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Superterra rara é descoberta quase que por engano perto do centro da Via Láctea

Por| 11 de Maio de 2020 às 14h57

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NZ Herald
NZ Herald

Um novo exoplaneta foi encontrado na direção do centro da Via Láctea, e é um mundo bastante raro para os astrônomos - ele é um dos poucos que foram descobertos até agora com tamanho e órbita comparáveis ​​aos da Terra. Geralmente, os planetas de tamanho semelhante ao nosso estão em faixas orbitais bem diferentes.

Para essa descoberta, astrônomos da Universidade de Canterbury contaram com um pouco de sorte. É que o método utilizado para a detecção foi o de microlente gravitacional, que é quando uma estrela passa na frente de outra estrela, causando uma distorção temporária de luz. Isso pode ampliar e revelar outras estrelas ou planetas desconhecidos, mas isso é algo raro de acontecer.

O astrônomo Antonio Herrera Martin e o professor Michael Albrow colaboraram com o estudo liderado por Herrera Martin, principal autor do artigo. "Esta é uma descoberta em um milhão devido à maneira como o planeta foi descoberto e ao fato de ser três a quatro vezes maior que a Terra", disse Herrera. "Se o planeta fosse menor, se estivesse outra posição ou em outra direção, seria altamente improvável que o tivéssemos visto", completou.

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Ele explica que “o tempo necessário para observar a ampliação devido à estrela hospedeira foi de aproximadamente cinco dias, enquanto o planeta foi detectado apenas durante uma pequena distorção de cinco horas”, o que nos dá uma boa ideia sobre a raridade da descoberta. O objeto foi classificado como OGLE-2018-BLG-0677L b.

Essa estrela hospedeira tem cerca de 10% da massa do nosso Sol e está localizada a cerca de 25.100 anos-luz, de acordo com o catálogo do projeto The Extrasolar
Planets Encyclopaedia. O planeta teria massa entre a da Terra e de Netuno, orbitaria sua estrela em uma faixa semelhante à zona entre Vênus e a Terra, e completa uma volta ao redor do astro em aproximadamente 617 dias - quase o dobro da duração do ano na Terra.

O evento da lente gravitacional foi observado pela primeira vez através de dois telescópios chilenos, em 2018. Os astrônomos da Universidade de Canterbury começaram a analisar os dados em janeiro de 2019 e fizeram isso por quase um ano inteiro para garantir que as descobertas fossem precisas.

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Herrera conta que se deparou com o planeta “quase por engano”. Os dados não mostravam “nada digno de nota”, e ele só percebeu que havia algo ali quando olhou mais atentamente. “Foi certamente especial e muito satisfatório”, disse. O resultado das pesquisas, realizadas com a colaboração de astrônomos de vários países, foi publicado no The Astronomical Journal.

Fonte: University of Canterbury