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Satélite europeu vai cair na atmosfera da Terra em setembro

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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ESA/David Ducross
ESA/David Ducross

O satélite Salsa, da Agência Espacial Europeia (ESA), vai reentrar na atmosfera da Terra em 8 de setembro, sendo queimado. É comum que satélites e outros objetos artificiais tenham este destino, mas o que torna esta operação diferente é que a ESA o direcionou com cuidado: a espaçonave desceu 130 mil km de altitude e deve ser queimada em segurança em uma área selecionada sobre o oceano Pacífico sul. 

A ESA acredita que nenhum eventual fragmento que resistir ao processo deve cair em solo. Como os dados do que acontece quando uma espaçonave atravessa a atmosfera são escassos, os membros da agência estão considerando acompanhar a reentrada a bordo de uma aeronave e vão confirmar a possibilidade até o fim do mês.

O Salsa faz parte do Cluster, grupo que conta também com os satélites apelidados de Rumba, Tango e Samba. Desde 2000, o grupo de “dançarinos espaciais” esteve monitorando o campo magnético da Terra, e deveriam ter permanecido ativos por apenas dois anos. Mesmo assim, os satélites do Cluster continuam em bom estado e seguem enviando dados científicos.

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Se a ESA tivesse aposentado-os em 2002, provavelmente os satélites teriam reentrado por conta própria e seus detritos poderiam ter atingido alguma região indesejada. Agora que chegou a hora de encerrar a missão, a ESA escolheu o Salsa para a reentrada guiada, que permite que os operadores controle com precisão onde os restos da espaçonave vão cair.

Claro, as chances dos restos de um satélite atingir alguém ou uma construção são extremamente baixas. Mesmo assim, a agência quer reduzir os riscos ainda mais — tanto que uma abordagem semelhante foi usada com o satélite meteorológico Aelous, que realizou uma reentrada guiada no ano passado. 

Agora, o Salsa vai realizar sua “dança final” com a chamada “reentrada com alvo”, testada pela primeira vez. Como sua órbita é muito mais oval que a do Aeolus, a ESA a reduziu para 130 mil km em janeiro. Depois, o satélite realizou outra manobra necessária para levá-lo a apenas 80 km da Terra durante a aproximação máxima.

Desta forma, ele foi guiado para encerrar suas atividades sobre uma área remota do oceano Pacífico. Nos próximos anos, os demais satélites da constelação vão ter destino semelhante: em 2025 é a vez da reentrada do Rumba, seguido por Tango e Samba em 2026.

Fonte: ESA