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Sistema estelar triplo pode ter nascido da fusão de dois sistemas binários

Por| Editado por Patricia Gnipper | 05 de Setembro de 2022 às 14h17

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NASA/JPL-Caltech/UCLA
NASA/JPL-Caltech/UCLA

No início do ano, uma equipe de cientistas cidadãos encontrou um sistema estelar triplo, composto por três estrelas. Duas delas orbitam uma à outra em um sistema binário e, enquanto isso, elas são orbitadas por uma terceira estrela mais massiva. Agora, uma equipe liderada por pesquisadores da Universidade de Copenhague está investigando em um novo estudo como esta combinação curiosa de estrelas surgiu.

Alejandro Vigna-Gomez, um dos pesquisadores do estudo, observa que este é o primeiro sistema do tipo detectado. “Conhecemos vários sistemas estelares terciários [sistemas com três estrelas], mas eles são significativamente menos massivos”, disse. “As estrelas massivas deste [sistema] triplo estão muito próximas, é um sistema compacto”, acrescentou ele.

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No sistema, as estrelas binárias têm período orbital de um dia terrestre, e a massa combinada delas equivale a 12 vezes a massa do Sol; enquanto isso, a terceira estrela tem 16 massas solares. As estrelas foram descobertas por um grupo de astrônomos amadores, que analisou dados do telescópio espacial TESS (Transiting Exoplanet Survey Satellite), da NASA.

Ao analisar como o sistema pode ter sido formado, Vigna-Gomez explica que os autores consideraram diferentes cenários. Por exemplo, caso a estrela maior tenha sido formada primeiro, ela provavelmente teria ejetado matéria, afetando a formação de estrelas primárias tão próximas como aquelas observadas.

Outra possibilidade é que a estrela binária e a “vizinha” foram formadas separadamente, mas acabaram se encontrando e “travaram” suas órbitas graças à gravidade. Um terceiro cenário propõe também que duas estrelas binárias tenham sido formadas, e uma teria se fundido com a outra. Este processo pode ter formado uma estrela única e maior.

Para descobrir, Alejandro uniu seus conhecimentos de formação estelar aos de Bin Liu, especialista em dinâmicas. Eles programaram códigos dos diferentes cenários e realizaram milhares de simulações para descobrir qual deles seria mais provável. No fim, os resultados estavam a favor da formação inicial dos dois sistemas binários, com um deles se fundindo em uma única estrela.

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Alejandro ressalta que, embora o modelo mostre que este seja o cenário mais provável para explicar a origem do sistema, isso não é suficiente. “Ainda há duas possibilidades para provarmos ou descartarmos nossa teoria da formação”, disse. Uma é estudar o sistema detalhadamente, e a outra é realizar análises estatísticas de uma população de estrelas” sugeriu o autor.

Já Bin Liu incentivou que outros membros da comunidade científica analisem os dados com atenção, em busca de novas descobertas. “Talvez existam sistemas mais compactos enterrados nos dados. O que realmente queremos saber é se esse tipo de sistema é comum no nosso universo”, finalizou.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society Letters.

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Fonte: Monthly Notices of the Royal Astronomical Society Letters; Via: NBI