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Review | JBL Endurance PEAK é sonzeira do boliche ao parkour, mas com um porém

Por| 17 de Setembro de 2019 às 21h30

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Review | JBL Endurance PEAK é sonzeira do boliche ao parkour, mas com um porém
Review | JBL Endurance PEAK é sonzeira do boliche ao parkour, mas com um porém

As empresas de fones de ouvido estão focando cada vez mais na galera que procura se exercitar ouvindo música. E até um pouco mais além dos exercícios indoor ou corridas ao ar livre, já vemos que as marcas estão direcionando seus modelos para o público mais hardcore, que curte elevar a prática esportiva a um patamar mais radical, por assim dizer.

O JBL Endurance PEAK — como o próprio nome já denota — é um fone que, segundo a companhia, não machuca e nunca cai dos ouvidos. Voltado à galera que pratica esportes como rapel, trilhas, escalada, mountain bike, parkour, cross-fit e treina com muito movimento, os fones prometem uma série de vantagens que vão além da qualidade do áudio, como estabilidade ideal e carga sempre a mão.

Mas será que cumprem tudo isso? É o que vamos ver nesta análise.

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Design & Ergonomia

Se você acompanha os reviews do Canaltech, provavelmente conheceu um pouco mais sobre o aquático JBL Endurance DIVE que analisamos há algumas semanas. O PEAK traz um design parecidíssimo — aliás, toda a linha Endurance o faz. O que a JBL fez foi lançar uma família de fones de ouvido, sendo cada membro voltado a uma prática esportiva (ou um grupo delas). Tem fone para quem faz exercícios pulando corda ou step (como o JUMP), além de modelos para corredores de trilha, pista ou asfalto (SPRINT, RUN e RUNBT), para quem prefere esportes aquáticos, como o já mencionado DIVE e para a galera mais radical. O design deles é praticamente idêntico, com exceção dos modelos RUN e RUNBT.

O PEAK traz a tecnologia PowerHook da marca e é o único modelo true wireless da família. Ou seja: para gerar conforto e estabilidade, conta com um gancho que se prende atrás das orelhas, e que, ao ser destacado magneticamente do corpo de cada earbud, já liga os fones automaticamente. Por serem truly wireless, os buds não possuem cabo passando atrás do pescoço do atleta — e a JBL garante que os fones não caem das orelhas, mesmo sob condições extremas no esporte. Apesar de certificado como IPX7 (mesma certificação do Endurance DIVE), a marca não menciona mergulho ou natação no manual do PEAK, mas, tecnicamente, ele pode ser usado na água. Só não vai tocar música nenhuma, já que o Bluetooth não funciona quando um aparelho é submerso.

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Além disso, tal certificação vem como característica para aguentar diversas condições climáticas, suportando, por exemplo, que você corra debaixo de chuva. Os fones podem ser submersos a uma profundidade de 1 metro de água por 30 minutos, sem danos. Mas calma lá, nadador ou poliatleta: se você estiver pensando em um tri ou decatlo com o PEAK, esqueça: ele não tem armazenamento interno para você arquivar suas músicas.

Em termos de conforto, apesar do visual meio volumoso, os fones são bem construídos e não machucam as orelhas, graças ao PowerHook e aos buds (com ponteiras P, M ou G intercambiáveis). Usá-los não dói, nem por peso do conjunto, nem pela pressão. Também testamos os fones usando óculos escuros e capacete enquanto pedalamos, e isso não atrapalhou nem um pouco a estabilidade do PEAK.

O corpo do JBL Endurance PEAK é feito com plástico e revestido por silicone, tal como as ponteiras. Na parte de dentro, temos a estrutura revestida por plástico e os contatos metálicos para carregamento. O acabamento é de ótima qualidade e passa a impressão de resistência, já que o modelo é voltado para quem quer música enquanto treina pesado — não necessariamente escalando montanhas ou fazendo trilhas, obviamente. Qualquer atleta pode curtir, inclusive para dar aquela famosa corridinha no calçadão.

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Controles

O fone direito é o que conta com a central de controles musicais e de chamadas, com uma superfície sensível ao toque e comandos bem fáceis e intuitivos. Tão simples quanto a tecnologia PowerHook (que liga e desliga os fones assim que desconectamos e conectamos o gancho magnético para colocar o PEAK nas orelhas) promete ser.

Basta tocar uma vez sobre a logo da JBL para pausar/reproduzir a música ou atender a uma chamada; tocar duas vezes para pular uma faixa ou rejeitar uma chamada; e tocar três vezes para pular para a faixa anterior. Para aumentar e diminuir o volume, basta deslizar o dedo para cima e para baixo na superfície do fone direito.

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Em nossos testes, durante uma pedalada no campo/mato debaixo de um sol escaldante, os controles não responderam ao toque com o suor nos dedos. Ora, o fone é voltado para a prática esportiva, e se o suor ou o calor estiver intenso, você literalmente perde o controle? Sim, isso aconteceu com a gente algumas vezes, a ponto de a superfície touch ignorar completamente qualquer tentativa de aumentar ou abaixar o volume.

Conectividade

O Endurance DIVE conta com tecnologia de conexão Bluetooth 4.2, que apesar de não ser o último padrão utilizado nos dispositivos mais recentes, garante uma reprodução musical estável, sem gargalos e com alcance bem bacana.

Considerando que você vá treinar indoor e deixar seu smartphone pareado em um canto da academia, praça de esportes, ginásio ou galpão, não vai ter problemas com sua música cortando. Claro que isso é bastante relativo e que, em nossos testes, os fones se comportaram muito bem em um raio de aproximadamente 12 metros em ambiente fechado, com paredes, e nos surpreenderam com um raio de aproximadamente 25 metros a céu aberto.

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Agora, se você vai praticar seu esporte na rua, na montanha, na praia ou em qualquer lugar aberto, O PEAK não vai ter problema algum em segurar a conexão com o smartphone, afinal de contas, os aparelhos estarão sempre próximos, mesmo que na braçadeira, backpack, roupa ou bolsinha.

Não há cabo nem conectividade física nos fones, mas sim no case, do qual falaremos a seguir.

Bateria

Ao pegar a caixa do Endurance Peak, nossos olhos chegaram a brilhar por alguns instantes com as inscrições "28h de bateria" estampadas na capa. Ora, como a JBL conseguiu enfiar uma bateria que suporta 28 horas de reprodução em um foninho desses? Pergunta boba, respondida assim que abrimos a caixa e nos deparamos com o case de carga que acompanha o modelo.

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De reprodução contínua após uma carga completa, o PEAK suporta apenas 4 horas. Pouco, né? E o que a empresa quer dizer com essas 28h, afinal? Que, somando as quatro horas de autonomia dos fones, você tem um case portátil que garante mais 6 cargas "reserva" para o modelo.

Tem carga rápida? Tem, sim. 10 minutos no case significam 1 hora de som em reprodução. E ah, tanta capacidade faz do case um trambolhinho.

Para carregar, é preciso plugar o case (e não os fones) na entrada USB de seu computador e deixar ele lá por duas horas completas, com os fones dentro, para conseguir as 28 horas combinadas de reprodução e fala. Aliás, o case conta com 4 LEDs indicadores de carga para não te deixar na mão, o que facilita na hora de levar tudo para o treino, caso você queira.

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Infelizmente, um outro ponto negativo que temos aqui é que a JBL ainda não empregou a tecnologia USB-C em sua linha esportiva Endurance. A conectividade do case é micro USB (e o cabo tem USB na outra ponta).

Há como colocar, ainda no case, uma cordinha — caso você queira pendurá-lo em algum lugar (roupa, mochila ou cantinho da academia). Só que, estranhamente, a JBL não incluiu essa cordinha na caixa.

Ok, vamos falar de som!

O PEAK lembrou, no início, da primeira vez que o pareamos com o smartphone, o modelo de entrada da JBL, T450BT, que do lado direito chia irritantemente enquanto você pula de música ou inicia o pareamento. Não sei como é com você, mas particularmente esse ruído agudo de fundo me irrita, e irrita MUITO. Não tão alto como no modelo básico da marca, o ruído (que parece mostrar que a presença da conexão Bluetooth está ali em forma de hiss) chega a interferir em músicas com dinâmicas que incluem pausas ou partes silenciosas, a exemplo da introdução de Echoes, do Pink Floyd e de Round Here, do Counting Crows. Poxa, JBL… em um fone desse preço, isso não podia acontecer… para tirar a teima, pedimos para que outras pessoas testassem o fone para perceberem o ruído.

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E sim, ele foi perceptível, embora não tenha atrapalhado a música tocar quando muitos instrumentos entravam em cena. Tal ruído cessa claramente quando você pausa a música e volta a reproduzi-la. Comparamos esse ruído com o do JBL Endurance DIVE e comprovamos que ele só está presente no PEAK que nos foi enviado para testes. A única maneira de "tapear" esse hiss é aumentando o volume da música. Ele sempre estará lá, e ouvidos mais exigentes vão perceber (quando o volume estiver mais discreto ou a música apresentar poucas faixas com frequências médias e agudas, ou pausas. Ou você simplesmente notará sua presença ao trocar de música).

Noves fora, vamos agora aos graves! Baixos bem profundos, presentes e parrudos ditam a tônica deste fone. Ouvindo um acid jazz bem pancadão como o da banda Galliano, a gente percebe que o fone não está aqui para brincadeira e que seu objetivo é mesmo te botar para cima na hora de praticar seus esportes. Para quem gosta, é um deleite, e nosso exemplo vai para Totally Together, uma faixa que explora bastante os graves e sub-graves digna de "levantar defunto". As frequências não se embolam, os sub-graves penetram a alma e os graves estão ali para mostrar a que vieram. A prova de fogo? On My Level, do Wiz Khalifa com o Too $hort. Graves e subgraves IN-TEN-SOS sem estourar, sem saturar e sem tremer a estrutura dos fones — apenas a de quem ouve. Aqui, a JBL está de parabéns, porque quem vai malhar, praticar atividade física ou esportes radicais, geralmente adora graves com esteroides.

Em médios, temos respostas legais, embora recuadas em relação aos graves. Englishman in New York, na versão do Sting com a Royal Philarmonic Orchestra, mostra isso muito bem. A ênfase, que deveria ser no vocal e nas cordas em pizzicato, acaba jogando seus holofotes para o "rabecão" — até entrar o refrão. Mesmo assim, temos médios bem representados, embora levemente tímidos quando baixos recebem aquele talento na mix. Em mixagens mais equilibradas e focadas mais no vocal que no instrumental, a exemplo de Rosanna, do Toto, temos um resultado para lá de satisfatório com o PEAK. Isso não quer dizer que os médios sobrepõem os graves, mas que cada frequência respeita sua vizinha e você prova melhor o alcance dinâmico dos fones.

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Agora, agudos. Apesar da idade desta faixa (ouvimos a versão remasterizada), decidimos usar o clássico do rock Stairway to Heaven, do Led Zeppelin, que é um exemplo riquíssimo em dinâmica, para avaliar a performance de flautas, chimbais e do alcance vocal do Robert Plant no PEAK. A introdução da música mostra que todas as frequências médias, médio-agudas e agudas estão se respeitando, porém levemente recuadas neste início. Se partirmos para os agudos altos (sons sibilantes, chimbais), ouvimos um resultado honesto e satisfatório: quando a bateria entra, pratos, chimbais e até a caixa, que tem um "decay" agudo, estão em seu lugar e chegam de maneira bem legal aos ouvidos. Durante o solo de guitarra de Jimmy Page, os agudos chegam "chegando" pela marcação da bateria, soando até mais altos que os médios do solo. De novo: consideremos a idade da música, certo? Nos anos 1960 e 1970, era natural que as mixagens fossem mais médio-agudas que extremamente graves, como são hoje. Com isso queremos dizer que gostamos da resposta de agudos do PEAK. Em Sex on Fire, do Kings of Leon, o contraste entre graves e agudos fica nítido e o resultado é muito, mas muito bom mesmo no PEAK. Para fones truly wireless, o áudio é muito bom e você não vai sentir falta nenhuma de equalização ou aplicativo para fazer mágica no áudio.

De novo: a premissa do fone é botar ritmo na galera, com graves enfáticos. Mas o que vale entender aqui é que as frequências se respeitam, embora a tendência seja médios mais recuados em relação aos graves, e graves mais presentes em relação aos agudos. A dinâmica é muito legal neste fone, apesar de não dar palco por ser fechado, in-ear e esportivo. Nossa piéce de resistance para fechar a análise de áudio é a faixa Yee, do DJ Deorro. Essa música descreve este fone: agudos muito presentes, graves e subgraves mais ainda, médios existentes, embora um pouquinho posicionados para trás, mas cumprindo seu papel.

Mão na massa

Em nossos testes, usamos o PEAK em uma trilha solitária de bike. Pedalar uma magrela ouvindo música nos fones é um negócio complicado e muito subjetivo. Eu, particularmente, não gosto de perder a noção do que está acontecendo ao redor, mas em trilhas solo até que vale. Na cidade, jamais. O lema de "nunca machucam, nunca caem" da JBL pode parecer muito exagerado pelo emprego do advérbio, mas podemos dizer que os fones são, sim, MUITO firmes e MUITO confortáveis. Para o esporte, são excelentes. Leves, fáceis de colocar e tirar e ainda quebram um galho com o handsfree para atender ligações telefônicas. Uma desvantagem é que, com o suor nos dedos, os controles do PEAK simplesmente perdem utilidade, como você já leu aqui. Então… poderiam ser melhores.

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Não testamos os fones em condições de escalada, alpinismo, crossfit ou parkour por falta de condições que dispensam explicações, mas pelo menos nas pedaladas, caminhadas e treinos leves em academia, o PEAK foi testado e aprovado aqui no Canaltech!

Isolamento de ruído?

Apesar destes buds da JBL não contarem com isolamento ativo de ruído, contam com um excelente isolamento passivo, visto que os fones selam bem quando encaixados direitinho nas orelhas. É sempre bom lembrar que, para isso, você deve escolher a ponteira que veda melhor nos seus ouvidos para ouvir o máximo do PEAK, principalmente em termos de graves.

Microfone

O microfone que a JBL colocou no seu modelo PEAK se parece muito com o que foi utilizado no modelo DIVE, o que nos leva a crer que é o mesmo hardware, infelizmente. Instalado no fone da direita, ele não é um bom microfone, já que o áudio fica notoriamente abafado quando você conversa por ele. Dá para atender chamadas ou mandar áudio no WhatsApp? Dá, sim. Mas se você estiver em um lugar com muita gente, muito vento ou muito barulho, vai passar raiva. Em ambientes tranquilos, a pessoa do outro lado vai achar que a qualidade da ligação está baixa.

Ah, lembra do "hiss" que fica de fundo, sobre o qual falamos na parte de áudio? Ele fica mais audível ainda quando você está mandando um áudio ou conversando no telefone. Chato.

O que tem na caixa?

  • JBL Endurance PEAK (dois buds truly wireless)
  • Case para transporte e carregamento
  • Cabo USB - micro USB para carregamento
  • 2 pares de ponteiras extras (totalizando P, M e G)
  • Manuais

Specs

  • Driver (mm): 10
  • Número de drivers por ouvido: 1
  • Resposta de Frequência Dinâmica: 16 – 22 kHz
  • Material do adaptador para ouvidos: silicone
  • Versão do Bluetooth: 4.2

Preço e onde comprar

O JBL Endurance PEAK está disponível nas cores preta e vermelha, custando R$ 799 à vista ou em até 6x de R$133,17 sem juros no cartão de crédito, diretamente no site oficial da JBL.

Na Amazon, no entanto,você consegue o modelo também nas cores preta e vermelha, mais barato que no canal oficial de vendas da marca.

Veredicto

O JBL Endurance PEAK é um parceirão para quem vai meter a cara e pegar pesado nos treinos. O fato de serem truly wireless dá muito mais liberdade para quem usa capacete, óculos, boné, movimenta muito o pescoço ou bota qualquer apetrecho na cabeça. Gostamos muito do alcance dinâmico dos fones, apesar de, particularmente, acharmos o design feiosinho. Os controles são bons se sua mão estiver seca, mas estão longe de serem excelentes, já que com a mão suada não respondem direito durante os treinos.

Em termos de áudio, gostamos do resultado, apesar dos pesares. E os pesares vão todos para esse irritante hiss de conexão Bluetooth que o fone gera. Ouvir música com um ruído incessante e insistente de fundo enche bastante a paciência, mas ainda bem que nem todas as músicas contam com uma track só. Nada de ouvir uma trilha solo de contrabaixo ou músicas com fade in muito longo, hein?

O design não é mesmo lá dos mais bonitos, mas a funcionalidade dos fones é linda. Dizemos isso porque o PowerHook, além de ser uma tecnologia liga/desliga muito legal, prende bem nas orelhas e te dá confiança para usar os fones durante a prática esportiva — ou mesmo enquanto trabalha, por que não? Mas a bateria bem que poderia durar mais, embora o case esteja aí para proporcionar as 28 horas combinadas. O que pega é que nem sempre estamos com o case a um acesso fácil, e se a bateria acaba no meio de uma maratona, adeus prazer musical.

Para o áudio (ignorando o hiss), nota 8. Para o design e ergonomia, 8 também — não levou um 10 porque o design não deixa, mesmo. E para a bateria… isso nos deixa divididos pela questão do case aguentar tanta carga (apesar do trambolhinho que é), mas 4 horas é um tempo pequeno demais para quem não quer carregar case o tempo todo.