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Cientistas descobrem uma "super-Terra" a apenas 6 anos-luz de distância

Por| 14 de Novembro de 2018 às 22h00

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Cientistas descobrem uma "super-Terra" a apenas 6 anos-luz de distância
Cientistas descobrem uma "super-Terra" a apenas 6 anos-luz de distância

A busca por planetas que orbitam outras estrelas além do nosso Sol e, quem sabe, encontrar um exoplaneta habitável, acaba de ser impulsionada. De acordo com um estudo publicado hoje (14) na revista Nature, astrônomos encontraram fortes evidências da existência de uma “super-Terra” orbitando a Estrela de Barnard, uma anã-vermelha que fica a apenas 6 anos-luz de distância.

O planeta foi encontrado através de “oscilações” na luz de Barnard. Por conta da proximidade da estrela, ainda não é possível enxergar o novo planeta com os equipamentos existentes, pois ainda não é possível separar a luz emitida pela estrela da luz refletida pelo planeta. Por causa disso, os astrônomos usam uma técnica baseada nas oscilações da luz emitida por Barnard, do tipo que só podem existir caso um planeta esteja passando em frente a ela.

Por isso, ainda não há total certeza de que o que existe ali naquele sistema é mesmo um novo planeta, mas, de acordo com Ignasi Ribas, astrônomo do Instituto de Ciência Espacial da Espanha, os estudos realizados das oscilações durante os últimos 20 anos indicam com 99,2% de certeza que existe ali na região um exoplaneta três vezes maior do que a Terra, e que está numa trajetória que demora 233 dias para dar uma volta completa em sua estrela-mãe. Ainda que não haja uma certeza absoluta, os resultados encontrados são bons o suficiente para que a equipe possa anunciar a existência do planeta sem receio de estar equivocada.

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A importância da descoberta estar localizada em Barnard implica na facilidade de observação através de telescópios, já que a estrela é a segunda mais próxima da Terra. Apesar dos equipamentos existentes ainda não serem bons o suficiente para distinguir o planeta em meio à luz da estrela, a nova geração de telescópios, que serão lançados a partir de 2020, já deverá ser boa o suficiente para conseguir fazer isso.

A principal escolha de Ribas para efetuar essa tarefa é o WFIRST, um telescópio que está sendo desenvolvido pela NASA com a tecnologia de coronógrafo, que permite bloquear a luz emitida por estrelas para facilitar a observação de exoplanetas. Ribas acredita que, com o uso dessa tecnologia em telescópios, dentro dos próximos anos já deveremos ter as primeiras imagens reais do novo planeta.

Apesar de estarem otimistas com a descoberta, é pouco provável que o planeta descoberto seja habitado, que dirá habitável, já que ele ele está fora do que os cientistas chamam de “zona habitável” da estrela (uma distância ideal onde a temperatura da superfície permite a existência de água em estado líquido, essencial para a vida como a conhecemos). A descoberta se encontra um pouco fora dessa zona, onde as temperaturas são baixas o suficiente para condensar gases em blocos sólidos e congelar qualquer resquício de água.

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Mas, por sua proximidade, será um ótimo planeta para estudos e testes, em que os cientistas poderão refinar suas técnicas para distinguir exoplanetas de estrelas e estudar a composição atmosférica de planetas fora de nosso Sistema Solar.

Fonte: The Verge