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Sol pode ter tamanho diferente do que cientistas pensavam

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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NASA/SDO/AIA
NASA/SDO/AIA

Talvez o Sol não seja tão grande quanto pensávamos. Segundo um estudo liderado por Douglas Gough e Masao Takata, das Universidades de Cambridge e de Tóquio, nosso astro teria tamanho bem menor do que parece e, se confirmado, o resultado pode mudar muito do que se sabe sobre o comportamento do Sol e seu interior.

O Sol é o maior objeto do Sistema Solar: seu raio mede 696 mil quilômetros, e o diâmetro, 1.392 milhões de quilômetros. Em outras palavras, nosso astro é tão grande que 109 planetas Terra poderiam ser alinhados em sua superfície, e seu interior poderia comportar mais de um milhão de Terras.

Ao coletar medidas da fotosfera (a camada visível do Sol), os astrônomos conseguem estimar o tamanho do nosso astro. Outra forma de descobrir isso é com medidas das ondas sonoras viajando por seu interior — foi o que cientistas fizeram na década de 1990 quando trabalharam com as ondas f, ondas sonoras próximas da superfície do Sol.

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Através de modelos do interior solar e da circulação do gás sob sua superfície, os pesquisadores encontraram uma pequena diferença entre o raio da fotosfera e aquele medido diretamente. Isso indicou que havia algo incompleto na compreensão do interior do Sol.

Agora, os autores do novo estudo fizeram algo semelhante, mas usaram as ondas sonoras p, que são criadas pelo movimento do material no interior do Sol. Estas ondas atravessam seu núcleo com maior facilidade, e a circulação delas mostrou resultados menores que aqueles da medida da fotosfera: a diferença era de alguns centésimos de 1%.

Segundo Gough, a diferença é grande o suficiente para alterar as propriedades que os cientistas consideram que o Sol tem, inferidas a partir de vibrações. Estas inferências sísmicas trazem informações relacionadas às reações nucleares, à composição química e à estrutura básica do Sol.

Mas, para Gough e Takata, a diferença do raio pode indicar também que as camadas do plasma solar têm profundidades diferentes daquelas conhecidas. “Existe um potencial para alcançar conclusões errôneas sobre os elementos sutis da estrutura interna do Sol se tivermos o raio errado”, observou William Chaplin, da Universidade de Birmigham.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado no repositório arXiv, sem revisão de pares.

Fonte: arXiv; Via: NewScientist