8 jogos com as melhores trilhas sonoras lançados em 2025
Por Gabriel Cavalheiro • Editado por Jones Oliveira |
A evolução de trilhas sonoras e músicas nos videogames é algo muito bonito de se ver. Dos minimalistas bits de Pong à verdadeira sinfonia de Clair Obscur: Expedition 33, a música se tornou algo inerente aos videogames há décadas.
Felizmente, 2025 representou as músicas nos jogos com maestria, trazendo o elemento não apenas como um adicional, mas como mecânica e um elemento essencial para a narrativa e a imersão.
O Canaltech reuniu os jogos com as melhores trilhas sonoras dos games em 2025. Obviamente, música é algo muito subjetivo e é bem provável que nem todo mundo concorde com a lista. Também vale notar que os jogos estão organizados em ordem alfabética e não do pior para o melhor.
8. Clair Obscur: Expedition 33
Nessa altura do campeonato é bem difícil que ainda não tenha ouvido “Lumière” de Clair Obscur: Expedition 33. E não é de se estranhar que essa e tantas outras faixas do JRPG francês tenham ficado na mente de tantas pessoas, mesmo meses após o seu lançamento. Para Guillaume Broche, diretor criativo de Expedition 33, a música é uma das partes mais importantes dos games e é o motivo pelo qual os jogos são lembrados.
Esta crença na música é elevada à décima potência quando Lorien Testard entra para o projeto como terceiro integrante da Sandfall Interactive, após Broche entrar em contato com o compositor por meio de um fórum de jogos independentes.
Não é preciso mencionar que o compositor foi um match perfeito para o jogo. Clair Obscur: Expedition 33 se destaca por fazer praticamente tudo que pretende com maestria, incluindo seu worldbuilding e elementos artísticos (como a própria técnica de arte “Clair Obscur”) inspirados na França.
A trilha sonora definitivamente apoia todo este material pesado, ganhando importância na trama e nos momentos emocionantes de forma única.
7. Death Stranding 2: On the Beach
Após seis anos, finalmente colocamos a mão em uma nova obra de Hideo Kojima. Death Stranding 2: On the Beach foi um dos grandes exclusivos do PlayStation 5 este ano e conquistou o posto de um dos jogos mais indicados ao The Game Awards 2025, incluindo nas categorias de Melhor Jogo do Ano e Melhor Trilha Sonora.
E não é para menos. Kojima tem um forte vínculo com as indústrias do cinema e da música, por isso não é de se estranhar que temos uma seleção muito bem apurada para acompanhar Sam Briggs na sequência do Death Stranding.
A trilha sonora de On the Beach é banhada por faixas originais, mas também conta com licenciadas de WOODKID e outros artistas que entregaram melodias de peso, acompanhando o mundo pós-apocalíptico e o clima solitário do jogo.
Lembre-se que em Death Stranding 2: On the Beach você irá andar bastante, então é importante que toda esta andança seja acompanhada de músicas de qualidade, sem fazer com que os jogadores enjoem rapidamente.
6. DOOM: The Dark Ages
DOOM: The Dark Ages foi uma verdadeira reviravolta para a trilogia reboot da id Software. Ao invés de seguir um caminho fácil, replicando e melhorando tudo o que vimos em DOOM Eternal, o estúdio resolveu inovar e trazer uma proposta diferente para o shooter em primeira pessoa, incluindo sua trilha sonora.
Para quem não sabe, Mick Gordon e a Bethesda se envolveram em uma polêmica devido à entrega das faixas de DOOM Eternal para os jogadores que adquiriram a versão completa do jogo. Isso fez com que o consagrado músico deixasse a parceria com a id Software, o que criou um certo ressentimento sobre a trilha sonora de DOOM The Dark Ages.
Apesar de não manter o nível de perfeição que Gordon colocou nos dois primeiros jogos, DOOM The Dark Ages foi muito eficiente ao unir a música pesada com o novo estilo de gameplay “stand and fight” do novo título. Nele não saímos por aí pulando plataformas e destruindo demônios, mas sim ficamos e lutamos, como um tanque de guerra, e a trilha sonora acompanhou essa mudança muito bem.
Claro, não espere nada como “The Only Thing They Fear is You”, mas definitivamente há vários hinos de DOOM The Dark Ages que devemos louvar.
5. Ghost of Yotei
O setor de entretenimento tem aproveitado bem o tema do Japão feudal nos últimos anos, seja no cinema, em séries e até mesmo nos videogames. Nesta onda, a Sucker Punch trouxe ao mundo o aclamado Ghost of Tsushima, com belos gráficos, mesmo para a geração passada. Neste ano, o estúdio explorou a atual ilha de Hokkaido para contar a história de Atsu, uma mercenária em busca de vingança contra os seis Yotei.
Diferentemente do primeiro jogo, a história de Ghost of Yotei se passa em 1603 na região denominada como Ezo na época. Naquele tempo, este pedaço não fazia parte do Japão, o que dava um clima de faroeste e terra sem lei na região. A Sucker Punch buscou exatamente isso na trilha sonora: unir o Faroeste do Ocidente com as melodias e instrumentos próprios do Japão.
Em entrevista ao site Earmilk, o diretor de áudio da Sucker Punch Studios, Brad Meyer, e o compositor conhecido artisticamente como Toma Otowa, revelaram que mantiveram instrumentos tradicionais do Japão como o Shamisen (o protagonista da trilha), Shakuhachi, biwa, koto e Kokyū, mas trouxeram às melodias o violão acústico, lap steel guitar e quarteto de corda.
Essa união improvável trouxe um excelente e único tom para a jornada e, convenhamos, combina muito bem com a protagonista Atsu. Diferentemente de Jin Sakai, a estrela de Ghost of Yotei não se importa com honra e vai jogar sujo para conseguir sua vingança. A trilha também é explorada em outros contextos, como no Modo Lo-Fi em colaboração com a Piano Incorporated, de Shinichirō Watanabe (Cowboy Bepop), que combina muito bem com as paisagens fantásticas de Ezo.
4. Hades II
Hades II é outro excelente exemplo de trilha sonora de games em 2025. O primeiro roguelike da Supergiant Games se destacou por suas músicas características, que davam identidade à odisseia de atravessar o inferno e vencer Hades.
A sequência resgata esse estilo e evoca um tema mais sombrio, trazendo uma temática relacionada ao tempo. Por vezes, a trilha sonora e a jogabilidade se entrelaçam, como na luta com Scylla and the Sirens, uma banda que, conforme derrotamos os integrantes um a um, seus respectivos instrumentos vão desaparecendo da música de fundo.
O compositor Darren Korb se destaca novamente por amarrar essa parte sonora com a narrativa, acompanhando o ritmo sombrio e ritualístico de Hades II e incorporando a instabilidade temporal de Chronos de maneira magistral.
3. Hollow Knight: Silksong
Não é surpresa para ninguém que o tão esperado Hollow Knight: Silksong esteja na lista, afinal “Silk” e “song” estão no subtítulo por algum motivo. No metroidvania da Team Cherry, a música é um importante elemento do reino de Pharloom e das tecelãs, espécie de inseto, sobre as quais aprendemos muito em nossa jornada com Hornet.
O primeiro Hollow Knight se destacava por suas faixas de lutas contra chefes e músicas atmosféricas que repassavam todo o peso e a melancolia de Hallownest. Foi das mãos de Christopher Larkin que surgiram obras como “Mantis Lords”, “Nightmare King” e até mesmo o próprio tema da Hornet.
O compositor retornou em Silksong e acompanhou perfeitamente o peso e as mudanças do novo jogo. Em Hollow Knight: Silksong não vamos para baixo, como no primeiro título, mas sim subimos até chegar à grande cidadela. É possível perceber isso pela trilha sonora, que vai se transformando em algo angelical, sagrado, conforme escalamos Pharloom, o que também casa com a temática religiosa proposta pela Team Cherry.
Também é visível o maior orçamento para a trilha sonora do primeiro para o segundo jogo. Larkin contou com verdadeiras orquestras e todos os tipos de instrumentos ao seu dispor para criar temas fantásticos que representaram muito bem o aumento do escopo de Hollow Knight: Silksong. É o caso da batalha contra a chefe Viúva, que conta com uma trilha regada apenas a instrumentos de cordas, afinal estamos falando de uma aranha.
2. South of Midnight
Desde que South of Midnight foi anunciado no Xbox Games Showcase de 2023, o jogo encheu os olhos por seu estilo artístico, que arranha o stop motion, e pelo Blues que traz toda a atmosfera gótica do Sul dos Estados Unidos.
Apesar de não brilhar muito no combate, South of Midnight se destaca na narrativa, no estilo visual e na trilha sonora, comandada por Olivier Deriviere. Junto com o filme de terror Pecadores, dirigido por Ryan Coogler e estrelado por Michael B. Jordan, South of Midnight é uma forte investida do Blues em obras do entretenimento, tornando 2025 um forte ano para o gênero, que explora essa região que não vemos todos os dias nos games.
As músicas de ambiente de South of Midnight são boas, mas os temas de chefes estão em outro patamar. A trilha consegue invocar a grandiosidade dos inimigos de forma impressionante, reforçando o fator impacto do jogo.
1. Sword of the Sea
Austin Wintory voltou a colaborar com o estúdio Giant Squid em Sword of the Sea, e não é para menos. A colaboração se estende desde Abzû e The Pathless, sem contar que o jogo foi desenvolvido por Matt Nava, mais conhecido por seu trabalho como diretor de arte em Journey.
Sword of the Sea usa e abusa de músicas contemplativas, acompanhando o surf nas ondas de areia de forma dinâmica e surpreendente. A trilha sonora também acaba acompanhando a narrativa do título de forma a complementar a experiência.
Wintory aproveitou tudo que tinha à sua disposição: desde coro masculino, flautas e pianos até um coral infantil. O compositor afirmou que envolveu músicos do mundo inteiro, experimentando a trilha da forma que desejava graças à liberdade que Nava concedia a Wintory.
Dezenas de outros jogos carregaram o ano quando o assunto é trilha sonora. Conforme os naos pasam, os estúdios conseguem se reinventar cada vez mais e criar identidades únicas para suas músicas.
Esses são 8 jogos com as melhores trilhas sonoras lançados em 2025 (em ordem alfabética):
- Sword of the Sea;
- South of Midnight;
- Hollow Knight: Silksong;
- Hades II;
- Ghost of Yotei;
- DOOM: The Dark Ages;
- Death Stranding 2: On the Beach;
- Clai Obscur: Expedition 33.
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