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Super explosões em estrelas "irmãs" do Sol são mais comuns do que se pensava

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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NASA
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Parece que as estrelas como nosso Sol são capazes de liberar as chamadas “super erupções” uma vez a cada 100 anos, o que indica que são bem mais comuns do que os cientistas imaginavam. Entender a regularidade delas é extremamente importante, afinal, as explosões podem afetar sistemas de comunicação e infraestrutura elétrica em nosso planeta.

Como o nome indica, as super explosões são disparos de partículas eletricamente carregadas que podem ser milhares de vezes mais fortes que os eventos “comuns”. Talvez uma das super explosões mais conhecidas seja a do Evento de Carrington, ocorrida em 1859: naquele ano, a tempestade solar foi tão intensa que causou colapso em redes de telégrafos na Europa e na América do Norte.

Parece preocupante? Pois saiba que, embora o Evento de Carrington tenha sido extremo, ele liberou apenas 1% da energia que uma super explosão pode lançar. Assim, uma forma de entender o que esperar do comportamento do nosso Sol a longo prazo, bem como a frequência de eventos do tipo, é investigar estrelas parecidas com nosso astro. 

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E foi esta a abordagem da equipe que conduziu o novo estudo. “Não podemos observar o Sol por milhares de anos, mas podemos monitorar o comportamento de milhares de estrelas muito parecidas com ele em períodos curtos. Isso nos ajuda a estimar o quão frequentemente ocorrem as super erupções”, explicou Prof. Dr. Sami Solanki, coautor do estudo. 

Eles trabalharam com observações do telescópio Kepler realizadas entre 2009 e 2013, coletando dados de mais de 56 mil estrelas com temperatura e brilho similares ao Sol e descartaram possíveis fontes de erros, como radiação. No fim, os autores descobriram 2.889 super explosões em 2.575 estrelas, o que sugere uma média de um evento do tipo a cada século. 

Ficamos muito surpresos ao ver que estrelas parecidas com o Sol são tão inclinadas a super explosões frequentes”, observou Dr. Valeriy Vasilyev, autor principal do estudo. Devido às limitações, pesquisas anteriores haviam concluído que o intervalo entre os eventos eram de milhares ou até dezenas de milhares de anos. Já o novo estudo é o mais preciso e sensível já feito. 

Apesar de os resultados não serem uma previsão de quando o Sol vai nos surpreender outra vez, eles indicam a importância da cautela. “Os novos dados são um lembrete de que mesmo os eventos solares mais extremos fazem parte do repertório natural do Sol”, destacou a coautora Natalie Krivova.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Science.

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Fonte: Space.com