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Solar Orbiter captura imagens de ejeções de massa coronal do Sol; veja o vídeo

Por| Editado por Patricia Gnipper | 17 de Maio de 2021 às 17h10

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Solar Orbiter/Equipe EUI/Equipe Metis/Equipe SoloHI/ESA/NASA
Solar Orbiter/Equipe EUI/Equipe Metis/Equipe SoloHI/ESA/NASA

Lançada em 2020 pela NASA com a Agência Espacial Europeia (ESA), a missão Solar Orbiter já forneceu alguns dados importantes para o estudo da atividade solar, incluindo imagens de mais de 1.500 pequenas “fogueiras”, ou erupções no Sol. Agora, a sonda forneceu os primeiros vídeos que mostram uma ejeção de massa coronal (EMC).

As EMCs são erupções de partículas da atmosfera solar que explodem no Sol e são expelidas em direção ao Sistema Solar. Um dos objetivos dos cientistas é conhecer melhor os processos que desencadeiam esses eventos e prevê-los com a maior antecedência possível, já que uma EMC intensa pode causar danos para os sistemas eletrônicos na órbita da Terra.

Esse fenômeno não deve ser confundido com a erupção solar, embora ambos estejam associados entre si, bem como a outros tipos de atividade solar. Entretanto, ainda não há uma relação muito bem estabelecida entre esses fenômenos. Muitas vezes as EMCs vêm de regiões onde há manchas solares, que por sua vez estão associadas a campos magnéticos da estrela.

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Foi durante um sobrevoo da Solar Orbiter em fevereiro, um ano após o lançamento da missão, que a sonda conseguiu as imagens das ejeções de massa solar. A nave ainda não chegou na posição pretendida, portanto está na denominada fase de cruzeiro, com previsão de iniciar sua missão principal em novembro deste ano. Até lá, quatro instrumentos in situ ficam ligados por grande parte do tempo para coletar dados científicos sobre o ambiente espacial nos arredores da sonda.

Enquanto isso, seis instrumentos de sensoriamento remoto estão ficados na calibração dos instrumentos. Eles são ativados apenas durante janelas de checkout dedicadas e ocasiões de observação específicas, e foram estes instrumentos que “viram” as ejeções de massa coronal ocorrendo no Sol. A equipe da missão realizava uma dessas observações quando a nave se aproximou de seu periélio (ponto orbital de menor distância do Sol) no dia 10 de fevereiro, o que significava a metade da distância entre a Terra e o Sol.

Naquele momento, a Solar Orbiter estava "atrás" do Sol, ou seja, a estrela estava entre nosso planeta e a sonda. Isso significa que a transmissão de dados era muito lenta devido à grande distância entre a nave e o controle da missão na Terra, por isso levou muito tempo para que os cientistas pudessem realizar o download dos dados, que ainda estão sendo analisados. Foi então uma grande coincidência que a sonda estivesse no lugar certo e na hora certa para fotografar as EMCs.

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Como havia seis instrumentos ligados, alguns conseguiram obter diferentes aspectos dos EMCs — mais precisamente o Extreme Ultraviolet Imager (EUI), o Heliospheric Imager (SoloHI) e o coronógrafo Metis. Aliás, esta foi a primeira ejeção de massa coronal vista pelo instrumento SoloHI, enquanto o Metis já havia detectado uma em 17 de janeiro, e o EUI em novembro do ano passado. Mas o SoloHI forneceu uma boa visualização devido à posição privilegiada da nave naquele momento.

O vídeo abaixo começa com uma visão do instrumento EUI, com a ejeção circulada no canto inferior esquerdo. Essas imagens mostram a parte inferior da coroa solar, quando o EMC explode em direção ao espaço. O instrumento Metis se encarregou de bloquear a luz da superfície solar (que é quando há uma região escura sem dados), para evitar que a luz solar ofusque os instrumentos.

No final, após a diminuição do zoom, o vídeo revela as observações do instrumento SoloHI, que forneceu dados do vento solar, ou seja, o fluxo de partículas carregadas liberados pelo Sol para o espaço.

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A Solar Orbiter fornecerá muito mais detalhes do nosso Sol, como observações bem aproximadas da nossa estrela, medições precisas do vento solar e enviará as primeiras imagens das regiões polares não mapeadas do Sol. A expectativa é que os cientistas obtenham amplo conhecimento das atividades solares e seus mecanismos ao longo dos 11 anos do ciclo solar.

Fonte: ESA