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Segundo buraco negro mais perto da Terra é descoberto

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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ESA/NASA
ESA/NASA

Astrônomos descobriram o buraco negro estelar mais massivo já encontrado na Via Láctea, com massa equivalente a 33 “sóis”. Batizado como Gaia BH3, ele também é o segundo buraco negro mais próximo da Terra já descoberto, localizado a 2.000 anos-luz de distância.

Os pesquisadores encontraram o buraco negro utilizando dados do satélite Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA), que revelaram um movimento de "oscilação" na órbita de uma estrela. Para confirmar a massa do objeto, eles usaram o Very Large Telescope do Observatório Europeu do Sul (VLT do ESO) e outros observatórios terrestres.

Em média, os buracos negros estelares (formados pelo colapso de uma estrela massiva, o que exclui o supermassivo Sagittarius A*, no centro da Via Láctea) têm cerca de 10 vezes a massa do Sol. O mais massivo até então era o Cygnus X-1, cuja massa é estimada em cerca de 20 vezes a do Sol.

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Astrônomos já encontraram buracos negros de massa parecida fora da Via Láctea e notaram que eles podem se formar a partir do colapso de estrelas pobres em metais, os elementos mais pesados que o hidrogênio e o hélio. Isso significa que estrelas “leves” podem se tornar buracos negros mais massivos que as demais.

Com a descoberta do Gaia BH3, os astrônomos decidiram testar essa hipótese analisando a composição da estrela em sua órbita. O motivo dessa escolha é que as estrelas em sistemas binários como este costumam ter composição química semelhante.

Dados do VLT mostraram que a estrela companheira do BH3 é muito pobre em elementos pesados, sugerindo que a estrela colapsada que deu origem ao buraco negro também era muito leve. Isso é uma evidência de que estrelas pobres em metais geram buracos negros mais massivos.

Os pesquisadores optaram por publicar os dados preliminares antes do próximo lançamento da Gaia devido à importância da descoberta, permitindo que outros astrônomos comecem a estudar o buraco negro imediatamente.

A pesquisa será publicada na Astronomy & Astrophysics.

Fonte: ESO