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Este exoplaneta orbita um sistema estelar binário quente e massivo

Por| Editado por Patricia Gnipper | 08 de Dezembro de 2021 às 15h17

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ESO/L. Calçada
ESO/L. Calçada

O exoplaneta b Centauri b foi detectado na órbita de b Centauri, um sistema estelar binário localizado a aproximadamente 325 anos-luz de nós. A descoberta foi feita pelo telescópio Very Large Telescope (VLT), do observatório European Southern Observatory (ESO), e surpreendeu astrônomos, que consideravam que não era possível que planetas existissem ao redor de estrelas tão quentes e massivas, como as do sistema em questão.

Até então, não se conheciam planetas orbitando estrelas com mais de três massas solares, mas isso muda com b Centauri. Este sistema, formado por duas estrelas, tem massa que pode chegar a 10 vezes a do Sol, o que o torna o mais massivo ao redor do qual um planeta já foi confirmado. A estrela principal do sistema é do tipo B e tem três vezes a temperatura do Sol e, por isso, ela libera grandes quantidades de radiação ultravioleta e de raios X.

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Devido à grande quantidade de massa e calor deste tipo de estrela, o esperado era que afetasse o gás ao redor e, assim, dificultasse a formação planetária. “As estrelas do tipo B normalmente são consideradas ambientes bem destrutivos e perigosos, então acreditava-se que seria excepcionalmente difícil formar grandes planetas ao redor delas”, explicou Markus Janson, autor principal do novo estudo.

Entretanto, o planeta descoberto mostra que planetas podem, sim, se formar em sistemas extremos deste tipo, herdando também algumas características bem curiosas. “O planeta em b Centauri é um mundo em um ambiente completamente diferente do que experienciamos aqui na Terra e no nosso Sistema Solar”, observou Gayathri Viswanath, coautor do estudo.

O que o exoplaneta pode nos ensinar

O planeta b Centauri b é tão extremo quanto o sistema do qual faz parte: ele tem 10 vezes a massa de Júpiter, sendo um dos exoplanetas mais massivos já encontrados, e viaja ao redor do sistema a uma distância 100 vezes maior do que aquela entre Júpiter e o Sol. Embora a distância dele e das estrelas seja suficiente para não ser destruído, este planeta dificilmente seria habitável.

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Existe a possibilidade de que, talvez, tanta distância tenha ajudado o planeta a sobreviver. Essa separação pode ter evitado que a radiação das estrelas evaporasse os gases que formam o planeta, algo que dificilmente aconteceria se estiver mais próximo do sistema.

Com observações futuras do Extremely Large Telescope (ELT), do ESO, junto de atualizações no VLT, os astrônomos podem conseguir entender melhor o que está por trás da formação e estrutura do exoplaneta. “Será uma tarefa intrigante tentar descobrir como ele pode ter se formado, o que é um mistério no momento”, concluiu Janson. O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature.

Fonte: Nature; Via: ESO