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Telescópio Grace Roman mapeará o universo mil vezes mais rápido que o Hubble

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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NASA's Goddard Space Flight Center/A. Yung
NASA's Goddard Space Flight Center/A. Yung

Uma simulação de um pequeno trecho do universo mostrou a quantidade assustadora de galáxias que o Telescópio Nancy Grace Roman poderá observar no espaço profundo. As expectativas são que os cientistas possam acessar objetos a 13 bilhões de anos-luz de distância e ver o cosmos logo após o Big Bang.

Com um modelo de formação de galáxias — bem testado e que carrega em si a compreensão atual dos cientistas sobre o universo — os autores de um estudo recente criaram a simulação de um pedacinho do céu.

Quando observado por um olho humano na Terra, o espaço que a simulação abrange equivale a 10 luas cheias, apenas. No entanto, é uma imagem de espaço profundo, então o que realmente importa aqui é a distância que a simulação atinge: 13 bilhões de anos-luz.

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Isso significa que, se a imagem da simulação fosse real, estaríamos olhando para o universo como ele era há 13 bilhões de anos, cerca de 800 milhões de anos após o Big Bang. Lembre-se: quanto mais longe olhamos no espaço, mais estamos “voltando no tempo”.

A simulação feita pelos autores do estudo teve como objetivo mostrar as capacidades do telescópio Grace Roman, a ser inaugurado em 2027. Sua capacidade de observação será muito mais abrangente do que a dos telescópios Hubble e James Webb (o que não significa, de modo algum, que estes se tornarão obsoletos)

Enquanto o Hubble foi projetado para observar a luz visível de objetos “de perto”, com um campo de visão restrito para capturar mais detalhes de uma nebulosa, por exemplo, o James Webb faz algo semelhante com a luz infravermelha. Por outro lado, o Grace Roman fará observações com um campo de visão muito mais amplo.

Deste modo, o Roman poderá não apenas ver o universo em sua juventude, como também será um dos instrumentos mais capazes de observar os grandes aglomerados de galáxias, as maiores estruturas do cosmos.

Uma vez que a luz desses objetos levou 13 bilhões de anos para chegar até nós, o telescópio verá como eles eram pouco tempo após se formarem. O resultado será uma compreensão melhor sobre como nosso universo evoluiu para se tornar o que vemos hoje.

O Roman usará uma combinação dos comprimentos de onda observados pelo Hubble e as capacidades de observações detalhadas do Webb, oferecendo uma visão mais abrangente. Isso ajudará a ver, por exemplo, lentes gravitacionais causadas por halos de matéria escura nas galáxias, revelando detalhes sobre como esses halos se desenvolveram.

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Por fim, o Roman conseguirá coletar dados de mapeamento do universo até mil vezes mais rápido que o Hubble poderia fazer. “Roman vai tirar cerca de 100.000 fotos por ano”, disse Jeffrey Kruk, do Goddard Space Flight Center da NASA. Isso fornecerá um mapa maior do que o Hubble ou Webb poderiam criar durante todo o tempo de nossas vidas.

A pesquisa com as simulações foi publicada na revista The Monthly Notices of the Royal Astronomical Society em dezembro de 2022.

Fonte: Monthly Notices of the Royal Astronomical SocietyNASA