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Veja a primeira representação 3D deste sistema estelar binário com um exoplaneta

Por| Editado por Patricia Gnipper | 06 de Setembro de 2022 às 15h40

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Sophia Dagnello, NRAO/AUI/NSF
Sophia Dagnello, NRAO/AUI/NSF

Uma equipe de astrônomos do Instituto Max Planck de Radioastronomia, entre outras instituições, descobriu um exoplaneta gigante gasoso orbitando uma estrela que, por sua vez, faz parte de um sistema binário. Além de ajudar os astrônomos a entender melhor os processos de formação planetária, a descoberta do sistema proporcionou a primeira representação tridimensional já feita da estrutura orbital do par de estrelas, junto do planeta que as orbita.

Para o estudo, os astrônomos combinaram dados de observações do sistema conduzidas entre 1941 e 2017 aos dados da rede de radiotelescópios Very Long Baseline Array (VLBA). Novas observações do VLBA trouxeram medidas extremamente precisas da posição das estrelas ao longo do tempo, e ao analisar os dados, eles determinaram os movimentos orbitais delas.

Uma pequena oscilação no movimento da estrela maior “denunciou” a existência do exoplaneta, cuja gravidade causou o pequeno movimento na estrela. Os astrônomos calcularam que o planeta tem cerca do dobro da massa de Júpiter, orbita sua estrela a cada 284 dias terrestres e está a um pouco mais próximo dela do que Vênus do Sol.

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Já o par de estrelas chamado "GJ 896AB" fica a apenas 20 anos-luz da Terra e é composto por uma dupla de anãs vermelhas, o tipo de estrela mais comum da Via Láctea. O planeta orbita a maior delas, com cerca de 44% da massa do Sol, enquanto a outra tem apenas 17% da massa do nosso astro. Uma orbita a outra a cada 229 anos, e ambas estão separadas por uma distância parecida entre aquela de Netuno ao Sol.

Gisela Ortiz-León, coautora do estudo, explica que isso significa que o planeta viaja ao redor da estrela principal em direção oposta àquela da secundária. “Esta é a primeira vez em que uma estrutura dinâmica do tipo foi observada em um planeta associado com um sistema compacto binário, que foi provavelmente formado no mesmo disco protoplanetário”, acrescentou. Os discos protoplanetários são formados por gás denso, que cerca estrelas recém-nascidas.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Astronomical Journal.

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Fonte: Astronomical Journal; Via: NRAO