Satélites e indústria aeroespacial são alvos de espionagem
Por Felipe Demartini • Editado por Wallace Moté |

Um novo alerta emitido pelo governo dos Estados Unidos colocou a infraestrutura de satélites e a indústria aeroespacial como os novos alvos de destaque para espionagem. Os setores estariam na mira de ataques de origem russa e chinesa, com os países de olho em segredos oficiais, propriedades intelectuais e brechas que possam levar a ataques cibernéticos.
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O aviso foi dado em conjunto pelo FBI, pela Força Aérea Americana e pelo Centro Nacional de Segurança e Contrainteligência do governo dos EUA diante do aumento de casos e maior interesse de agentes internacionais. Mais especificamente, o alerta vermelho diz respeito a tentativas de comprometimento de credenciais de acesso a sistemas restritos, a partir de golpes de phishing e engenharia social contra funcionários e parceiros terceirizados dessa vertical.
De acordo com o comunicado, a ideia é que os estados-nação rivais estariam vendo como ameaças o avanço da indústria aeroespacial americana, principalmente em relação a possíveis conflitos geopolíticos. Sendo assim, o objetivo dos ataques seria minar infraestruturas de comunicação e monitoramento via satélite, além de obter acesso a segredos comerciais e tecnologias proprietárias que possam levar a avanços da tecnologia nos países oponentes.
As agências dos EUA também levantam preocupações quanto à dependência cada vez maior de empresas privadas nesse setor, buscando parcerias para garantir a integridade de sistemas e a proteção de redes. O comunicado emitido pelo governo americano também levanta a hipótese de espiões já estarem inseridos nas estruturas das corporações do setor aeroespacial, com pedidos de maior escrutínio quanto a contratações e uso de credenciais de acesso aos sistemas.
Padrões e rotinas de segurança são indicações de segurança do governo
O alerta aponta ainda a falta de padrões claros no que toca a proteção desta vertical, com as empresas privadas tendo políticas variadas para tratar desse tema. O pedido, então, é por um fortalecimento de regras de acesso e a adoção de medidas específicas para lidar com a espionagem governamental, principalmente em relação à possibilidade de invasão por cibercriminosos chineses ou russos.
Entre as medidas indicadas ao setor estão o uso de sistemas de monitoramento, que indiquem comportamentos suspeitos nas redes, e a adoção de protocolos de atualização de sistemas e busca por brechas de segurança. Indo além, o governo dos EUA também pede atenção a eventuais investidores na vertical e a adoção de medidas de transparência para garantir que parcerias e colaborações não coloquem informações sensíveis em risco.
Por fim, o pedido é que as empresas e indústrias do setor sejam rápidas em relatar incidentes de cibersegurança, principalmente quando envolverem propriedades intelectuais e sistemas internos de satélites ou outros ramos aeroespaciais. Sinais de ameaças crescentes ou tendências de comprometimento também podem ser denunciadas ao governo, para que investigações oficiais e o fortalecimento de estruturas possam ser realizados.