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Sistema robotizado poderá consertar satélites na órbita do planeta

Por| 11 de Dezembro de 2019 às 18h20

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Andrew Higley/UC Creative Services
Andrew Higley/UC Creative Services

Cada lançamento de satélites adiciona mais e mais instrumentos à órbita terrestre baixa. A SpaceX tem enviado grupos de 60 satélites Starlink a cada algumas semanas, com o objetivo de somar uma constelação de até 42.000 objetos que vão levar internet a locais remotos do globo. Esses lançamentos da companhia de Elon Musk, inclusive, já causam polêmica pelo fato de os objetos refletirem luz solar e, por conta disso, atrapalharem observações do céu noturno.

Mas um dos maiores problemas relacionados a satélites na órbita é que enviar equipes de reparo mantê-los funcionais é muito caro e não compensa financeiramente. Só que isso pode mudar se o projeto do engenheiro aeroespacial Ou Ma funcionar. A ideia é criar um grupo de robôs que possam ser enviados à órbita terrestre baixa para reparar ou reabastecer alguns satélites, em vez de lançar novos para substituí-los. Por sinal, a NASA já anunciou um projeto de reabastecimento e manutenção, a Restore-L, que deve começar no ano que vem.

A ideia de Ma segue o mesmo conceito, mas tem suas particularidades. Com sua equipe, o engenheiro desenvolveu robôs que trabalham em grupos para fazer a manutenção dos satélites. Por enquanto, o projeto ainda está em testes, mas funciona da seguinte maneira: os robôs pegam cordas com tokens anexados e as levam até um ponto específico da mesa. Como cada robô só pode mover uma corda por vez, é necessário um grupo para mover os tokens até o local certo. De acordo com os testes, um grupo de até cinco robôs consegue concluir a tarefa, mesmo que um deles tenha problemas.

O projeto usa uma inteligência artificial chamada lógica genética vaga. O objetivo é criar navegação automatizada para que os satélites possam atracar sem se colidir no espaço, causando ainda mais confusão.

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Engarrafamento espacial

O crescente número de objetos na órbita terrestre, muitos deles já não mais em pleno funcionamento, deixou um consultor da NASA preocupado. Donald J. Kessler, então, criou um conceito que ficou conhecido como síndrome ou efeito de Kessler.

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Trata-se da constatação de que o volume de detritos espaciais na órbita terrestre hoje já é tão grande que, quanto mais objetos são lançados, maior é a chance de esses mesmos objetos colidirem uns com os outros, aumentando ainda mais a quantidade de detritos em volta do planeta, em um efeito "bola de neve". E isso pode até mesmo afetar a exploração espacial, atrapalhando a saída de astronautas da atmosfera, por exemplo, ou danificando naves, estações e telescópios espaciais — além de causar possíveis apagões comunicativos no futuro, já que esses satélites podem parar de funcionar a qualquer momento.

A ESA também tem um projeto próprio para ajudar na missão de reduzir os detritos na baixa órbita terrestre. Chamado e.Deorbit, o projeto inicialmente ia apenas recolher satélites que não funcionam mais, mas no ano passado foi anunciada uma ampliação para consertar e reabastecer, também.

Fonte: UC News