Tempestade solar gigante atinge várias sondas ao mesmo tempo
Por Daniele Cavalcante • Editado por Luciana Zaramela | •
As partículas carregadas impulsionadas por ejeções de massa coronal (CME) durante um único evento podem ter diferentes origens, segundo um novo estudo. Os autores usaram dados de uma CME que atingiu várias sondas ao mesmo tempo e obtiveram informações diferentes de cada uma.
Em 17 de abril de 2021, o Sol emitiu uma ejeção de massa coronal que, inicialmente, parecia semelhante a qualquer outra. No entanto, foi a primeira vez que um evento desse tipo enviou partículas carregadas do Sol para cinco sondas espaciais diferentes, ao mesmo tempo.
Algumas dessas espaçonaves estão localizadas em órbitas entre o Sol e a Terra, incluindo aquelas enviadas para monitorar o Sol. A CME também atingiu a BepiColombo, lançada para investigar Mercúrio, além da MAVEN da NASA e Mars Express, na órbita de Marte.
Com dados obtidos por todas essas naves, os cientistas descobriram que as ejeções de massa coronal podem gerar vários tipos de “nuvens” de partículas carregadas. Cada sonda registrou padrões distintos de elétrons e prótons, sugerindo múltiplas fontes em vários momentos.
O estudo que investigou esses conjuntos de dados mostra que as partículas foram impulsionadas em diferentes direções, por diferentes tipos de erupções solares que ocorreram no mesmo evento. Aliás, os cientistas descobriram que elétrons e prótons podem ser enviados separadamente por explosões distintas.
Segundo a pesquisa, os elétrons foram ejetados para o espaço por uma explosão inicial, enquanto os prótons foram impulsionados mais lentamente devido a uma onda de choque da CME. Os registros de emissões de ondas de rádio do Sol sugerem que houve quatro grupos de explosões de partículas em direções diferentes.
Esses resultados, publicados na Astronomy & Astrophysics, vão ajudar os cientistas a desvendar os mecanismos produtores de CMEs. Esse é um passo importante para que um dia possam prever tempestades solares que podem colocar nosso planeta em risco.
Fonte: Astronomy & Astrophysics, NASA