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Marte pode ter sido habitável há menos tempo do que se acreditava

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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NASA/JPL/Malin Space Science Systems
NASA/JPL/Malin Space Science Systems

Talvez Marte tenha sido habitável mais recentemente do que os cientistas pensavam. É o que sugere um novo estudo liderado por Sarah Steele e pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Eles propõem que o campo magnético do planeta — hoje praticamente inexistente — pode ter sobrevivido por lá até aproximadamente 3,9 bilhões de anos atrás, enquanto as estimativas anteriores colocavam que este deveria ter existido há até 4,1 bilhões de anos. 

Para entender por que isso importa, precisamos recordar brevemente as mudanças pelas quais Marte passou. Apesar de o Planeta Vermelho ser hoje um planeta frio e árido, ele já abrigou grandes quantidades de água líquida que preencheu rios, lagos e canais até que este mundo perdeu seu campo magnético; sem ele, a atmosfera ficou desprotegida e foi destruída pelas interações com as partículas do Sol. Depois, Marte perdeu sua água. 

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No novo estudo, Steele e seus colegas usaram simulações e modelos computacionais para estimar a idade do dínamo marciano, ou seja, o campo magnético gravitacional produzido pela convecção que ocorre em seu núcleo de ferro. Eles trabalharam com simulações dos ciclos de resfriamento e magnetização das grandes crateras na superfície de Marte, que têm magnetismo fraco.

Esta característica levou os pesquisadores a considerarem que as crateras foram formadas após o dínamo deixar de existir. Ao analisar as bacias de impacto com campos magnéticos fracos, os pesquisadores consideraram que elas poderiam ter sido formadas em meio a rochas quentes quando ainda não havia campos magnéticos fortes presentes. Em outras palavras, elas teriam surgido após o dínamo do planeta deixar de existir. 

Mas a equipe de Harvard suspeita que o fim do dínamo não é necessário para explicar a ocorrência das crateras pouco magnéticas. Na verdade, eles argumentam que estas crateras foram formadas quando ocorria a inversão dos polos magnéticos do dínamo, o que explicaria o porquê de terem sinais magnéticos tão fracos atualmente. “Basicamente, estamos mostrando que talvez nunca tenha havido um bom motivo para supor que o dínamo de Marte tenha se desligado precocemente”, disse Steele. 

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na Nature Communications

Fonte: The Harvard Gazette