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Chefe do Stadia na Google aposta em cloud gaming como “console do futuro”

Por| 21 de Março de 2019 às 18h13

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Renato Mota/Canaltech
Renato Mota/Canaltech
Google Stadia

A Google anunciou, durante a Game Developers Conference, em São Francisco, nesta semana, o Stadia, nome oficial do que era anteriormente conhecido como “Project Stream”. Trata-se de um novo serviço da empresa, focado em oferecer jogos de última geração via streaming pela nuvem. Entretanto, Phil Harrison, ex-Microsoft e executivo que lidera o projeto, evitou em sua apresentação abordar o modelo de consumo do novo produto, preferindo se concentrar na tecnologia por trás dele.

Em entrevista ao The Verge, porém, Harrison jogou uma luz sobre alguns destes aspectos: o executivo insiste em manter o formato de consumo do Stadia (será por assinatura? Compra casada com algum outro produto?), dizendo que esses detalhes só virão no segundo semestre. Ele também não abriu o jogo sobre parcerias, salvo por aquelas já anunciadas na apresentação do evento.

Harrison disse que foi importante esse aspecto tecnológico ser abordado para ressaltar o tamanho ambicioso do projeto, reiterando que a capacidade do Stadia é maior do que a do PlayStation 4 e Xbox One somados, aproveitando também para assegurar que nenhum hardware novo (exceto pelo joystick dedicado e o Chromecast Ultra) será necessário da parte do usuário:

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“Nós não precisamos disso. Eu acho que essa é uma mudança fundamental que a indústria de jogos está tomando. Pelos últimos 40 anos ou mais, nós empacotamos mídia e games desde os anos 70 até ontem, e tudo era centrado em dispositivos físicos. Tudo era embalado em um disco, ou cartucho, ou fita, ou um download, ou escritos especificamente para tirar vantagem das inúmeras limitações deste ou daquele dispositivo. Nós quebramos esse ‘teto de vidro’ ao dar um data center inteiro ao desenvolvedor de jogos e sermos completamente agnósticos em relação a dispositivos. Então não, nós não precisamos de um novo console e essa é meio que toda a ideia”.

Harrison também falou sobre um possível obstáculo para o sucesso do Stadia: o projeto todo é desenhado em plataforma Linux. Desenvolvedores no geral não criam para ambientes desse tipo. O executivo, porém, se mostrou despreocupado.

“O fato de estarmos em Linux é relativamente insignificante para os desenvolvedores. É uma forma de trazer seus sistemas de arquivos para uma plataforma que é construída sobre uma série de padrões abertos, então existem milhares de ferramentas e tecnologia disponíveis na comunidade open-source. Outras plataformas e consoles também usam Linux, então isso, especificamente, não será uma barreira. A API gráfica Vulkan vem ganhando muita tração na indústria visual como o novo formato gráfico, e como você viu em nosso anúncio, temos tanto a Unreal como a Unity como ambientes de desenvolvimento para a nossa plataforma no Stadia. Se você já tem um jogo que foi construído sobre alguma dessas APIs ou motores gráficos, então será muito fácil portá-lo para o Stadia. O que nós obviamente queremos dos desenvolvedores é que eles contem com nossos pontos diferenciais e nossas capacidades únicas, e vamos ajudá-los com as ferramentas e tecnologia necessárias para trazer o melhor da Google para os seus processos criativos no desenvolvimento de novos jogos”.

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O Canaltech teve a oportunidade de testar, em primeira mão durante a GDC 2019, o Stadia. Conforme nosso primeiro hands-on apontou, a Google pede uma conexão de velocidade mínima de 25 Mbps para rodar um jogo em FullHD (1080p; 30 fps). Nosso enviado especial Renato Mota disse:

Na sua apresentação na segunda-feira (18), a Google explicou que diminuirá a latência usando um sistema que une 7.500 nós de transmissão de dados em todo o mundo. Ter um desses servidores por perto é a condição para termos games rodando em 4K e 60fps como a empresa promete, e imprescindível se quisermos títulos a 8K com 120 fps, o objetivo do Stadia (...). Não ficou claro o quanto de banda o Stadia consumirá. A princípio, o usuário estará reproduzindo um streaming de vídeo, então podemos tomar como base o fluxo regular de um filme em HD na Netflix, que consome 3 GB por hora numa TV. Para filmes em 4K, essa taxa dobra. Mas mesmo assim consumidores mais exigentes sabem que um filme em 4K no streaming não tem a mesma qualidade de um Blu Ray 4K, e isso pode ser um diferencial quando o Stadia estiver de fato no mercado.

Fonte: The Verge