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SpaceX é impedida de lançar protótipo do Starship pelo governo dos EUA; entenda

Por| 01 de Fevereiro de 2021 às 14h20

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Reprodução/johnkrausphotos/Twitter
Reprodução/johnkrausphotos/Twitter
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A última semana foi de grandes expectativas para a possível realização do primeiro teste de voo do protótipo SN9, do veículo Starship, que deveria ter ocorrido no final da semana. Contudo, os dias foram passando e o procedimento não foi realizado. Isso porque a SpaceX vem passando por um conflito burocrático com a Federal Aviation Administration (FAA), a agência responsável pela regulamentação de voos nos EUA, para conseguir a licença necessária de lançar o SN9.

Com as restrições do espaço aéreo de Boca Chica, no Texas, era esperado que o voo do protótipo fosse feito na última quinta-feira (28), mas nada aconteceu. Depois, as expectativas ficaram para a realização do voo na sexta-feira (29), mas nada mudou. No fim das contas, o teste não foi feito porque a FAA não concedeu a aprovação final para o lançamento: como a agência é responsável por garantir a segurança dos moradores e suas propriedades na região, a SpaceX precisa de autorização prévia da entidade para lançar seus veículos.

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Para isso, é preciso mostrar aos oficiais que o veículo está pronto para voar, e que uma área grande e segura o suficiente foi estabelecida para não colocar moradores e suas propriedades em risco. Anteriormente, a SpaceX conseguiu a licença necessária para lançar seu protótipo SN8 — e é aí que mora o problema impedindo o lançamento do SN9: o teste de voo do SN8 foi considerado um sucesso mesmo terminando com uma explosão do protótipo. Mas, segundo fontes familiares com o incidente, este ocorrido acabou violando os termos da licença concedida, ainda que os representantes da entidade não tenham confirmado quais termos são esses. Então, com a explosão e a quebra dos termos da licença, a FAA iniciou uma investigação formal.

Com o desfecho do teste do SN8, era esperado que a FAA ficasse ainda mais rigorosa com a avaliação para os testes do SN9. Steve Kulm, representante da agência, comentou que eles vão continuar trabalhando com a SpaceX para coletar mais informações como parte da solicitação de alterar a licença de lançamento: “embora nós reconheçamos a importância de seguir rapidamente para o crescimento e inovação do espaço comercial, a FAA não vai comprometer a responsabilidade de garantir a segurança pública”, disse. “Vamos aprovar a modificação só depois de a SpaceX dar os passos necessários para os requisitos regulatórios e estarmos satisfeitos com isso”.

O problema se estende além dos respingos deixados pelo último teste: mesmo que a SpaceX tenha realizado todos os procedimentos para deixar o veículo pronto para voar na última semana, não foi possível lançá-lo porque os oficiais da agência estavam analisando a licença devido a mudanças feitas pela SpaceX na solicitação. Elon Musk, CEO da empresa, expressou sua frustração em sua conta do Twitter: “diferente da divisão de aeronaves, que está bem, a divisão espacial da FAA tem uma estrutura fundamentalmente quebrada”, disse, alegando que, com essas regras, a humanidade nunca vai conseguir ir para Marte.

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Agora, a SpaceX está impedida de avançar os testes do Starship até esse impasse ser solucionado. Realizar um voo sem a aprovação não é uma opção, até porque a FAA também está fazendo análises ambientais das instalações para lançamentos do Starship e do booster Super Heavy. Além disso, embora tenha comprado duas grandes plataformas de petróleo possivelmente para lançamentos, também não é possível utilizá-las porque seria necessário obter a licença, de qualquer forma. Então, nos próximos passos, é possível que a empresa e a agência trabalhem juntas para garantir as permissões necessárias e, assim, seguir para o voo. Por enquanto, ainda não se sabe quando o SN9 poderá voar pela primeira vez.

Fonte: The Verge, Ars Technica