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Alan Wake Remastered | Vale a pena jogar (de novo e pela primeira vez)

Por| Editado por Bruna Penilhas | 15 de Outubro de 2021 às 16h03

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Divulgação/Epic Games Publishing
Divulgação/Epic Games Publishing

A história mostra que Alan Wake, um escritor famoso, mas com problemas criativos, não gosta muito de ser idolatrado. Do lado de cá da tela, o jogo que contou sua saga é um clássico cult, figurinha fácil na lista dos jogos de terror mais legais da geração Xbox 360, mas sem nunca receber uma continuação de verdade. Entre um segundo episódio com cara de spin-off e aparições em Control, a mítica sequência permanece como um sonho dos fãs que, agora, ganhou um pouco mais de força.

Alan Wake Remastered traz o original de volta para mais plataformas, ao lado dos DLCs que complementam sua história. American Nightmare, ficou de fora, mas entrou um conjunto visual completamente novo, que trouxe os recursos de hoje para um game que, lá em 2010, já utilizava a iluminação como um elemento essencial em sua história e jogabilidade. Ou seja, em um mundo em que ray tracing, maior detalhismo e comportamentos realistas de efeitos são a norma, já dá para imaginar o que nos espera.

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Em seus elementos centrais, a experiência é basicamente a mesma, só que muito mais bonita. Os gráficos de encher os olhos aparecem desde o começo, quando Alan está chegando de balsa à cidade, e se reflete nos momentos de combate, com partículas mais realistas e cenários que evidenciam ainda mais seu design original. Focos de luz, holofotes e postes eram usados tanto como caminhos de salvação quanto direcionamento pelos mapas, e com um contraste maior, resolução mais alta e hardware plenamente disponível, se tornaram mais gritantes na tela — algo evidente nos momentos de tensão.

É neles, entretanto, que está uma das grandes ausências da remasterização e a pedra nos sapatos do escritor. A jogabilidade, sempre uma questão a ser comentada quando se fala na obra da Remedy, aparece inalterada, para o bem e para o mal; adicionar elementos modernos a um game com mais de uma década de existência pode quebrar as coisas, mas ao mesmo tempo, não é como se os controles de Alan Wake fossem brilhantes.

Muito pelo contrário. Mesmo mais bonito e com uma aparência ainda mais similar à de Ikka Villi, ator que deu rosto ao protagonista, Alan Wake ainda tem o velho pulmão de fumante, sendo incapaz de correr mais do que meia duzia de passos sem se cansar. A mira também continua tendo aquela vida própria que falha nos momentos mais inoportunos, enquanto fugir, pelo motivo anterior, nem sempre é uma opção, mas acaba sendo necessário em diferentes momentos mais tensos do game.

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Estamos, claro, falando de uma remasterização, o que implica na entrega do exato mesmo game do passado, apenas com melhorias gráficas. E nesse sentido, Alan Wake Remastered aparece como um dos exemplos mais corretos, daqueles que preserva e melhora tudo o que havia de especial no original, sem que os visuais modernos desfigurem seu aspecto clássico. É como uma edição especial de um ótimo livro do passado, em papel de alta gramatura e capa dura de luxo, mas com aqueles erros de ortografia aqui e ali, inalterados.

Aliás, falando nisso, é importante citar que o título, finalmente, ganhou uma localização oficial em português brasileiro, algo que antes estava disponível apenas pelas mãos dos fãs na versão PC do game. Os menus estão no nosso idioma e todo o jogo está legendado, o que vale também para os comentários do roteirista e diretor criativo Sam Lake — um fator que, por si só, vale pelo menos mais uma jogada até para quem já conhece a história de cor e salteado.

Vale da estranheza

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A maior mudança, e que será sentida logo no início, é o rosto de Alan. Como dito, ele se parece ainda mais com seu modelo humano, e gera alguns momentos de bizarrice que vão além da própria história. Encaixar um rosto bem definido a uma animação de 2010 não gerou o melhor dos resultados.

Entre olhares de peixe morto, personagens que não piscam e a clara impressão de que o protagonista recebeu um tratamento personalizado, ao contrário de todos os outros personagens, uma das principais adições da remasterização caminha entre o incrível e o absurdo. Claro, é muito bom ver Alan em nova forma, com um rosto mais realista e menor distanciamento entre as fotos e os visuais digitais, mas você não vai conseguir parar de olhar enquanto ele deita a cabeça de maneira bizarra ou fala olhando para a testa de seus interlocutores.

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Quando desviar o olhar dos rostos, porém, o jogador notará texturas com um nível de detalhe absurdo. Dá para ver pelos nos braços e pernas dos personagens, o tecido no paletó do protagonista e os elementos do cenário de forma mais clara do que nunca. Tudo isso está de acordo com o propósito narrativo da Remedy, que esconde referências e citações em todo canto.

Até mesmo quebras de quarta parede são feitas, com a adição de QR Codes em locais óbvios, outros nem tanto, levando a novas peças em vídeo que podem ser acessadas pelo celular do jogador. Assim como a série de TV Night Springs, são elementos adicionais que merecem ser vistos pela absurda qualidade de produção, e também porque escondem segredos a uma trama que, por si só, já tem muitos detalhes.

São elementos que adicionam valor a uma segunda jogada, principalmente para quem já conhece o original, assim como os próprios visuais, que fazem de Alan Wake Remastered a edição definitiva do jogo. Boa notícia, inclusive, para os jogadores de plataformas PlayStation, que estão tendo acesso ao título pela primeira vez nesta nova versão e, finalmente, saberão o motivo de tanta aclamação à Remedy e uma de suas principais obras.

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Se uma sequência virá ou não, é difícil saber, principalmente com a empresa envolvida em títulos como Crossfire X, que representam um grande foco de atenção da Microsoft neste momento. A chama da vontade dos fãs, entretanto, nunca queimou tão forte e, ao ser apresentado a todo um novo público, bem como reintroduzido aos fãs de sempre, o título se encontra na sua melhor posição desde o lançamento original.

Alan Wake Remastered está disponível no PC, PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox One, Xbox Series X, e Series S. No Canaltech, o game foi testado no Xbox Series X, em cópia digital gentilmente cedida pela Epic Games Publishing.