Team Liquid quer fomentar mercado de streaming no Brasil
Por Felipe Goldenboy | Editado por Bruna Penilhas | 13 de Outubro de 2022 às 18h40
A Team Liquid marcou presença na BGS 2022 com um grande e belo estande em parceria com a Alienware, linha da Dell focada em games. Foi possível assistir a gameplays, conhecer pro players e influenciadores e, ainda, conferir os produtos oficiais da organização, incluindo frutos de uma parceria com a Marvel.
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Mas, além disso, o Canaltech teve a oportunidade de conversar com o diretor da Team Liquid no Brasil, Rafael Queiroz. O executivo afirmou que quer “fortalecer o mercado de streams” no país e tornar a Liquid “um farol positivo” para a comunidade de eSports.
“Estamos conversando com parceiros para descobrir uma forma de fomentar o mercado de streams para pessoas que estão iniciando, por exemplo”, disse. “Queremos trabalhar com projetos sociais também, com comunidades mais carentes. É um trabalho de duas mãos. São eles trazendo pra gente uma realidade que muitas pessoas não viveram, e nós levando conhecimento sobre o mercado."
Essa troca, segundo Queiroz, “trará mais diversidade para dentro da empresa. Essa realidade existe, ela está aqui. Assim, poderemos formar profissionais melhores, abrir portas e até contratá-los — sejam eles criadores de conteúdo ou parte da staff [equipe que fica nos bastidores]”. “Isso ainda pode demorar um pouco porque queremos fazer do jeito certo, com continuidade. Não fazer pelo fazer”, concluiu.
Farol positivo
Afinal, o que seria esse “farol positivo” que a Cavalaria quer ser? Para o executivo, a resposta está nos valores da companhia: “humildade, respeito, fair play, amizade... são valores que queremos fomentar de forma positiva para o cenário. Queremos que nossos fãs compactuem, disseminem esses valores de forma positiva”.
O ambiente competitivo é muito “ácido” e ainda “um pouco imaturo”, disse Queiroz. “É muito fácil eu, atrás do meu computador, ganhar curtidas e engajamento por falar coisas ruins. Isso tem bastante. Queremos mudar isso. Fazer com que nossos jogadores e influenciadores tragam essa mensagem."
A contratação de influenciadores fora do cenário competitivo — como a Haru, anunciada em março deste ano — se alinha à estratégia. É uma forma de levar os eSports a ainda mais pessoas, e mostrar que os jogos também podem ser um estilo de vida e um lugar de acolhimento e comunidade.
Não à toa, o estande da Liquid na BGS 2022 estava cheio de periféricos, objetos personalizados e vestuário à venda. Foi na feira que a organização trouxe, pela primeira vez ao país, uma coleção feita em parceria com a Marvel, por exemplo.
Futuro do cenário feminino
Um atestado desse trabalho é a equipe feminina da Team Liquid. No VALORANT, o time composto por Daiki, naxy, drn, bstrdd e nat1 segue fazendo uma campanha histórica. “Elas são incríveis, é maluco pensar que estão há quase um ano sem perder”, afirmou Rafael. “É muito fora da curva."
“Quando as contratamos”, lembrou, “perguntamos como elas queriam ser trabalhadas: como time feminino ou como Team Liquid Brasil”. A resposta foi a segunda opção. “Tenho certeza que não vai levar muito tempo para vermos meninas ótimas jogando no Tier 1, em times mistos, principalmente no cenário de VALORANT, que está na vanguarda."
“É preciso tentar tirar essa trava mental de que elas não podem jogar com eles. Isso não passa de um preconceito. Não existe diferença de gênero quando o assunto é habilidade de jogo”, disse Queiroz.