais significativas no gameplay de Overwatch 2 está no formato de equipes, que trocou o seis contra seis pelo cinco contra cinco — desta forma, nas partidas normais e ranqueadas, cada time deve ter 1 personagem tanque, 2 suportes e 2 ataques.

Para os competidores mais atentos e dedicados, está claro que o 5x5 exige mais dos jogadores — cada classe tem uma função a cumprir durante as partidas, como sempre foi. Embora alguns jogadores tenham relatado que não sentiram uma sobrecarga no tanque do grupo, que agora desempenha a função sozinho, senti que há, sim, uma responsabilidade um pouco maior para o herói mais “parrudo”.

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E isso não é algo ruim para o meta como um todo, apenas exige mais estratégia e cuidado por parte dos jogadores. Se o tanque não cumprir a função básica de proteger os aliados e investir nos inimigos quando necessário, a equipe enfrentará dificuldades para avançar. Claro, o mesmo pode ser dito sobre as outras classes, mas quando um suporte morre, outro estará lá para tentar segurar o tranco até o retorno do aliado. Sem um tanque funcional, as coisas ficam um pouco mais complicadas.

Quando todos os jogadores estão cumprindo suas respectivas funções, a partida torna-se muito mais frenética e emocionante. No entanto, o novo formato não deve causar reações imediatas aos jogadores mais casuais, que devem sentir a nova dinâmica aos poucos.

Mudanças nos personagens e balanceamento geral

Alguns heróis de Overwatch passaram por pequenas reformulações para a sequência, enquanto outros foram alterados quase que por completo. Orisa e Doomfist são os maiores exemplos: a robô gigante teve todas as suas habilidades alteradas, o que incluiu a remoção do escudo, tornando-a um tanque muito mais ofensivo. Já o lutador com habilidades cibernéticas deixou de ser um herói de ataque e passou a ser um tanque.

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Não joguei com Doomfist tempo o suficiente para opinar sobre suas mudanças, confesso que não tenho a melhor coordenação para combinar suas habilidades. Mas, ao enfrentá-lo com frequência no beta, senti que ele já não era um adversário tão chato quanto no primeiro jogo, uma vez que seu novo conjunto de poderes eliminou o combo de golpes que surpreendia e levava os jogadores aos ares.

O maior problema, na verdade, foi ter Doomfist como aliado. A impressão que tive é que os jogadores continuam tratando-o como um personagem DPS e, portanto, atacam compulsivamente, sem pensar ou recuar. Isso, é claro, deve mudar após o lançamento, quando todos estiverem mais habituados com o jogo, mas ainda questiono se a troca de função foi realmente necessária.

Já as mudanças de Orisa estão mais alinhadas com o novo formato 5x5, que exige tanques mais ofensivos (mas não inconsequentes, por favor). Gostei das novas habilidades, especialmente da lança que prende os adversários na parede, mas ainda não me dei muito bem com o golpe Ultimate. Acredito que seja apenas uma questão de costume, mas sinto falta do dispositivo que aumentava o dano de ataque dos aliados.

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Ao longo do segundo beta, a Blizzard lançou atualizações com ajustes de balanceamento para os heróis. Mercy chegou com um ajuste que adicionou um pulo bastante estranho no Anjo da Guarda, fazendo com que a curandeira saltasse sem querer, mesmo em locais com teto baixo.Não demorou para isso ser corrigido após os pedidos da comunidade. Como é que este salto automático sequer foi aprovado, é uma pergunta que não foi esclarecida.

Próximo do fim dos testes, Moira passou por uma reformulação que desagradou alguns jogadores. Seu orb de dano foi substituído por um projétil que explode em um raio de três metros na superfície impactada, podendo causar até 50 pontos de dano. O problema é que esta habilidade chegou quebrada, uma vez que faz com que os inimigos atingidos tenham seu dano reduzido em 75%, valor extremamente alto. Sim, Moira está mais poderosa neste aspecto, o que é uma boa notícia para quem joga com ela, mas ruim para todo o balanceamento de Overwatch.

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Levando tudo isso em consideração, a impressão que os betas deixaram é que, embora o tempo de resposta da equipe de desenvolvimento perante os ajustes dos heróis tenha melhorado, a capacidade de aplicá-los de maneira eficaz ainda deixa a desejar. Continuamos presenciando ajustes estranhos e desproporcionais para o meta do jogo — alguns imperceptíveis para os jogadores casuais, enquanto outros mais sérios para os competidores profissionais. Aqui também está o desafio de encontrar um jogo que funcione para ambos os públicos.

Sim, manter o equilíbrio perfeito em um FPS com mais de 30 heróis parece impossível, mas é a Blizzard, mais do que ninguém, que deveria saber como lidar com isso. Ao mesmo tempo, a equipe parece estar no caminho certo. Com a agilidade para coletar o feedback da comunidade e aplicar as mudanças com uma certa frequência, desde que com cuidado, o caminho pode ser promissor. O estúdio também já comentou que planeja recorrer aos jogadores profissionais da Overwatch League para obter os feedbacks necessários, o que pode ser uma decisão favorável ao longo prazo.

E por último, mas não menos importante: a Blizzard PRECISA encontrar uma solução definitiva para as longas filas de espera nas partidas por função. Durante boa parte do beta, fui obrigada a jogar como suporte porque o tempo de espera para jogar como tanque e DPS ultrapassava inaceitáveis 10 minutos. Sim, os jogadores querem testar as novas personagens, mas a falta de jogadores curandeiros é algo que existe desde o primeiro jogo.

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Honestamente, não sei dizer qual solução seria a mais adequada para este problema. Penso que exigir que o jogador rotacione entre as funções seja uma boa opção, já que não podemos contar com a boa vontade da galera. Por exemplo: após duas partidas jogando como tanque, você terá que escolher entre suporte ou DPS. Depois de jogar mais duas partidas em uma função diferente, poderá ser tanque novamente. Entretanto, tenho certeza que muitos podem considerar essa solução injusta. Aceito sugestões.

Junker Queen e Sojourn na área

O grande elenco de Overwatch ganhará duas adições na sequência: a DPS Sojourn, que ficou disponível em ambos os betas; e a tanque Junker Queen, que estreou no segundo período de testes. Por conta da alta latência, não consegui testar Sojourn tanto quanto eu gostaria, já que ela exige tiros um pouco mais precisos do que outras opções da mesma função.

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O conjunto de habilidades mais tático torna a nova atacante uma ótima opção para quem deseja uma personagem ágil e com uma jogabilidade mais próxima de um jogo de tiro tradicional — da mesma maneira que o Soldado 76 cumpre esta função. Mas o destaque das novas adições vai para Junker Queen, uma personagem que os fãs estão esperando há muito tempo.

A tanque estreante traz todo o ritmo frenético que as partidas 5x5 pedem, oferecendo um gameplay veloz à curta distância e ótimos golpes para encurralar adversários. Ela funciona como uma variação mais ágil de Roadhog, já que traz habilidades com o mesmo propósito. Se combinar seus golpes, poderá formar um combo poderoso capaz de atordoar qualquer inimigo: lançar a faca para puxar um inimigo, atingi-lo com uma bela machadada e alguns tiros de espingarda é a fórmula ideal.

D.Va, minha querida main, sinto muito, mas acho que terei que trocá-la por outra. Ouso dizer que Junker Queen é uma das melhores adições já feitas a Overwatch até agora. Ela realmente foi pensada para o novo formato e, quando bem utilizada e acompanhada, pode controlar o rumo da partida. O visual da Rainha também merece reconhecimento, e mal posso esperar para conferir as skins que ela ganhará quando o jogo for lançado.

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O que falta para Overwatch 2?

No geral, o PvP de Overwatch 2 está ótimo — prova disso é que o beta mal acabou e eu já estou com uma vontade tremenda de jogá-lo novamente. Os novos mapas estão lindos e o modo Avanço funciona como um excelente e imprevisível cabo de guerra. Pensar que tudo isso poderá ser acessado gratuitamente é animador. Mas um PvP com novidades interessantes e gráficos atualizados não é o suficiente para justificar uma sequência.

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Overwatch 2 ainda deve cumprir o que foi prometido na BlizzCon 2019: entregar conteúdos focados em história. O PvE (jogador contra ambiente) do jogo não foi mostrado em detalhes até agora e, de acordo com uma apresentação recente da Blizzard, chegará em partes a partir de 2023. Todo o mistério e a fragmentação do lançamento deixou os fãs decepcionados e desconfiados (com razão). Portanto, ainda há muito para ser feito neste outro “departamento”.

Queremos cutscenes, com um desenvolvimento narrativo de verdade. Merecemos mais do que missões cooperativas com breves interações que revelam alguns detalhes superficiais sobre a história de Overwatch. Isso já aconteceu nos eventos sazonais do primeiro jogo e o meu receio é que a Blizzard repita isso mais uma vez, o que iria contra a promessa do estúdio de ter um carinho mais especial com a narrativa na sequência. Por enquanto, nos resta torcer para que as nossas expectativas sejam, no mínimo, atendidas. Até lá, diria que é melhor manter um pézinho no chão e não sonhar muito.

Também resta saber com mais detalhes o que será oferecido no Passe de Batalha do PvP. Com o fim das caixas de itens, será que as melhores skins e recompensas ficarão para os jogadores pagantes? A Blizzard cumprirá com a própria meta de entregar novidades substanciais com frequência? Descobriremos tudo isso e muitos mais a partir de 4 de outubro, data de lançamento do modo multiplayer de Overwatch 2 no PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series S, Xbox Series X e PC.

Nota do editor: recentemente, a Activision Blizzard foi acusada e processada por manter uma cultura de assédio e discriminação dentro da empresa. Saiba mais aqui.