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Um exoplaneta seis vezes maior que Júpiter está caindo em sua estrela

Por| Editado por Patricia Gnipper | 19 de Dezembro de 2022 às 14h52

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NASA
NASA

Pela primeira vez, os astrônomos observaram um planeta em uma órbita cada vez mais próxima de sua estrela. Isso significa que, um dia, este mundo estará tão perto de seu astro que um dia será engolido por ele — destino também reservado à Terra, que será engolida pelo Sol em um futuro bem distante.

A descoberta do exoplaneta Kepler-1658b foi anunciada em 2019. Ele orbita uma estrela do tipo F (classe de estrelas entre 1 e 1,4 massa solar). Sua massa é pouco menos de 6 vezes a de Júpiter e ele leva apenas 3,8 dias para completar uma órbita ao redor de sua estrela.

A Kepler-1658 é uma estrela evoluída, que já deu os passos iniciais para se tornar uma gigante vermelha — o estágio final de estrelas pequenas como esta, o que também inclui o nosso Sol.

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Já o exoplaneta, pertencente à classe dos júpiteres quentes (um gigante gasoso muito próximo de sua estrela), está a apenas 0,0544 Unidades Astronômicas de sua estrela "mãe" (sendo que 1 UA é a distância média entre a Terra e o Sol), mas essa distância fica cada vez menor.

Os cientistas já haviam detectado evidências de outros mundos diminuindo seus períodos orbitais, caindo em suas estrelas, mas essa é a primeira vez que verificam isso acontecendo em uma estrela evoluída. Contudo, a estrela não engolirá o planeta de uma hora para outra: na verdade, seu período orbital está diminuindo a uma taxa de apenas 131 milésimos de segundo por ano. Ou seja: este mundo ainda tem muito tempo de "vida" pela frente.

Para detectar esse declínio tão pequeno, foram necessários anos de observação, com diversos telescópios poderosos. O primeiro deles foi o Kepler, o observatório espacial que descobriu este sistema estelar. Em seguida, o Telescópio Hale do Observatório Palomar no sul da Califórnia e, então, o Telescópio espacial TESS concluíram o estudo.

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A causa da órbita em espiral são as interações gravitacionais entre o planeta e a estrela. As consequências dessas interações, conhecidas como marés, são semelhantes aos efeitos da Lua nos mares da Terra. No caso de Kepler-1658b, os movimentos de marés rouba sua energia orbital, levando a uma órbita cada vez mais interna.

Este estudo será muito útil para a compreensão de o que acontece com planetas de sistemas estelares cujas estrelas estão em suas fases finais de evolução, quando se expandem e se tornam gigantes vermelhas. Os astrônomos calculam que o mesmo acontecerá com o Sol e os três planetas mais internos — Mercúrio, Vênus e Terra — daqui a 4,5 bilhões de anos. Mas, para confirmar ou modificar teorias de como isso funciona, é preciso estudas mundos como o Kepler-1658.

O artigo que descreve as descobertas tem como principal autor o cientista de exoplanetas Shreyas Vissapragada, do Harvard and Smithsonian Center for Astrophysics, e foi publicado no Astrophysical Journal Letters.

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Fonte: Astrophysical Journal Letters, Centro de Astrofísica | Harvard e Smithsonian