Prévia | Humankind te dá todas as ferramentas para dominar o mundo — ou não
Por Felipe Ribeiro • Editado por Jones Oliveira |
Desde quando foi anunciado, Humankind sempre transpareceu ser um game que tinha como objetivo ser audacioso e o mais completo e detalhado possível. E ao julgar pelas primeiras impressões, é possível dizer que o Amplitude Studios está no caminho certo para alcançar essa meta.
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Jogos que mesclam estratégia e história não são novidade, é verdade, mas nem mesmo Age of Empires e Civilization tentaram ou quiseram ser tão completos e densos quanto Humankind. Além das diversas mecânicas presentes dentro do jogo, o projeto da Amplitude, com o perdão do trocadilho, amplia bem o leque de opções que temos para expansão de território, conquista de outros povos e o desenvolvimento de seu povo.
Mesmo em poucas horas de demonstração, foi possível experimentar boa parte das ações presentes em Humankind, que vão desde a busca por mais terra e criação de sua tribo, bem como as negociações para entrar ou não em guerra, já que, em muitos períodos da humanidade, a coisa se resolvia assim.
O Canaltech teve a oportunidade de experimentar uma versão quase pronta de Humankind em primeira mão e vai te dar alguns detalhes que o game pode apresentar.
Passo a passo
Algo que chamou a atenção na build que testamos foi que por mais que Humankind tenha por característica ser um jogo completo, tudo é muito fácil de ser localizado no painel de controle do game, que traz todas as ferramentas e ações necessárias para a construção de sua cidade ou tribo. E mesmo que no início da campanha, que optamos por fazer como Nômades, haja muito o que fazer — sempre dentro das características do povo escolhido.
No período Neolítico, aquele em que a humanidade começa a usar ferramentas como a pedra polida, ser um nômade te traz alguns desafios. O principal é que há uma constante necessidade de se locomover e, sempre que possível, estabelecer território para o plantio de alimentos e desenvolvimento de um pequeno exército. Mas, mesmo com tamanha complexidade de se viver, conseguimos desenrolar uma boa campanha como nômades.
Isso porque o game situa o jogador muito bem dentro do período, inserindo-o em situações corriqueiras atreladas ao estilo do seu povo. As ações e comandos também são muito fáceis de serem executadas e tudo está bem explicado na tela, sobretudo em como você gasta seus turnos. Jogadores de Civilization, por exemplo, logo se habituarão a Humankind.
Depois de se situar, logo aparecerão as situações de combate e negociação com outros povos, já que todo mundo quer garantir seu pedaço de terra e ampliar ao máximo seus domínios. E, mesmo como nômades, foi possível administrar duas ou mais pequenas cidades, com ordens bem específicas de defesa e negociação. Mas se você quiser invadir outros povos, prepare-se para ter astúcia e economizar recursos, pois isso pode evitar batalhas desnecessárias.
Um ponto interessante dentro de Humankind é que seu estilo de jogo será sempre determinado pelo povo escolhido. E ele não poderá ser trocado depois do início da campanha. No jogo completo, saberemos quais estarão disponíveis desde o início.
Para progredir, precisa de fama
Além da óbvia progressão de território com guerras e exploração, algo que vai te ajudar a passar para outras eras é sua "fama", o principal atributo do jogo. Com mais fama, mais recompensas você ganha e mais fácil você irá atravessar pela linha do tempo da humanidade. E quanto mais avançado você estiver, mais recursos terá para formar seu estilo de governo e negociações, que pode ser pautado por coisas que conhecemos hoje em dia, como o mercado ou um perfil mais bélico.
Durante seu progresso, você também vai aprender a administrar habilidades da civilização, passando desde a caça e construção, até agricultura e diplomacia. Cada escolha fará diferença e moldará seu caráter como líder. Portanto, cuidado por aqui. Por exemplo: ao sempre buscar negociar trocas e produtos, os demais reinos saberão que você evita o confronto e podem colaborar em vários momentos. Entretanto, ao se tornar mais bélico, prepare-se para mais negativas em tentativas de domínio.
Além disso, o jogo monitora suas habilidades com comida, indústria, dinheiro e ciência. Portanto, tente investir um pouco do seu tempo em cada um desses setores. Isso também garante mais recompensas e uma evolução mais robusta de sua tribo/povo.
Tecnicamente bem interessante
Mesmo sendo uma versão inacabada, deu para perceber o bom trabalho da Amplitude com Humankind nos aspectos técnicos. Os mapas são bem visíveis e não há "pegadinhas", como em Civilization. Dá para explorar muito bem tudo o que o sol toca, desde que você saiba como caminhar ou navegar. Os campos, construções e ambientes são todos muito bem feitos, com gráficos bem bonitos.
Os personagens e construções foram pensados e desenvolvidos com precisão absurda, para retratar bem o período da humanidade em que estaremos. No caso dos nômades, há uma boa distinção da função de cada um dentro da tribo, como os guerreiros e aqueles que trabalham mais no campo.
Já no aspecto sonoro, Humankind não faz feio e jogar com os fones lhe permite sentir cada detalhe da terra e do mar, como se fossemos transportados no tempo.
Promete ser gigante
As primeiras impressões para Humankind são bem positivas. Mesmo sendo um jogo de nicho, será possível agradar a vários públicos, desde os mais viciados em games de estratégia até os mais curiosos por cultura e história. O tamanho do escopo do jogo, porém, deve preocupar, já que serão abordadas seis importantes períodos da humanidade.
Todas as ferramentas foram dadas pela Amplitude. Caberá a você decidir como construir seu jogo.
Humankind será lançado em 17 de agosto para PC, Mac e Stadia.
O Canaltech testou uma versão demo de Humankind a convite da Sega.