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LEGO Star Wars: The Skywalker Saga é a melhor forma de revisitar a franquia

Por| Editado por Bruna Penilhas | 21 de Março de 2022 às 10h45

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Divulgação/TT Games
Divulgação/TT Games

Não é exagero dizer que LEGO Star Wars: The Skywalker Saga foi anunciado em 2019 como o projeto mais audacioso da franquia nos videogames até hoje. Durante a E3 daquele ano, a desenvolvedora TT Games prometeu adaptar todos os nove filmes principais da densa história criada por George Lucas em um único jogo Lego. Tudo isso com um novo motor gráfico e mecânicas inéditas.

A convite da publicadora Warner Games, o Canaltech assistiu a 44 minutos de gameplay e jogou 1 hora e 30 minutos da nova e promissora aventura que será lançada em 5 de abril de 2022 para Xbox Series X, Xbox Series S, Xbox One, PlayStation 5, PlayStation 4, Nintendo Switch e PC. Pelo pouco que foi visto, também não é exagero dizer que The Skywalker Saga corresponde às expectativas e ainda vai além. O jogo faz o possível para expandir os limites da galáxia muito, muito distante.

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The Skywalker Saga é um jogo surpreendente, tanto para quem conhece os jogos da série LEGO, como para os fãs de Star Wars. Durante o gameplay, o Canaltech teve a chance de testar a adaptação do Episódio IV da saga cinematográfica.

A fase começa exatamente como o filme de 1977, com a Princesa Leia recebendo os planos da Estrela da Morte e sendo perseguida pelo implacável Darth Vader. Ao mesmo tempo que o jogo preocupa-se em remontar, peça a peça, os cenários e detalhes das cenas, existe também uma proposta muito divertida em criar uma visão única da adaptação, utilizando todo o bom humor sarcástico dos jogos LEGO.

The Skywalker Saga não apenas adapta os filmes, como também aproveita para relativizar e até tirar um sarro de furos de roteiro que não funcionam e ficaram mais evidentes ao longo das décadas.

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Como fã de Star Wars, dei boas gargalhadas com a forma cômica que o jogo trabalha toda a burrice e arrogância do vilão Darth Vader e do mocinho Luke Skywalker, colocando uma luz na breguice do comportamento maniqueísta dos dois. Vale ainda citar cenas que mostram Stormtroopers em situações inusitadas, como tomando banho de jacuzzi.

Visuais

A adaptação dos filmes salta ainda mais aos olhos graças ao novo motor gráfico utilizado pela TT Games para The Skywalker Saga. Quem já jogou outros títulos LEGO da desenvolvedora, notará a nítida diferença gráfica da nova aventura. Os cenários estão mais coloridos, densos e com mais detalhes. Fato que favorece ainda mais o clima de imersão e de adaptação fiel do jogo.

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Quase todos os filmes de Star Wars já viraram jogos na mão da TT Games, mas desta vez o jogador pode esperar recriações mais fidedignas que vão encher o coração. Dando uma volta pela Tatooine do Episódio IV, reconheci diversas estruturas mostradas no filme em primeiro plano, e também em segundo. Apesar de não contar com um mundo (ou uma galáxia) aberto, The Skywalker Saga trabalha com mapas muito maiores que seus antecessores.

Destaque também para o visual dos personagens. Pude controlar Leia Skywalker, Luke Skywalker, Obi-Wan Kenobi, R2-D2, C-3PO, Han Solo e até o pouco lembrado Raymus Antilles. A riqueza de elementos e detalhes na construção dos personagens também são pontos altos. Ainda que feitos de LEGO, cada boneco parece ter sido desenhado com muito carinho para o jogo. Fato expressado pela atenção dada ao cabelo de Leia ou até por cada quadrado adicionado ao R2-D2, características únicas do cinema que passava batido em jogos passados.

Jogabilidade

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LEGO Star Wars: The Skywalker Saga é divertido? Muito! Principalmente se o jogador é fã de Star Wars e gostou de outras aventuras LEGO. No entanto, de um modo geral, o jogo parece ter sido construído para agradar a todos, sem exceção. Quem comprar o jogo não deve esperar altos níveis de complexidade, mas diversão acessível. Combates difíceis de Elden Ring e quebra-cabeças desafiadores de Horizon Forbidden West não estão na mira aqui. A TT Games queria criar uma experiência de jogo imaginativa, engraçada e apropriada para todas as idades. E este objetivo é alcançado.

O game é acessível para toda a galáxia de pessoas que conhecem Star Wars. Mas a experiência não fica superficial por conta dessa proposta. Quem jogou outros jogos da série LEGO, vai se surpreender com as novidades. O sistema de combates está refinado, com três opções de golpes e inimigos que aprendem a se defender de jogadores que insistirem em não variar os combos. Entretanto, a mecânica inédita de jogabilidade mais legal é o novo sistema de mira.

The Skywalker Saga conta com elementos de shooter, que permite jogadores avançarem com blasters e atirarem sabres de luz. O sistema de combate flui muito naturalmente entre golpes físicos e de longa distância, revelando um trabalho complexo de equilíbrio alcançado pela TT Games. A mesma naturalidade atinge o gameplay durante a troca de personagens. Em momentos de ação, é possível mudar facilmente, com um botão, o personagem controlado. O jogo sabe muito bem lidar com essas trocas, sem quebrar o andamento das sequências.

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Variar pelo elenco de personagens é muito natural. Durante o resgate de Han Solo em Tatooine de “Uma Nova Esperança”, me vi em um intenso combate controlando Luke, Obi-Wan, R2-D2 e C-3PO. Cada boneco com suas próprias habilidades, todas casando perfeitamente com a experiência dos combates.

Na exploração, os caminhos para cumprir uma mesma missão são diversos, enquanto as atividades secundárias e desafios para encontrar itens colecionáveis aparecem para complementar o desafio para quem achar a campanha principal simples demais. De fato, completar a campanha principal não é nenhum desafio. Mas isso não é necessariamente ruim. A jogabilidade é tão fluida e existe tanto para ver e recordar dos filmes, que The Skywalker Saga tem o suficiente para convidar o jogador para se desligar e aproveitar a jogatina casual e relaxante.

Personagens

Um dos destaques de jogos LEGO são sempre as centenas de personagens diferentes que podem ser controlados. Aqui não é diferente. Existe até um exagero no elenco já confirmado para The Skywalker Saga. Estão disponíveis heróis e vilões de todas as eras da franquia, sejam eles amados, odiados ou até nem lembrados pela grande maioria.

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O elenco crescerá ainda mais com personagens do universo expandido. Já estão confirmados os elencos da primeira temporada de The Mandalorian e Solo: Uma História Star Wars, disponíveis para compra por conteúdo adicional (DLC).

Quando falamos dessa quantidade de heróis controláveis, fica claro que alguns detalhes de cada um deles vão ser sacrificados pelo caminho. Ainda sim, The Skywalker Saga esforça-se para não tornar o grande elenco apenas uma mudança estética.

Cada personagem tem uma movimentação própria, que pode ser mais lenta ou mais rápida. Eles também estão organizados em grandes categorias, que funcionam como classes e conferem habilidades próprias. Droids como C-3PO e R2-D2, por exemplo, não são vistos como ameaças por inimigos e podem andar livremente pelo mapa, mesmo não contando com uma grande variedade de golpes físicos. Eles ainda podem invadir equipamentos eletrônicos e participar de puzzles para abrir compartimentos na aventura.

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Já personagens humanos, como Han Solo e Raymus Antilles, contam com armas e algumas habilidades únicas, como a possibilidade de usar um disfarce de Stormtrooper e partir para pancadaria com combos de golpes físicos. Como não poderia ser diferente, a melhor parte do jogo é controlar um personagem que tem contato com a força. The Skywalker Saga realmente brilhou quando assumi, pela primeira vez, o controle de Obi-Wan Kenobi.

Primeiro que o cenário do jogo muda completamente. Com a força, é possível mover, quebrar e montar objetos em todo o canto, abrindo novos caminhos e revelando segredos. Obi-Wan Kenobi conta com a clássica habilidade de influenciar mentes, testada em um NPC durante a minha sessão.

Lutar com um sabre de luz é uma experiência mágica, ainda que com peças de LEGO. É nítido a diferença de poder do Jedi em relação aos outros personagens da demonstração que jogamos — e, claro, a aventura da TT Games não poderia estar mais correta em escolher esse caminho.

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Falando ainda sobre o elenco, preciso confessar que adorei a possibilidade que o jogo deu de desmontar C-3PO. Sim. É possível desmembrar o droide e pegar partes do corpo dele para jogar contra inimigos, enquanto controlamos as pernas sozinhas pelo mapa. Pobre coitado do herói, que nem nos videogames tem o respeito que talvez mereça.

Exploração

Tendo nove filmes como base de conteúdo, o jogo permite que os jogadores revivam a história de Star Wars da forma como quiserem. Pelo menu, é possível escolher qual das três trilogias jogar primeiro. Nos testes, o Episódio IV parece compor uma fase de cerca de 3 horas, somente com a missão principal. Vale citar que existe muito mais para fazer em cada um dos cenários, além de seguir a trama da família mais problemática do universo.

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Durante minha passagem por Tatooine em “Uma Nova Esperança”, andei por um enorme mercado aberto, com vários NPCs oferecendo missões secundárias e pontos curiosos no mapa que guardavam tesouros e peças secretas de aprimoramento de personagem e nave.

Jogar uma única vez cada episódio não parece nem de perto ser o suficiente para descobrir tudo que o game tem para oferecer. Muitas áreas de Tatooine só podiam ser abertas por um personagem específico, no modo de livre exploração de cada mapa.

Mesmo no modo história, em que controlamos apenas os personagens envolvidos na trama daquele filme, sempre parece existir mais de um caminho possível para percorrer. Ou até mesmo diferentes soluções para o mesmo problema. Para enfrentar uma sala lotada de Stormtroopers na nave da Resistência, por exemplo, descobri que poderia usar C-3PO para ativar o alarme de incêndio e afastar a presença inimiga, ou apenas invadir o sistema de armas da nave e disparar para todo lado.

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É interessante como cada solução encontrada, parece possuir benefícios e recompensas próprias. Alguns caminhos que escolhi no Episódio IV me levaram a segredos e peças escondidas, usadas para desbloquear novos personagens e aprimorar o elenco que estava ao meu alcance com novas habilidades.

Vale a pena?

Fãs de Star Wars podem revisitar locais lendários de seus filmes favoritos em The Skywalker Saga, com uma riqueza impressionante de detalhes e uma seleção realmente gigante de personagens. Mais do que recriar o que aprendemos a amar nos cinemas, o novo jogo da TT Games parece ter o necessário para ir além e se tornar a melhor alternativa para quem quer revisitar os mundos criados por George Lucas.

O humor, a casualidade e a densidade da aventura se unem como a oportunidade perfeita para reviver as emoções dos nove filmes da família Skywalker com o controle na mão. Tudo ainda fica muito mais nostálgico com a seleção de dubladores originais, que incluem vozes e legendas em português do Brasil.

Para quem não tem muito apego a Star Wars, o jogo não deve emocionar tanto com a falta de dificuldade, mas tem o suficiente para divertir naqueles momentos em que o jogador não quer ter muitas preocupações.