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Review | Sony MDR-ZX110: o "pé-de-boi" que tem bons graves!

Por| 22 de Dezembro de 2020 às 13h00

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Luciana Zaramela/Canaltech
Luciana Zaramela/Canaltech
Tudo sobre Sony

Hoje em dia, o hype em torno dos fones de ouvido com isolamento de ruído e conexão sem fio é bem grande, mas isso não significa que você esteja no mesmo barco dos entusiastas na sua busca por um companheiro para ouvir música, certo? Vamos analisar aqui um fone bem baratinho, porém com assinatura sonora da Sony, que você encontra nos principais varejistas e e-commerces brasileiros.

Acessível, prático e super básico, o Sony MDR-ZX110 é um fone popular com precinho camarada. Não traz nenhuma perfumaria extra, já que é um modelo "econômico": sua conexão é cabeada, ele é supra-auricular e é todo construído com plástico. Mas, mesmo assim, pode ser uma boa escolha para você. Nesta análise, a gente conta tudo sobre ele!

Sony MDR-ZX110: design e ergonomia

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Uma palavra para definir o MDR-ZX110: simplão. O pé-de-boi da Sony. Este modelo on-ear está posicionado no primeiro lugar do segmento de entrada a linha de fones de ouvido da marca, e por isso mesmo ele é básico, muito básico. Em termos de design, a Sony colocou materiais leves, quase totalmente plásticos, e pelo preço que cobra no mercado, não espere muita resistência. É um fone baratinho, mas que se você cuidar direitinho (guardando numa bolsinha e cuidando para o cabo não quebrar), terá com você por um bom tempo.

Levíssimo, o fone tem apenas 132 gramas, o que é uma beleza para quem quer conforto durante longos períodos de uso, embora o arco seja totalmente plástico, sem qualquer revestimento. Além disso, o fone é dobrável, pode ser guardado facilmente em uma bolsa ou na sua mochila — lembrando que a embalagem não traz nada além do próprio MDR-ZX110. E por falar em embalagem, o fone vem em um blister plástico e pode ser facilmente encontrado nas gôndolas de produtos de som de hipermercados.

As conchas possuem acabamento brilhante na parte externa, onde trazem também a logo da Sony, e são articuladas. Já na parte interior, as almofadas que as revestem são bastante simples, porém vêm com espuma com boa memória. O material que reveste as almofadas é sintético e super fino, portanto vale a pena sempre limpá-las após o uso com um paninho seco para evitar que se desgastem muito rápido, já que nosso suor pode desgastá-las com o tempo. Não são intercambiáveis, ou seja, não é como em fones de ouvido como o Koss Porta Pro, que você compra a espuma um tempo depois de elas terem se desgastado com o uso.

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O arco é super simples e super plástico, mas tem regulagem de sobra para vários tamanhos de cabeça. Aliás, além disso, a flexibilidade do arco também é bacana, o que conta pontos a favor caso você queira usar o fone de óculos ou de boné, por exemplo. O conjunto abrange bem a cabeça, não incomoda e muito menos fica escorregando.

Algo de que gostamos bastante foi o cabo, em formato de Y, mas com flexibilidade e resistência bem legais para um fone baratinho como este. Apesar de a conexão do cabo com as conchas não contar com qualquer reforço (e você precisar estar atento a isso para não quebrar o cabo nesse local), nem ajuste/regulagem, a parte que se conecta ao seu smartphone ou computador (ou qualquer outro equipamento de áudio) é reforçada. O plugue P2 em L é simples, porém reforçado com plástico, e o cabo é todo emborrachado, e possui comprimento de 1,2 metro.

Nosso modelo de testes veio na cor preta, mas você também encontra o MDR-ZX110 na cor branca. Apesar do material simples, o fone tem bom acabamento e traz o tradicional cuidado da Sony em produzir bons equipamentos, mesmo que baratos.

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Sony MDR-ZX110: conectividade

Para ouvir música, é só "espetar" seu fone no celular ou qualquer outra fonte com saída P2 de áudio — o famoso conector de 3,5 mm. A entrada, que já se tornou obsoleta em boa parte dos smartphones à venda no mercado, ainda é algo que divide opiniões. Portanto, se você tem um celular com entrada para fone de ouvido ou um adaptador que suporte o conector de 3,5 mm, o MDR-ZX110 vai ser um bom companheiro.

Fones cabeados trazem uma vantagem sobre fones Bluetooth, principalmente se o seu negócio é assistir a vídeos ou mesmo jogar no celular. Não existe latência (atraso) no som em relação ao vídeo — coisa que apenas os modelos mais sofisticados do segmento sem fio conseguem diminuir com qualidade. No entanto, pelo menos até agora, nada se iguala a um fone cabeado.

O MDR-ZX110 não possui microfone, portanto não serve para você conversar com amigos ou colegas de trabalho em reuniões no Zoom, Skype, Meet ou Teams, por exemplo. Ele é destinado apenas para audição, isto é, apenas para quem vai ouvir música ou assistir a filmes e séries no telefone ou no computador, bem como em equipamentos como MP3 players, iPods e qualquer outro no estilo "Walkman".

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Aliás, como o modelo é completamente cru, não espere nenhum tipo de controle de volume ou de faixas musicais. Se você for escutar música no celular pelo Spotify, por exemplo, não há um "controlinho" no cabo para você avançar ou retroceder faixas, reproduzir ou pausar o som, aumentar ou diminuir o volume. Você vai continuar fazendo tudo isso pela própria tela do celular ou pelo equipamento que estiver usando para curtir seu som.

O som do Sony MDR-ZX110 é bom?

Essa é a pergunta de um milhão de dólares! Será que um fone barato, mas com assinatura Sony, consegue entregar um som decente? Tem graves legais? Soa como um fone de brinquedo? Vamos, agora, destrinchar essa relação entre custo e benefício.

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Testamos o fone plugado diretamente em uma placa de áudio Focusrite Scarlett 2i4, usando o Spotify em 320 kbps.

Graves

Surpreendentemente (ou não), a Sony colocou tudo o que pode para trazer ao fone o melhor que poderia dentro do custo de produção do brinquedinho. A qualidade sonora nos impressionou, porque quando você tira um fone muito plástico da caixinha estilo blister, já não espera muita coisa… certo? Daí vem a surpresa: graves encorpados, bem definidos, presentes e incrivelmente gostosos de se ouvir. Os drivers de 30 mm deram conta do recado.

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A primeira música que testamos foi You Know What I Mean, do Jeff Beck, um funk-rock com graves bem marcantes. O contrabaixo faz a marcação fortíssima da música e vem com tudo nos fones, sem sobrepor nenhum outro instrumento de outra faixa de frequência. Enquanto os graves estão lá, firmes na marcação, você escuta claramente os pianos elétricos, a guitarra de Jeff Beck, a guitarra base funkeada, os agudos dos chimbais e guitarras, tudo em seu devido lugar, cada um na sua caixinha. Ponto positivíssimo para o ZX110!

Em 911, da Lady Gaga, os graves também impressionaram. O fone não entrega subgraves consistentes de fazer tremer sua cabeça, até porque... pudera, né? Mas ele é bom de ganho. Se você aumentar o volume (cuidado com a sua audição, hein?), vai sentir pressão. Músicas com batidas eletrônicas e ricas em instrumentos graves como contrabaixo, sintetizador, bumbo, vão soar muito bem no ZX110. Essa da Gaga, por exemplo, soou redondinha, com o devido peso nos graves, sem atropelos nem saturação nas frequências mais baixas. Pelo valor que você paga num fone desses, não vai ter do que reclamar nos graves.

Só para dar um plus, escutamos Baby I'm Jealous, da Bebe Rexha com a Doja Cat, só para sentir o peso dos graves e… sim, pressão! Graves bacanas, sim! E vamos continuar falando dessa música abaixo, na seção de médios.

Médios

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Fica claro que a Sony optou por turbinar os graves para acertar no público jovem, que curte um som mais encorpado, com graves marcantes, música eletrônica, pop... tal e coisa. Para tanto, algumas músicas podem mostrar que médios e agudos ficaram um pouquinho de lado nesse sentido. A própria Baby I'm Jealous, apesar de começar com um filtro que corta as frequências altas nos vocais, também mostra uma leve emboladinha nos médios-graves com os médios-agudos, já que a música tem muitos efeitos de sintetizador, além de uma série de efeitos sobre os vocais. Isso embola um pouco em alguns trechos da música, mas nada que vá te fazer desistir do fone.

E por falar em médios, vamos de uma música super vocal, brasileira, para entender essa "mistureba" aqui: Em Pra Você Guardei O Amor, de Nando Reis com Ana Cañas, temos uma "disputa de médios" entre a voz dele, a voz dela e o violão de aço. Aqui, ouvidos um pouquinho mais exigentes vão entender que os médios carecem de definição, mas, de novo: o fone é de entrada, e não dá para exigir médios super bem tratados nele, não. Ficou claro que a Sony pegou forte nos graves, mas os médios, realmente, ficam aquém. Essa música, especificamente, mostra que médios-graves se embolam nos graves, e sobrepõem os médios-agudos. Ainda mais que, aqui, não temos contrabaixo para marcar os graves, e nem percussão/bateria para marcar os agudos. Então… é isso. Médios bem… "médios" mesmo.

Agudos

Músicas masterizadas com menos instrumentos graves acabam mostrando agudos legais aqui no MDR-ZX110. Apesar de não serem ases da presença e do brilho, os agudos deste fone vão cumprir um papel bem legal caso você escute estilos como rock, soft-rock, folk, MPB e demais estilos sem batidas graves muito insistentes ou consistentes.

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Uma música legal para falar de agudos é o medley Uncle Albert / Admiral Halsey, do Paul McCartney. Tem uma vasta inclusão de efeitos e instrumentos agudos, além de vocais que exploram muito bem os agudos (principalmente na parte de Admiral Halsey, que até as guitarras super Beatles soam com notas bem altas). No início da música, chimbais e caixa soam super bem, bem como os riffs de guitarra e as notas falseteadas do vocal de McCartney. O efeito da chuva de fundo também mostra que os agudos estão bem posicionados no fone. Há um crescendo, com cordas no fundo, que não disputam com médios e muito menos canibalizam agudos. A passagem instrumental que chama para o começo de Admiral Halsey também tem agudos decentes, até chegar ao final de Uncle Albert, com backing vocals femininos e a "voz de megafone" de Paul bem alocadas. A marcha que inicia Admiral Halsey é beeeem aguda, em praticamente todos os sentidos, exceto a marcação. E tirando a marcação de chimbal (que soa um pouquinho recuada no fone da esquerda), médios-agudos e agudos se destacam, e muito, nessa música, aqui no ZX110.

Mas isso quer dizer que o fone é um sucesso absoluto em agudos? Não, porque no exemplo de cima, pegamos, especificamente, uma faixa riquíssima em frequências altas em vários instrumentos e vocais. Se formos pegar uma masterização/mixagem mais recente, como é o caso de Só Sei Dançar com Você, da Tulipa Ruiz, a a coisa muda de figura… a faixa começa com uma base de guitarra limpa e a voz soprano de Ruiz em plena harmonia e volume. Quando vai crescendo, com mais guitarras, teclados, percussão e contrabaixo, aí a voz de Ruiz vai se esvaindo. A notas graves da base da segunda guitarra, baixo e bumbo consomem muito em ganho e mandam os vocais da cantora lá para o fundo da gravação. Ela faz um dueto vocal com Zé Pi nessa faixa. Quando ele sola, com sua voz médio-grave, esse problema dos agudos na presença vocal diminui. Nota: frequências mais altas, na casa dos 6 kHz a 10 kHz, aparecem bem. O ponto fraco está na região dos 500 Hz a 1 kHz.

Sony MDR-ZX110: isolamento passivo de ruído

Esse modelo da Sony, por ser supra-auricular (on ear), não confere um isolamento passivo muito legal, apesar de ter as conchas fechadas. A menos que você curta um som em volumes mais altos, vai conseguir ouvir bem as coisas ao seu redor, principalmente ruídos mais graves. No entanto, era isso mesmo que a gente esperava.

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O som vaza bem para que, quem estiver sentado perto de você, por exemplo, escute aquilo que você está ouvindo — principalmente, é claro, as frequências mais altas. Em nossos testes, o som vazou bastante. Então fique atento caso for ouvir aquele áudio confidencial no WhatsApp com ele… melhor colocar em volumes bem baixinhos ou ir para longe.

Sony MDR-ZX110: preço e onde comprar

Você encontra o MDR-ZX110 no mercado brasileiro por uma média de R$ 80, e ele é altamente acessível, tanto em preço, quanto em disponibilidade. Além de ser fácil encontrá-lo em lojas físicas de equipamentos de som e informática, bem como em lojas de departamentos e hipermercados, você o encontra em praticamente qualquer loja online. No Magalu, ele sai a partir de 80 reais. Já a Sony, em seu site oficial, está cobrando R$ 110 por ele. Esses valores não incluem frete.

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Quer uma boa dica, aliás, para comprar este e outros modelos de fones de ouvido? Fique ligado no Canaltech Ofertas! Nossa equipe está sempre de olho nas melhores ofertas do varejo nacional para trazer os melhores preços do mercado — tanto em fones de ouvido quanto para vários outros tipos de gadgets, periféricos, computadores, games, televisores, eletroeletrônicos e acessórios.

Sony MDR-ZX110: ficha técnica

  • Peso: 120 g (sem cabo)
  • Tipo: fechado/dinâmico
  • Capacidade: 1.000 mW
  • Driver: Dinâmico de 30 mm, tipo dome
  • Resposta de freqência: 12Hz – 22.000Hz
  • Sensibilidade: 98 dB/mW
  • Impedância: 24 ohm (1 KHz)
  • Cabo: Tipo Y, 1,2 m
  • Conector: stéreo em forma de L, dourado

Sony MDR-ZX110: que vem na caixa

  • Sony MDR-ZX110
  • Manual de instruçõesSony MDR-ZX110:

Sony MDR-ZX110 vale a pena?

E aí, pagar R$ 80 no MDR-ZX110 vale a pena? Nossa resposta é: ô, se vale! Principalmente se para você:

  • Áudio cabeado não for problema;
  • Seu telefone, computador e gadgets principais tiverem saída de áudio de 3,5 mm
  • A grana estiver curta, mas a exigência por uma qualidade decente for latente
  • Você estiver procurando um bom fone barato que tenha graves legais enquanto trabalha, assiste a um vídeo no computador ou até mesmo vá às compras;
  • Você quer reviver seu antigo Discman/Walkman/MP3 Player/iPod.

A qualidade sonora do MDR-ZX110 traz assinatura sonora Sony, trazendo o melhor possível em áudio dentro de uma carcacinha frágil, super plástica e que, realmente, parece de brinquedo. A construção do fone é o ponto mais fraco dele, já que ele não apresenta muita resistência. Se você se considera uma pessoa estabanada, é melhor redobrar os cuidados ao usar seu fone e cuidar de encontrar uma bolsinha para guardá-lo após o uso, sem dobrar o cabo, enrolando-o direitinho.

O cabo, aliás, suportou bem nosso período de testes, mas somos cuidadosos. Ele segura muito bem as pontas do áudio, aliás. Uma dica para enrolar o cabo, ao guardar o fone, é dar as voltas em torno dos quatro dedos da sua mão para evitar quebras no fio de áudio que passa em seu interior. Assim:

É um fone bonitinho? É. Discreto, não machuca a cabeça, confortável para usar mesmo por longos períodos. Nosso uso foi praticamente todo em home-office, ouvindo música durante o trabalho. Não recomendamos usar o MDR-ZX110 para praticar atividades físicas, por dois motivos: ele não te dá liberdade de movimentos, por causa do cabo; e ele não tem estabilidade suficiente na cabeça para aguentar o tranco. Pode cair. Não é um fone para isso, entende?

Quanto ao áudio, a grata surpresa: é difícil a Sony utilizar componentes em seus fones que entreguem som de radinho de pilha, e aqui no ZX110 fomos surpreendidos com a qualidade dos graves. É um fone com presença e impacto que pode te surpreender, também. Para curtir rock, pop, música eletrônica, hip hop, funk, sertanejo, ele vai que vai. De maneira geral, tem um perfil sonoro bem agradável e bacana, principalmente se você não for muito ligado em nerdices sonoras, a ponto de ficar avaliando, a cada música que toca, se os agudos estão bem alocados, se os médios estão recuados e blablablá.

Se você tomar os cuidados necessários, cuidar bem do seu fone e não submetê-lo a atividades que, claramente, não são para ele, vai ter fone por um bom tempo. Recomendado!