Vídeo mostra sonda Hayabusa-2 abrindo cratera de 17,6 metros no asteroide Ryugu
Por Daniele Cavalcante |
Em abril de 2019, a sonda japonesa Hayabusa-2 executou algumas tarefas de sua missão no asteroide Ryugu. O objetivo era disparar um projétil na superfície da rocha espacial para expor um pouco do material abaixo e, depois, coletar os detritos. Algumas imagens haviam sido divulgadas, mas um artigo publicado recentemente inclui um vídeo que mostra esse procedimento em detalhes.
Para essa tarefa, a sonda disparou um dispositivo chamado Small Carry-on Impactor, que era basicamente um canhão. O dispositivo explosivo disparado acelerou um pedaço de 2,5 kg de cobre no asteroide a mais de 7.000 quilômetros por hora, arremessando um punhado de material para todos os lados. Isso também ajudou os cientistas a descobrirem mais sobre a estrutura do Ryugu.
As imagens do vídeo foram registradas pela Deployable Camera 3, uma câmera autônoma que foi lançada pela sonda e ficou na superfície do asteroide, a cerca de um quilômetro do local do impacto, para capturar as imagens. Você pode ver a poeira de material ejetado para longe do local do impacto no momento em que a rocha é atingida pelo projétil. A barra de escala à direita do vídeo é de 25 metros, divididos em partes de 5 metros cada.
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Cerca de três semanas depois, a Hayabusa-2 retornou a essa área para identificar a cratera resultante do experimento, voando a uma altura de 1,7 km acima da superfície. A cratera foi medida em 17,6 metros, com uma borda de 40 centímetros de altura e cerca de três metros de profundidade. Estranhamente, a cratera não é circular, mas mais semi-circular. Isso não é devido ao ângulo do impacto, e sim, provavelmente, devido a uma grande rocha próxima ao local do impacto que desviou o efeito da explosão.
Esse estranho efeito causado pela outra rocha pode ser visto no vídeo - o material ejetado é muito mais espesso à direita do que à esquerda. Essa segunda rocha foi apelidada pelos pesquisadores da missão de “grande bloco de rocha estável”, porque ela não se moveu durante o impacto. Outra rocha, chamada Mobile Block, tem cerca de 5 metros de comprimento e foi movida pelo impacto 3 metros na horizontal e 1 metro acima.
Em julho de 2019, a Hayabusa-2 coletou ali poeira e cascalho que podem ter passado bilhões de anos abaixo da superfície do Ryugu antes de terem sido expostos pelo impacto do canhão. A sonda deixou o asteroide em novembro de 2019 e chegará à Terra 2023, com as amostras para estudos.