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Sistema binário com "aranha cósmica" é o primeiro de seu tipo já encontrado

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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NOIRLab/NSF/AURA/J. da Silva/Spaceengine
NOIRLab/NSF/AURA/J. da Silva/Spaceengine

Um sistema binário raro, considerado o “elo perdido” da evolução das estrelas em duplas, foi encontrado pela primeira vez. Ele é formado por uma estrela em processo de se tornar uma anã branca orbitando uma estrela de nêutrons que acabou de se transformar em um pulsar de rápida rotação.

Os astrônomos já imaginavam que sistemas desse tipo poderiam existir. Na verdade, essa configuração é o penúltimo estágio de evolução de sistemas binários como este. Contudo, todos os outros binários anã branca-pulsar descobertos até então se encontram bem além do estágio de rotação.

Astrônomos liderados por Samuel Swihart, do Laboratório de Pesquisa Naval dos EUA, usaram o Goodman Spectrograph no Telescópio SOAR para investigar uma misteriosa fonte de raios gama chamada 4FGL J1120.0-2204. Eles descobriram que se trata de um sistema binário.

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Um dos componentes do sistema é um “pulsar de milissegundos”, ou seja, uma estrela de nêutrons com campo magnético forte o suficiente para transformas sua energia rotacional em energia eletromagnética. A medida que o pulsar gira, esse campo magnético induz um campo elétrico na superfície.

O outro componente é uma proto-anã branca (ou seja, um objeto em fase de transição para se tornar uma anã branca) de massa extremamente baixa, temperatura de superfície de 8.200 °C e massa de apenas 17% da massa do Sol. Ela orbita sua companheira a cada 15 horas.

Localizada a mais de 2600 anos-luz de distância, a dupla é apelidada pelos astrônomos de “aranha”, porque o pulsar tende a “comer” as partes externas da estrela companheira quando ela completa sua transformação em uma anã branca. O processo é semelhante ao do sistema PSR J2039–5617, formado por uma "viúva negra" e uma companheira doadora de matéria.

Pulsares de milissegundos giram centenas de vezes a cada segundo e são gerados pela acumulação de matéria de um companheiro. A maioria deles emite raios gama e raios X, muitas vezes quando o vento do pulsar (um fluxo de partículas carregadas que emanam da estrela de nêutrons) colide com o material emitido pela sua companheira.

Fonte: NOIRLab