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Para Assange, novas regras impostas por embaixada tentam encerrar exílio

Por| 30 de Outubro de 2018 às 12h59

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Para Assange, novas regras impostas por embaixada tentam encerrar exílio
Para Assange, novas regras impostas por embaixada tentam encerrar exílio
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Julian Assange perdeu um recurso judicial contra as novas regras de conduta impostas a ele pela embaixada do Equador em Londres, na Inglaterra, onde está exilado desde 2012. Para o delator, as normas recém-impostas são uma tentativa da parte do governo do país latino-americano de forçá-lo a encerrar o exílio e, possivelmente, levá-lo às mãos dos Estados Unidos, onde ele pode ser julgado e condenado por traição.

O novo código de conduta entrou em vigor no início do mês e proíbe Assange de comentar publicamente sobre assuntos que possam ferir as relações exteriores do governo equatoriano. Foram impostas, também, regras mais rígidas quanto à frequência e períodos de visitação, enquanto Assange também é obrigado, por lei, a limpar a caixa de areia e trocar a comida de seu gato. Caso não cumpra, a embaixada se reserva o direito de expulsá-lo.

Os pedidos de revisão das normas foram rejeitados por uma juíza federal do Equador, que manteve as normas em caráter imediato. Falando diante do tribunal, mas através de videoconferência, Assange acusou o governo do país de praticar uma pressão velada para que ele saia do exílio e disse que existem limites para o rebaixamento de uma nação em relação aos interesses de outra. Os comentários teriam repercutido negativamente junto à administração do país, mas o ministério das relações exteriores não se pronunciou sobre a fala.

O azedamento das relações entre Assange e o governo do Equador, entretanto, não é recente. Após mais de cinco anos de exílio e apoio, em janeiro representantes do país afirmaram que a presença dele na embaixada londrina estaria se tornando insustentável, enquanto, em junho, os advogados do delator afirmaram que o longo período de isolamento estaria tendo consequências graves em sua saúde física e mental.

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Assange está confinado a um escritório, transformado em quarto com banheiro, desde 2012. O governo do Reino Unido afirma que o exílio do delator é autoimposto, uma vez que as acusações de estupro movidas contra ele pelo governo da Suécia já foram arquivadas. Entretanto, o próprio país mantém um mandado de prisão ativo pelo fato de o delator não ter comparecido a audiências sobre o caso, após ter concordado em fazer isso ao ser libertado após pagamento de fiança.

Por mais que não exista presença policial na porta da embaixada, com as autoridades tendo sido dispensadas há anos, Assange pode ser preso assim que colocar o pé para fora do prédio. Para o delator, ainda, o mandado de prisão é o último dispositivo legal disponível para que ele, uma vez nas mãos das autoridades, possa ser extraditado aos EUA para responder às acusações de traição pelo vazamento de documentos confidenciais pelo WikiLeaks. O exílio, então, deve continuar. A dúvida só permanece sobre até quando a situação permanecerá como está, na medida em que as tensões aumentam.

Fonte: CNET