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Telescópio Hubble descobre mais pistas de buraco negro perto da Terra

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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NASA's Goddard Space Flight Cente
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O telescópio Hubble encontrou pistas de um possível buraco negro a 18 mil anos-luz da Terra, distância considerada curta em termos astronômicos. Através de mais de 500 imagens do telescópio, astrônomos liderados por Maximilian Häberle, do Instituto Max Planck de Astronomia (Alemanha), encontraram sete estrelas se movendo estranhamente rápido na parte interna do aglomerado estelar Omega Centauri. Pois bem, elas representam a mais nova evidência de que há um buraco negro de massa intermediária ali.

Os buracos negros de massa intermediária são procurados pelos cientistas há tempos, porque são como uma espécie de elo perdido na evolução destes objetos. Os buracos negros de massa estelar nascem do colapso de estrelas pelo menos oito vezes mais massivas que o Sol, enquanto os supermassivos parecem surgir de fusões entre buracos negros. 

Só que existe uma grande lacuna entre os buracos negros de massa estelar e os supermassivos, indicando que deveria haver uma população de objetos de massa intermediária. Poucos candidatos do tipo foram encontrados até o momento, e a maior parte dos buracos negros conhecidos é extremamente massiva ou são relativamente pequenos.

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É aqui que entra a detecção em Omega Centauri, aglomerado feito de quase 10 milhões de estrelas gravitacionalmente ligadas entre si. Os pesquisadores usaram o telescópio Hubble para observá-las e criaram um catálogo do movimento delas, até que perceberam algo estranho. “Descobrimos sete estrelas que não deveriam estar ali”, comentou Häberle. 

Segundo ele, as estrelas estão se movendo tão rapidamente que deveriam ter escapado do aglomerado. “A explicação mais provável é que um objeto muito massivo está atraindo gravitacionalmente essas estrelas e mantendo-as perto do centro. O único objeto que pode ser tão massivo é um buraco negro, com pelo menos 8.200 vezes a massa do Sol”, explicou. 

Se confirmado, o buraco negro estaria a 17.700 anos-luz da Terra. Isso o deixa mais perto da Terra do que Sagittarius A*, o buraco negro da Via Láctea, que fica a 26 mil anos-luz de nós. O mais interessante é que parece ter “congelado no tempo”, porque não está crescendo. Isso sugere que Omega Centauri pode ser os restos de uma antiga galáxia devorada pela nossa.

Alguns estudos anteriores já haviam indicado que um buraco negro intermediário poderia existir ali, enquanto outros apontavam que o objeto teria massa estelar. "Esta descoberta é a evidência mais direta até agora de um buraco negro de massa intermediária em Omega Centauri" acrescentou Nadine Neumayer, membro da equipe. "Isso é empolgante, porque são poucos os buracos negros conhecidos com massa similar. Aquele em Omega Centauri pode ser o melhor exemplo de um desses na nossa vizinhança cósmica", finalizou.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature.

Fonte: Nature, ESA