Supernova mais próxima da Terra vai ajudar a prever futuras explosões
Por Daniele Cavalcante • Editado por Patricia Gnipper |
A supernova mais próxima da Terra desde 2011, localizada na Galáxia do Catavento no dia 19 de maio de 2023, foi acompanhada por astrônomos de todo o hemisfério norte do planeta (onde a galáxia é visível no céu). Isso ajudará os cientistas a descobrirem mais detalhes sobre a evolução de uma explosão estelar.
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Tanto os astrônomos profissionais quanto os donos de telescópios caseiros não perderam tempo para dar uma espiada na supernova 2023ixf. Uma série de fotos foi registrada e dados do espectro de luz do objeto foram coletados. Mas qual é a importância de toda essa dedicação?
Existem muitas supernovas encontradas a cada ano, mas a maioria delas ocorre a distâncias de milhões — e até bilhões — de anos-luz. Quanto mais longe um objeto luminoso, mais fraca será a luz que chega até os telescópios aqui na Terra. Isso dificulta estudar tudo o que acontece na explosão de uma estrela.
Outro problema é que, geralmente, os astrônomos descobrem uma supernova apenas alguns dias ou semanas após a explosão. Isso também impede a compreensão dos estágios iniciais do processo no qual a estrela massiva colapsa sob sua própria gravidade.
Mas este não é o caso da 2023ixf, que foi detectada pouquíssimo tempo após explodir. Por estar bem próxima da Via Láctea, a Galáxia do Catavento é muito observada por astrônomos amadores, que fazem incontáveis fotografias com seus telescópios. Graças a esse trabalho voluntário, os cientistas têm em mãos várias imagens da galáxia momentos antes da explosão.
Além disso, como já mencionamos, a proximidade dessa supernova permite observá-la em vários comprimentos de onda, como raios-X, infravermelho próximo e, claro, luz visível. Todos esses fatores juntos proporcionam aos cientistas dados valiosos não apenas sobre a explosão em si, mas também sobre a estrela progenitora da supernova.
Os astrônomos também esperam que as medições do espectro de luz da 2023ifx revelem a composição química do material expelido pela explosão. É que cada evento como esse resulta na formação de elementos da tabela periódica, que por sua vez são espalhados para formar estrelas mais ricas em elementos pesados que as gerações anteriores.
Por fim, tudo o que os astrônomos aprenderem com a 2023ixf poderá ajudá-los a detectar outras supernovas com antecedência, ou seja, antes de explodirem. Isso porque eles talvez descubram o tipo de atividade que uma estrela apresenta momentos antes da explosão.
Fonte: Space.com