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Análise | MDR-EX15AP e MDR-EX15LP, dois fones legais e bem baratinhos da Sony

Por| 24 de Março de 2020 às 21h25

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Análise | MDR-EX15AP e MDR-EX15LP, dois fones legais e bem baratinhos da Sony
Análise | MDR-EX15AP e MDR-EX15LP, dois fones legais e bem baratinhos da Sony

Se você está buscando um fone de ouvido baratinho para curtir suas músicas no dia a dia mas não abre mão de reputação de marca, veio ao lugar certo. A Sony é famosa por fabricar fones de altíssimo nível, para amantes de música, amadores e profissionais, e também faz sua parte no mercado de entrada, com modelos mais populares e a preços beeem mais acessíveis.

Esse é o caso do MDR-EX15AP, modelinho in-ear baratinho que, ao lado do MDR-EX15LP (ah, a Sony com esses nomes de fones…), faz dupla entre os mais baratos modelos do portfólio da empresa . Ambos são exatamente o mesmo fone, com uma diferença: o EX15AP tem controle no cabo para você atender e recusar chamadas no seu celular (iPhone ou Android). Se seu negócio é só ouvir música e não atender ligações pelo fone, o EX15LP pode ser o modelo para você.

Design & Ergonomia

Como temos aqui fones baratinhos, super de entrada mesmo, não vamos esperar nada de "uau" na construção desses carinhas. São modelos frágeis, bastante simples, bem plásticos, mas que levam um peso a mais por carregarem a marca da empresa japonesa em suas cápsulas e trazerem a expertise da marca — mesmo sendo aparelhos "budget", ou seja, econômicos. Essas cápsulas, aliás, são feitas de plástico super leve, e são bem pequenininhas. Tão pequenas que têm praticamente o mesmo tamanho das ponteiras de silicone, que entram no conduto auditivo.

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Os fones não são sem fio. Pelo contrário, trazem o tradicional conector de 3,5 mm em L na ponta do cabo, que inclusive, torna-se um limitador para modelos de smartphone ou computadores mais modernos, sem esse tipo de conectividade — a menos que você opte por usar um adaptador, como no caso dos iPhones, que já vem na caixa. O cabo é todo emborrachado, arredondado e também bem frágil, desde a parte que se conecta com os fones até a que envolve o conector. Ou seja… o EX15AP e o EX15LP não são modelos que possam ser chamados de resistentes e é preciso ter delicadeza ao enrola-los e usa-los no dia a dia, caso você queira tê-los por mais tempo.

O legal é que são fones bastante leves, e para quem está acostumando com in-ears cabeados, basta tomar a tradicional dose de cuidado no manuseio destes modelos para que o cabo não seja danificado por puxões, dobramentos ou descuido. Evitando quedas, a cápsula que reveste os drivers (falantes) também pode durar um tempo considerável. Mesmo sendo modelos baratinhos, é legal cuidar bem deles para evitar dor de cabeça quando você mais precisar do seu som. Uma boa dica é colocar o cabo por dentro da camiseta, por exemplo, quando for sair ou caminhar com os fones, e conectá-lo ao smartphone no bolso da calça.

Em termos de ergonomia, não tem onde por defeito: a leveza e a ponteira universal dos fones fazem com que o uso, mesmo prolongado, seja bastante confortável. Não machucam, nem incomodam. Não pesam, nem escorregam. E de quebra isolam bem o som ambiente, já que a pressão do silicone no conduto auditivo tem seu lugar e exerce seu papel.

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Nos nossos testes, usamos os fones para atividades domésticas e exercícios leves, como pular corda, fazer abdominais e pedalar na bike ergométrica. Nada disso foi limitador: com o celular no bolso ou junto ao corpo (naquelas braçadeiras, por exemplo) e o cabo passando por dentro da roupa, usá-los foi bem confortável em todas as atividades, inclusive no trabalho, também. Para quem procura um foninho cabeado para ser o famoso "pau para toda obra", pode ser uma boa escolha. Mas isso nós vamos decidir ao final desta análise.

Conectividade

Ambos os modelos trazem um conector de 3,5 mm na ponta, isto é, são analógicos e precisam de uma fonte compatível para funcionar. Por isso, dependendo do seu computador, smartphone ou qualquer outro aparelho que emita som, é necessário verificar essa compatibilidade ou então usar um adaptador para fazer seu fone funcionar.

O legal dos fones cabeados é poder usá-los para assistir a filmes, séries e vídeos no celular sem a famigerada latência (atraso) dos fones sem fio. O mercado está cada vez mais próximo de fabricar fones com latências imperceptíveis, ainda mais com as tecnologias de pareamento sem fio que temos atualmente, mas nada substitui, pelo menos por enquanto, o bom e velho cabo.

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Se você gosta de usar o celular para assistir a vídeos ou mesmo jogar e não quer atrapalhar ninguém ao seu redor, terá a vantagem do fone cabeado entregar o áudio em tempo real, sem atraso nenhum em relação à imagem que aparece na tela.

Microfone (MDR-EX15AP)

O microfone é um mimo a mais do EX15AP, já que esse componente está descartado no EX15LP. Mimo mesmo, porque quebra um galho, mas não se sai bem em ambientes movimentados, por exemplo. E por ficar preso ao cabo, um pouco distante da boca do usuário, pode ser que você se veja puxando o módulo onde ele está diretamente para frente da sua boca para fazer com que o interlocutor te escute melhor. Ele não lida bem com vento e locais muito barulhentos, mas também pudera... se você quiser usar o fone para trabalhar ou para conversar com amigos no Skype, por exemplo, vai dar certo.

Esse módulo é o mesmo onde está localizado o botão de comando. Acoplado no cabo do fone esquerdo, ele traz também um microfone simples para que você possa atender e realizar chamadas sem precisar tirar o celular do bolso. Pelo valor do fone, é legal ter esse tipo de funcionalidade, mesmo que simples.

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Controles

E falando no tal módulo, ele traz um único botão que é multifuncional. Ao plugar o cabo no seu smartphone (nos nossos testes, usamos um iPhone com adaptador), basta você executar os seguintes comandos para ouvir música, atender chamadas e usar o assistente de voz do aparelho:

  • Um toque longo: ativa o assistente virtual (Siri, Google Assistente) do celular;
  • Durante chamadas, pressione uma vez para atender, duas para encerrar; um pressionar mais longo, de dois segundos, rejeita a chamada.
  • Música: pressione uma vez para reproduzir ou pausar; duas para pular para a próxima faixa; três para retroceder uma faixa.

Sem mistério.

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Teste do som

Mesmo que sejam modelos bem simples, estamos falando da Sony, aqui. A marca conhece bem a dosagem da relação custo-benefício, e mesmo que estes dois sejam modelos de entrada, podem te surpreender, se o seu negócio é ouvir música com uma boa dosagem de graves, principalmente. Vamos à análise por faixa de frequência.

Graves

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Cada lado do fone traz um microdriver de 9 mm, feito de neodímio. Isso é uma surpresa e tanto, afinal, dá aos modelos uma dose bem bacana de pressão e até mesmo de profundidade nessas frequências mais baixas, o que confere energia suficiente para agradar aquela galera que gosta de batidas bem presentes e marcantes. Não é o tipo de grave que estoura seus miolos nem bufa nos seus ouvidos, mas é o tipo de grave que vai agradar a grande maioria dos ouvintes, principalmente levando em consideração o valor baixo desses modelos no mercado. Para música eletrônica, é uma ótima pedida. Mas vai além, o que faz do fone um modelo versátil e com graves bastante presentes.

Em On & On, do Alok & Dynoro, a resposta de graves e subgraves é bastante agradável, e muito expressiva. Aliás, se você pensa em usar esse fone na academia, apesar de ele não ter certificação que o torne resistente ao suor, pode gostar do resultado — principalmente ouvindo essas batidas eletrônicas (electro, house, dance e congêneres). O fone não incomoda, e traz graves marcantes por um preço super acessível. Só cuide para não levá-lo para um treino em que você vai suar demais. Para treinos leves a moderados na academia, é super ok.

Os subgraves existem? Sim, existem! Mas não são profundos como em fones mais caros, obviamente. Deep In My Soul, de Rob & Jack, toca muito bem nos fones, mas quem conhece o hit sabe que ele é mais "pancadão" nos subgraves do que realmente soa nos modelinhos da Sony. Mas, pelo preço que você paga num desses, o que ele te entrega de subgraves não é nadinha mal. Vem profundidade, mas não tão rica a ponto de impactar os ouvidos, se é que você me entende.

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Médios

Mudando completamente o estilo e a vibe musical, para testar médios o melhor é usar músicas com bastante instrumentos e vocais nessa gama. E apesar dos graves serem a faixa mais marcante do EX15AP e do EX15LP, eles não sobrepõem (tanto) os médios, fazendo com que médios-graves soem bem, embora recuados em comparação com as frequências mais baixas.

É o que senti em Green Earrings (Live), do Steely Dan. A tendência sonora é puxar pelo lado grave, muito embora a voz de Donald Fagen soe bem média e alcance boas notas agudas. A base de piano elétrico e guitarras aparece super bem, e quando a música cresce com fraseados do trio de metais, fica bacana entender como os médios são entregues pelo modelo. A linha do baixo contrapõe-se com a base, mas a voz de Fagen fica levemente recuada, principalmente quando entra a disputa graves-agudos, mostrando que esse é um modelo de fone que leva o clássico padrão V-Shaped de equalização: chuva de graves, agudos no topo, médios recuados. Percebi um leve embolar nas frequências médio-agudas e agudas, e falaremos disso logo mais.

A famosíssima All About That Bass, da Meghan Trainor, mostra isso de maneira muito didática. Por ter graves super marcantes e bumbos que tornam a batida ainda mais pesada, a música perde equilíbrio e os vocais (e backing vocals) ficam ali, na luta para ver quem chega primeiro aos ouvidos. O sax barítono perde um pouco em definição, assim como acontece durante todo o refrão com todos os instrumentos melódicos dessa faixa. Em outras palavras, médios não são o forte desses fones, embora, sim, sejam ok.

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Agudos

Tal como os graves sobressalentes, os agudos também receberam um tratamento especial para passar a impressão de brilho, clareza e presença. Sabemos que isso é algo incremental e que não soa natural, mas vá lá… estamos falando de foninhos de entrada para uso diário.

Alright, que estourou na década de 1990 pelo Supergrass, é uma música que mostra o quanto isso é verdade: os agudos são bem pimpadinhos, as guitarrinhas rítmicas e o piano agudo aparecem bastante, mas na região de pratos e chimbais, percebe-se uma perda considerável de definição. Um gargalo que parece que todas as músicas soem um pouco enlatadas nos agudos e mostra o quanto são artificiais. E sim: em todas as músicas que testamos, tivemos essa impressão e, mais além: os graves atropelam muito. Até os vocais soam mais graves e o fone perde bastante em ambiência, já que os agudos não são nem um pouco naturais. Mas isso vai interferir sua experiência sonora no dia a dia, se o seu negócio é gastar poucos reais num fone para tacar na lida? Sinceramente, não. Se você quisesse um fone com boa definição (de alta a altíssima), não estaria aqui lendo essa análise.

O Eels tem uma baladinha chamada That Look You Give That Guy que também mostra o quão graves esses foninhos são. Nessa faixa, os vocais são médio-graves, as guitarras são graves, o baixo nem se fala… isso acaba sobrepondo a percussão e, especialmente nessa faixa, tornando-a saturada na região baixa e pobre na região alta. Ao analisar graves em separado, pode soar adorável; mas ao analisar os agudos, a sensação que tive foi: cadê o agudo que estava aqui? O grave comeu.

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Isolamento passivo e vazamento

Por serem modelos que se encaixam muito bem nas orelhas, tanto o EX15LP quanto o EX15AP trazem um excelente nível de isolamento passivo de ruído. Eles vedam o canal auditivo de tal maneira que, pela pressão, te imergem no seu mundo musical e, dependendo do volume (médio a alto), você não consegue ouvir nada ao seu redor. Então muito cuidado ao usar esses foninhos para atividades nas ruas, como corridas, caminhadas e pedaladas.

O vazamento de áudio é mínimo ou inexistente. Se você estiver com os fones, o colega que senta ao seu lado no escritório não vai ouvir sua música, nem se ele se esforçar bastante para isso.

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Preço e onde comprar

Você encontra o MDR-EX15AP e o MDR-EX15LP no mercado brasileiro por uma média de R$ 30 e R$ 80, respectivamente. Na Amazon, por exemplo, você pode encomendar um dos dois modelos, mais o frete. Por lá, o EX15LP sai em torno de R$ 30 e o EX15AP está na oferta (na data de publicação deste artigo), saindo em média R$ 50.

O que vem na caixa

Como o orçamento do fone é baixo, a caixa é um blister — e pessoalmente, blister é um negócio que exige muita paciência para ser aberto. Felizmente, foi fácil abrir esses da Sony, com a ajuda de uma tesoura. Basta cortar o adesivo que cola as partes e traz as especificações do fone e desencaixar as abas que fecham a "caixinha".

Veredicto

Afinal, vale a pena investir num desses dois?

Por esse valor, é um investimento que compensa bastante, ainda mais se você não for uma pessoa que se importa tanto com fidelidade sonora e o que quer mesmo é um fone legal, com bons graves e um excelente custo-benefício para ouvir suas músicas. Ah, e claro: é preciso não se importar nem um pouco com fone cabeado. Ambos os modelos têm um bom ganho e foram feitos para serem usados plugados diretamente no seu smartphone ou computador. Se você se encaixa nesses quesitos e ainda está apertado de grana, pode comprar sem medo.

A construção não é lá grandes coisas, até porque o fone é barato pra caramba e não faz sentido esperar uma super construção, materiais resistentes, cabos reforçados nem nada do tipo. Essa dupla forma o ás da economia, o que, aliado ao peso da marca Sony no mercado fonográfico e sonoro, torna os foninhos uma boa escolha para quem não pode gastar tanto.

O som é legal, tem bons graves, e isso é a receita que a Sony encontrou para agradar o público-alvo desses dois carinhas. Afinal, é legal fugir das opções paralelas que encontramos por aí, ou das marcas duvidosas, para apostar em um foninho barato de uma marca famosa, que não vai te decepcionar na entrega dos graves. Talvez você também sinta a falta de presença e ganho nos agudos, sinta o som embolar entre os médios e os médio-agudos, sinta que falta uma dose de tempero aqui e ali… mas, amigo! O fone custa o mesmo que um almoço no self-service!

O que a gente recomenda é ter cuidado. Usar o fio por baixo da camisa, manusear os buds com cuidado ao retirar os fones da orelha, sem puxar pelo cabo, arrumar uma bolsinha para guardar seu foninho quando não estiver em uso e não deixá-lo de qualquer jeito "esparramado" pelos cantos ou dentro da mochila, para evitar danos ao cabo. Se você tiver essa consciência, seus fones podem durar por anos. Mas, também tem aquela coisa: se você é uma pessoa descuidada e por acaso perceber que o fone parou de funcionar, não vai entrar em prantos eternos ao descobrir que eles estragaram. Afinal, custaram baratinho, não é mesmo?