Homem engole AirPods e ambos sobrevivem para contar a história
Por Felipe Junqueira • Editado por Wallace Moté |
Certo dia, o britânico Bradford Gauthier tirou um cochilo enquanto assistia a um filme com seus Apple AirPods no ouvido. Ao acordar, ele não conseguiu encontrar um dos lados do fone, por mais que procurasse.
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Segundo o relato do próprio Gauthier, publicado no site do jornal inglês The Guardian, ele dormiu por cerca de quatro horas, e ao acordar, ainda meio grogue, foi tentar beber um copo de água e sentiu dificuldade ao engolir. “Minha garganta cheia de água, mas não descia — tive que me inclinar na pia e deixar a água sair”. Apesar do sinal alarmante, ele voltou para a cama e dormiu.
Na manhã seguinte, uma nova busca pelo AirPod foi infrutífera, e a função de buscar o fone não funcionava porque a bateria havia acabado. Gauthier desistiu momentaneamente e foi tirar a neve da frente de sua casa antes mesmo de tomar um café da manhã, e cerca de uma hora depois de trabalhar arduamente com a pá, foi tentar tomar mais um copo d’água, que novamente não desceu. Em vez de ficar preocupado de novo, ele voltou ao trabalho, enquanto sua esposa e seu filho foram procurar o fone de ouvido.
Só depois de um bom tempo de busca e um terceiro copo de água que não desceu, o usuário e sua família chegaram à conclusão que o fone poderia ter sido engolido. Uma ida ao hospital e um raio-x depois, a comprovação: o AirPod havia, de fato, sido engolido durante o sono, e ficou preso no esôfago de Gauthier.
Desconfiança médica e retirada
Antes de conseguir convencer os médicos a checarem por um AirPod engolido, Gauthier enfrentou muita desconfiança, da atendente que fez seu check-in até a médica que aceitou fazer o pedido do raio-x. Segundo elas, a remota possibilidade de alguém engolir um fone de ouvido do tamanho de um AirPod causaria muita dor. Mas o resultado do raio-x não deixou dúvida: o fone estava parado entre suas costelas, a 45 graus.
“O AirPod parecia estar firmemente preso na lateral do meu esôfago, mas ainda havia a possibilidade de bloquear uma via aérea. Se ingerido, poderia passar sem causar danos pelo meu sistema ou alojar-se em meu intestino, o que significaria uma cirurgia”, relatou. “Havia também uma pequena possibilidade de o dispositivo se romper, e eu não queria tentar digerir uma bateria de íon de lítio”, observou Gauthier.
A solução foi fazer uma retirada por endoscopia, puxando o AirPod do esfôfago pela boca. Sem cirurgia e sem perigo de o dispositivo não suportar o trato digestivo, o que, como ele explicou, poderia causar um problema muito maior do que a simples perda de um fone de ouvido da Apple.
Ao voltar para casa — depois de passado o efeito da anestesia necessária para realizar uma endoscopia — o britânico testou o fone de ouvido e ficou surpreso ao constatar que ainda funciona, “apesar de o microfone ser menos confiável do que antes”.
Um susto que ele não sabe como aconteceu, apesar de ter uma teoria: o fone pode ter caído em seu travesseiro e passado para a boca, sendo engolido no momento em que ele bocejou, possivelmente já acordado (ou quase). No fim, ele ainda brinca que teve sorte de o “encontre meu AirPod” não funcionou, pois teria “surtado se minha garganta apitasse”.
Apesar da brincadeira, fica a recomendação para evitar dormir com um fone sem fio no ouvido. Gauthier teve muita sorte de o fone não ter bloqueado as vias aéreas e sobrevivido a toda a aventura intacto.
Fonte: The Guardian