Fracasso de Vampire: The Masquerade - Bloodlines 2 é culpa da Paradox, diz CEO
Por Gabriel Cavalheiro • Editado por Jones Oliveira |

A publicadora Paradox Interactive responsabilizou-se pelo fracasso comercial de Vampire: The Masquerade - Bloodlines 2 em um comunicado para a imprensa na última quarta-feira (26). A empresa registrou uma baixa contábil (uma espécie de prejuízo registrado) de cerca de US$ 37 milhões referente a custos de desenvolvimento de Bloodlines 2.
- Por que demorou tanto tempo para Vampire: The Masquerade ganhar continuação?
- Os 10 melhores RPGs ocidentais de todos os tempos
A companhia sueca manteve altas expectativas por muito tempo em Vampire: The Masquerade - Bloodlines 2, visto que o RPG "era um bom jogo com uma propriedade intelectual (IP) forte em um gênero de amplo apelo", como afirmou o CEO da Paradox Interactive, Fredrik Wester.
"Um mês após o lançamento, infelizmente vemos que as vendas não correspondem às nossas projeções, o que torna necessária a baixa contábil", continuou o executivo. "A responsabilidade é totalmente nossa como publicadora."
Um dos principais fatores para o fracasso comercial de Bloodlines 2, apontado por Wester, foi o fato de o título estar fora da área de atuação da Paradox, que é o gênero de estratégia. O CEO não compartilhou os números de vendas do RPG, mas estimativas da newsletter GameDiscover.co apontam que foram comercializadas cerca de 112 mil cópias do jogo.
- Apesar das péssimas notícias, Wester reafirmou que a Paradox seguirá com o plano de pós-lançamento de Vampire: The Masquerade - Bloodlines 2. "Entregaremos atualizações e as expansões prometidas para o jogo no próximo ano", contou o CEO da Paradox Interactive.
O péssimo desempenho do aguardado RPG vampírico também influenciou a maneira como a Paradox Interactive irá investir em futuros projetos que fogem da sua alçada (gênero estratégia). "Daqui para frente, focaremos nosso capital em nossos segmentos principais e, ao mesmo tempo, avaliaremos como melhor desenvolver o forte catálogo da marca Mundo das Trevas (World of Darkness) no futuro", concluiu o CEO da Paradox Interactive.
Por que Vampire: The Masquerade - Bloodlines 2 deu errado?
Apesar de muito aguardado pelos jogadores por mais de duas décadas, Vampire: The Masquerade - Bloodlines 2 já mostrava sinais de que seria um jogo problemático. O RPG foi anunciado em 2019 e estava sendo desenvolvido pela Hardsuit Labs, com participação do diretor de narrativa do primeiro Bloodlines de 2004, Brian Mitsoda.
Em 2020, como parte de uma reestruturação, a Paradox Interactive demitiu Mitsoda, visto como a alma do projeto, e o diretor criativo Ka'ai Cluney. No ano seguinte, a publicadora retirou o projeto da Hardsuit Labs, transferindo o desenvolvimento para o estúdio britânico The Chinese Room (Amnesia, Still Wakes the Deep).
Com a troca, o novo estúdio realizou várias alterações no projeto e diversos cortes, mudando o enfoque do título para um RPG de ação mais linear. Nesse meio tempo, Vampire: The Masquerade - Bloodlines 2 sofreu diversos adiamentos, sendo lançado cinco anos depois do previsto, em outubro deste ano.
O jogo não foi muito bem recebido nem pela crítica nem por usuários. No Steam, o título recebeu avaliações mistas, principalmente pela "falta de alma" do projeto e pelo distanciamento da IP Vampiro: A Máscara, originalmente um RPG de mesa.
Para o ex-chefe da desenvolvedora The Chinese Room, Dan Pinchbeck, o grande problema de Vampire: The Masquerade - Bloodlines 2 foi justamente o seu título remeter a uma sequência do clássico original e criar expectativas irreais sobre o RPG. Pinchbeck tentou convencer a Paradox de que não era uma boa ideia manter 'Bloodlines 2'. Sabemos o final dessa história.
Leia também no Canaltech:
- Fique longe: Os 10 piores jogos de 2025, segundo o Metacritic
- 10 jogos retrô que estão de volta após décadas
- 7 diferenças entre JRPG e RPG ocidental
Vídeo: Nintendo Switch, PS5 ou Xbox? Ainda vale a pena comprar um console em 2025?