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Análise | Mega Man X Legacy Collection 1 & 2 é a coletânea definitiva para fãs

Por| 01 de Agosto de 2018 às 12h02

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Capcom
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Se tem algo que a Capcom tem feito ultimamente com frequência é homenagear suas mais clássicas e conhecidas franquias. Aconteceu com Street Fighter, que ganhou a 30th Anniversary Collectionem maio, e agora é a vez de Mega Man. O robô azul de ferro, fogo e aço comemorou 30 anos como um todo em dezembro do ano passado e, em antecipação às comemorações, foi lançado Mega Man Legacy Collection 1 & 2 alguns meses antes, mais especificamente em agosto de 2017, com todos os jogos clássicos reunidos em dois pacotes.

Também em dezembro do último ano, na mesmíssima data, comemorou-se 25 anos da subsérie X, que agora ganha sua própria coletânea com Mega Man X Legacy Collection 1 & 2. O jogo foi lançado em 24 de julho e reúne desde o primeiro Mega Man X até o último jogo lançado desse arco, Mega Man X8. Além dos games, os dois pacotes são recheados de extras e trazem várias novidades e algumas ressalvas.

Bate forte o tambor da nostalgia

A coletânea por si só ganha muitos méritos por tratar de um detalhe que os fãs de Mega Man estavam sentindo falta: lançamentos de games da série clássica, da subsérie X e todas as suas outras vertentes. Para se ter ideia, o último título numerado da franquia foi Mega Man 10, que saiu em 2010 para PlayStation 3, Wii e Xbox 360. Depois disso, houveram outras coletâneas, como Mega Man Zero Collection, e crossovers, como Street Fighter X Mega Man, mas, de toda forma, fazia 7 anos que a comunidade estava carente de jogos do robozinho azul.

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De uns tempos para cá, todavia, a Capcom parece estar tomando mais cuidado com suas franquias clássicas e queridas que aparentavam estar esquecidas. Prova disso é não apenas as coletâneas que vêm saindo, mas também o recém-anunciado Mega Man 11, previsto para sair em outubro deste ano. E, com Mega Man Legacy Collection 1 & 2, que saiu em agosto de 2017, os fãs praticamente têm em mãos todos os jogos das sagas principais para PC, Xbox One, PlayStation 4 e Switch.

A última vez que isso tinha acontecido foi nos longínquos anos de 2004 e 2006, quando foram lançadas, respectivamente, duas coletâneas distintas para PlayStation 2 e Nintendo GameCube: Mega Man Anniversary Collection e Mega Man X Collection, reunindo todos os jogos em questão, com exceção de Mega Man 9 e 10, que ainda não tinham saído. Para compensar, porém, os dois pacotes eram recheados de jogos menos conhecidos e que poucos jogadores tiveram acesso.

Mas voltando ao X Legacy Collection, esta nova coletânea foi dividida em duas mais uma vez, sendo que o primeiro pacote traz do X1 ao X4, e o segundo reúne do X5 ao X8. Todos esses games saíram em anos muito diferentes e, portanto, para plataformas diversas, o que impossibilitava que todos os jogadores pudessem experimentar a saga completa. Mas não é só isso, já que a coleção também traz algumas novidades interessantes.

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Desafios para novatos e veteranos

A maior novidade na Mega Man X Legacy Collection é a inclusão de dois modos de jogo: o Rookie Mode e o X Challenge. O primeiro é como se fosse o Easy Mode do pacote, que, ao ser ativado (o que pode ser feito a qualquer momento), permite que todos os games da coletânea fiquem extremamente fáceis, ajudando a primeira viagem de jogadores novatos. O segundo é um compilado de desafios com três dificuldades (o Hard Mode é habilitado apenas depois de zerar no Normal), com o jogador passando por sequências de batalhas contra chefes.

Mas não se trata apenas de um Rush Mode, onde o jogador deve enfrentar todos os chefes um atrás do outro. No X Challenge, é necessário derrotar dois Mavericks de uma só vez, utilizando apenas três subweapons especiais e duas vidas. Detalhe que, a cada batalha contra uma dupla, apenas a energia de X é restaurada, a das armas, não. Além disso, o jogador recebe apenas 9 weapons especiais, podendo escolher 3, e se esses poderes se esgotarem, não é possível recuperá-los.

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Há ainda museu um completo da subsérie X, incluindo todas as trilhas sonoras de todos os jogos para se ouvir a vontade, com direito a um vídeo especial rodando enquanto as músicas tocam; e uma galeria de imagens que se divide em duas vertentes: a primeira é dedicada às artes conceituais de cada um dos games da coletânea, contando inclusive com artworks especialmente desenhadas para os pacotes e resumos detalhados de cada título; enquanto que a segunda é dedicada aos milhares de produtos licenciados.

Ainda no menu de extras, é possível assistir a trailers antigos dos games dos pacotes, bem como a animação Day of Sigma, um prequel que foi originalmente incluso em Maverick Hunter X, o remake do primeiro Mega Man X para PlayStation Portable – e que, infelizmente, ficou de fora da coletânea. Por fim, uma galeria de medalhas, com desafios que devem ser vencidos para que insígnias sejam desbloqueadas, também está disponível para os jogadores que adoram ser desafiados.

A evolução natural da franquia

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É de encher os olhos acompanhar ao longo dos games das coletâneas como foi a evolução da subsérie X. Conforme os jogos são experimentados, é possível ver que muita coisa mudou, e essas mudanças não estão visíveis apenas nos gráficos, mas também nas mecânicas e nas temáticas. O universo foi crescendo naturalmente, trazendo, inclusive, mais personagens ao longo da jornada de X e Zero. A partir de Mega Man X4, o lore da franquia é bastante expandido também, levando a consequências inevitáveis e arrasadoras nos títulos seguintes.

E o melhor é que ainda há espaço para mais. O game design do primeiro Mega Man X é bastante intuitivo e natural, o jogador de primeira viagem vai aprendendo aos poucos o que o X é capaz de fazer ou não, e, como sempre, o sistema de fases é pautado sobre as mecânicas de pedra-papel-tesoura, o que significa que a arma deixada por um Maverick (o Robot Master, ou chefão da fase) é o ponto fraco de outro, e assim sucessivamente.

As armaduras especiais, como sempre, estão presentes, mas é preciso encontrar suas partes ao longo das fases, bem como os subtanks e subhearts que aumentam a barra de energia de X ou Zero. No X2 existem caminhos a serem seguidos, os quais culminam em um final bom ou ruim, e no X4 cria-se a tendência de escolher entre X ou Zero, cada um com jornadas próprias. A partir do X5, é possível se abaixar, e, no X6, isso se expande para armaduras com habilidades únicas, dentre elas resistir a espinhos e/ou grudar na parede em definitivo.

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O X7 e o X8 já saem do 2D e se aventuram pelo 3D, além de introduzirem um novo personagem para o rol de protagonistas: Axl. Tudo está lá novamente, e é possível acompanhar essas mudanças ao longo da série, ou contemplá-las pela primeira vez e em sequência. São duas coletâneas completas com os principais títulos da subsérie X e que todo e qualquer fã deveria tê-las na coleção.

Nem tudo são flores

Por falar em gráficos, vale ressaltar que os jogos são basicamente emulados. Isso significa que muito pouco foi mudado na estrutura dos games – para não dizer nada. Ou seja, os problemas de framerate estão presentes, em especial nos primeiros títulos. Em determinados trechos das fases, os jogadores deverão sentir que a sequência fica em câmera lenta e, embora pareça propício em determinados momentos, não é um efeito, mas sim um defeito especial.

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A Capcom poderia ter resolvido isso mexendo no código-fonte do game, é verdade, mas isso não foi feito e, provavelmente, a intenção era manter uma experiência pura, bem próxima da original; e obviamente essa é a visão romântica dos fatos. Para não dizer que realmente nada foi alterado, o que é mentira, existem três opções gráficas em todos os jogos: a primeira deixa o visual original em pixels; a segunda é a CRT, voltada para televisores de tubo; e a última é a moderna, que suaviza as bordas quadradas dos personagens.

Essa última opção gráfica, que limpa o visual de pixels, deixou tudo com um aspecto mais moderno, mas os menus continuam com uma qualidade baixa, pois não receberam o mesmo tratamento. Nos títulos 3D, isto é, no X7 e X8, os modelos também foram remasterizados, mas os planos de fundo, objetos e outras texturas que não são exatamente tridimensionais não receberam o mesmo cuidado, uma pena.

Ainda assim, nada disso atrapalha a diversão e apreciação... Exceto, talvez, pela questão dos save points nos três primeiros jogos da subsérie. Explicando melhor: em Mega Man X Legacy Collection, cada vez que o jogador passar de uma fase em qualquer um dos games, lhe será oferecida a possibilidade de salvar o progresso. Até aqui, tudo bem. O problema é que no X1, X2 e X3, isso não funciona como deveria e, mais uma vez, isso talvez pudesse ter sido resolvido com uma mexida no código-fonte, o que não foi o caso.

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Por exemplo, no X1, quando o jogador vence os oito Mavericks principais, ele irá passar pelas fases finais, rumando e avançando na fortaleza do grande inimigo do jogo, Sigma. São três fases até que o poderoso boss final seja enfrentado, e, pelo caminho, existem diversas ameaças e batalhas definitivas, incluindo uma revanche dos oito Mavericks iniciais. Cada vez que se passa por um desses níveis finais, será oferecido salvar o progresso como sempre.

Porém, se o jogador decidir fazer uma pausa antes de enfrentar o boss final e desligar o videogame, quando ele retornar, precisará passar por toda a fortaleza do Sigma novamente, desde o começo. Quem já jogou os games da série sabe que é assim mesmo nos três primeiros títulos da série X. A partir do quarto jogo, isso não acontece mais.

Outra solução para evitar que jogadores novatos se frustrem com essa questão seria a implantação de save states. Afinal, se o jogo é emulado, o que impediria de adicionar save states, não é mesmo? Bem, não foi o que aconteceu, então fica o aviso para quando for jogar os três primeiros jogos da subsérie X: após chegar nas fases finais, não pare até zerar, ou precisará repetir todo o processo desde o início da fortaleza do chefe final.

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Um legado de respeito

Outro ponto negativo, mas extremamente pessoal, é a ausência de games extras da subsérie X que poderiam ser desbloqueados ao longo da jogatina, como é o caso de Mega Man X Command Mission ou do remake Maverick Hunter X. Ainda assim, quando colocados numa balança, os prós e os contras contrabalanceiam por algum tempo, mas, no final, são os prós que acabam pesando mais, muito mais.

Todos os contras realmente são pertinentes, e poderiam ter sido evitados, possivelmente de maneira simples, mas, novamente, não foi o que aconteceu. O motivo permanece um mistério. Além disso, não há inclusão de legendas em português nos jogos, em nenhum deles na verdade, mas um detalhe aqui faz toda (talvez total) a diferença: ambas as versões japonesas e americanas de cada um dos títulos estão presentes.

Basta apertar um botão e o jogador pode experimentar Mega Man ou Rockman. Para um fã, esse aspecto pode ser crucial, ainda mais em uma franquia que sempre sofreu com a questão da dublagem norte-americana, com um dos jogos das coletâneas, inclusive, se tornando uma péssima referência no assunto – X4, abraços! Uma pena, apenas, que as aberturas e encerramentos japoneses não tenham sido mantidos, talvez por conta de licenciamento.

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Ainda assim, Mega Man X Legacy Collection 1 & 2 são dois pacotes que, sem dúvida, vão agradar jogadores novatos e veteranos, divertindo ambos os lados por horas a fio com suas novidades ou nostalgias. Vale a compra, sem dúvidas.

Mega Man X Legacy Collection 1 & 2 está disponível para PlayStation 4, Xbox One, Nintendo Switch e PC. No Canaltech, o jogo foi testado no PS4 com cópia digital cedida gentilmente pela Capcom.