Telescópio Hubble tira foto mais detalhada de quasar até agora; veja
Por Danielle Cassita • Editado por Luciana Zaramela |
Com o telescópio Hubble, uma equipe de astrônomos conseguiu dar uma espiadinha no que está acontecendo perto de um buraco negro voraz. Enquanto se alimenta de matéria, o observatório mostrou que objeto vem causando uma série de processos intrigantes em seus arredores.
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O que acontece é que o buraco negro em questão está alimentando o quasar 3C 273. O nome, que significa “quase estelar”, é dado aos centros galácticos que passam a brilhar conforme o buraco negro consome matéria em seus arredores. Há pelo menos 1 milhão deles no céu, e eram mais frequentes cerca de 3 bilhões de anos após o Big Bang.
Descoberto em 1963 pelo astrônomo Maarten Schmidt, o 3C 273 é o primeiro quasar conhecido. Ele fica a cerca de 2,5 bilhões de anos-luz de nós e era mais de 10 vezes mais brilhante que as galáxias elípticas mais brilhantes conhecidas, dando início a um verdadeiro mistério espacial: o que estava por trás de tanta energia produzida?
O principal suspeito era um buraco negro devorando matéria, emitindoo equivalente a milhares de vezes a energia das estrelas em uma galáxia. Por isso, usar o Hubble para observá-lo é o equivalente a ver um carro com os faróis acesos durante a noite para tentar enxergar uma pequena formiga no asfalto.
Bin Ren, pesquisador do Observatório Côte d'Azur, observou que a equipe ficou intrigada com as estruturas observadas. “Conseguimos algumas bolhas de diferentes tamanhos e uma estrutura filamentar misteriosa em formato de L. Tudo isso está a até 16 mil anos-luz do buraco negro”, explicou. É possível que alguns destes objetos sejam pequenas galáxias satélite sendo devoradas pelo monstro cósmico ali, servindo como o alimento da fonte luminosa ali.
Ao comparar as novas imagens com dados antigos do telescópio, os astrônomos descobriram que os jatos expelidos pelo buraco negro viajam mais rapidamente enquanto se afastam dele. “Nossa visão anterior era bem limitada, mas o Hubble está nos permitindo entender a morfologia complicada do quasar e as interações galácticas detalhadamente”, acrescentou Ren.
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Fonte: NASA