Publicidade

Sinais de vida em Marte podem estar escondidos sob espessas camadas de argila

Por  | 

Compartilhe:
NASA/JPL-Caltech/UArizona
NASA/JPL-Caltech/UArizona

Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade do Texas aponta que camadas espessas de argila ricas em minerais, encontradas em Marte, podem esconder sinais de vida no Planeta Vermelho. As descobertas foram publicadas no final de junho na revista Nature Astronomy.

Ao analisar esses terrenos argilosos com centenas de metros de espessura, os cientistas concluíram que a maioria deles se formou próximo a corpos d'água superficiais e estagnados, há cerca de 3,7 bilhões de anos.

Esse processo ocorreu sob condições mais quentes e úmidas do que as atuais em Marte. Segundo os pesquisadores, a combinação entre água, minerais e um ambiente estável pode ter favorecido o desenvolvimento de vida no local.

Canaltech
O Canaltech está no WhatsApp!Entre no canal e acompanhe notícias e dicas de tecnologia
Continua após a publicidade

“Essas áreas têm muita água, mas pouca elevação topográfica, então são muito estáveis. Se você tem um terreno estável, não está prejudicando seus ambientes potencialmente habitáveis. Condições favoráveis podem ser mantidas por períodos mais longos”, destacou em comunicado Rhianna Moore, coautora do estudo e pesquisadora de pós-doutorado na Escola de Geociências Jackson da Universidade do Texas.

Análise de depósitos de argila

Moore e sua equipe analisaram imagens e dados de 150 depósitos de argila identificados anteriormente por registros da sonda Mars Reconnaissance Orbiter, da NASA. Foram investigadas as características topográficas e a proximidade dessas formações com antigos corpos d’água.

Os resultados mostraram que as argilas eram encontradas principalmente em áreas de baixa altitude, mas longe de vales — regiões onde a água fluía com mais intensidade. Essa localização teria favorecido a preservação das camadas por bilhões de anos.

“Na Terra, os locais onde tendemos a observar as sequências de minerais de argila mais espessas são ambientes úmidos e com erosão física mínima, capaz de remover produtos de intemperismo recém-formados. Esses resultados sugerem que o último elemento também é verdadeiro em Marte, embora também haja indícios do primeiro”, ressaltou o professor Tim Goudge, coautor do estudo.

Ausência de tectonismo em Marte

Continua após a publicidade

Os cientistas também identificaram diferenças importantes entre os processos de intemperismo (alteração das rochas) em Marte e na Terra. Aqui, o movimento das placas tectônicas expõe constantemente novas rochas que reagem com a água e o CO₂, ajudando a regular o clima.

Já em Marte, onde não há atividade tectônica, o CO₂ liberado pelos vulcões permanece na atmosfera por mais tempo, intensificando o efeito estufa e favorecendo um clima mais quente e úmido no passado — cenário propício à formação das argilas.

Os autores ressaltaram ainda que a ausência de tectonismo dificultou a formação de rochas carbonáticas em Marte. Sem novas rochas frescas para reagir com o gás carbônico, os processos químicos que normalmente gerariam carbonatos foram limitados, o que pode explicar a escassez desse tipo de rocha no planeta.

Leia mais:

Continua após a publicidade

VÍDEO | BALÃO FUTURISTA

Fonte: Universidade do Texas

Seu resumo inteligente do mundo tech!Assine a newsletter do Canaltech e receba notícias e reviews sobre tecnologia em primeira mão.
*E-mail
*