Starship: explosão do foguete da SpaceX piorou poluição da atmosfera?
Por Danielle Cassita • Editado por Luciana Zaramela |

Parece que a explosão do foguete Starship, da SpaceX, afetou a poluição em nosso planeta. O poderoso foguete foi lançado em seu sétimo teste de voo em janeiro, mas o estágio superior foi detonado a cerca de 150 km de altitude e pode ter liberado vários compostos poluentes na atmosfera.
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Segundo Jonathan McDowell, astrônomo e especialista em detritos espaciais, o estágio superior do veículo pesava cerca de 85 toneladas sem propelente. Já Connor Barker, pesquisador de química atmosférica na University College London, acredita que o mergulho do foguete pela atmosfera deve ter gerado mais de 45 toneladas de óxidos de metal e outras 40 toneladas métricas de óxidos de nitrogênio. Mesmo assim, ele ressaltou que os números são apenas estimativas preliminares, e não cálculos precisos do impacto ambiental causado pela explosão.
Em uma publicação na revista Nature, Barker trouxe algumas considerações sobre como as emissões dos foguetes e os poluentes da reentrada dos satélites podem interagir com a atmosfera do nosso planeta. Os óxidos de nitrogênio, por exemplo, são conhecidos pelo potencial que têm de danificar a camada de ozônio, conhecida por sua proteção.
Já em uma postagem no LinkedIn, Barker ressaltou que a quantidade de poluição atmosférica produzida pela explosão poderia ser equivalente àquela de 35% dos meteoritos que queimam na atmosfera todos os anos. Como os cientistas não sabem quanto da massa do foguete foi queimada e nem quanto dela caiu na Terra, é difícil dizer ao certo a quantidade de poluentes que a explosão do Starship liberou.
Para McDowell, não há dúvidas: ele declarou ao Space.com que, provavelmente, “muitas toneladas” caíram no oceano. Por outro lado, o estágio superior do foguete é de aço inoxidável, não de alumínio — este composto produz óxidos de alumínio que danificam a camada de ozônio e alteram a refletividade da atmosfera terrestre.
Com a quantidade crescente de lançamentos de foguetes e de satélites, junto da frequência das reentradas destes objetos, é esperado que as concentrações de gases poluentes e partículas aumentem rapidamente. Por isso, é possível que estes compostos nocivos piorem os danos causados pela camada de ozônio.
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