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Rover Perseverance registra halo ao redor do Sol no céu de Marte

Por| Editado por Patricia Gnipper | 15 de Setembro de 2022 às 10h45

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NASA/JPL-Caltech/Mark Lemmon
NASA/JPL-Caltech/Mark Lemmon

O rover Perseverance encontrou um halo cercando o Sol no céu de Marte, um fenômeno que os cientistas já tinham praticamente desistido de observar no céu do Planeta Vermelho. Os halos dependem de algumas condições específicas para ocorrer na Terra e, apesar de haver robôs explorando Marte há décadas, os cientistas ainda não tinham encontrado sinais do fenômeno por lá.

“O Perseverance realmente nos surpreendeu com algumas das imagens que recebemos em dezembro”, disse Mark Lemmon, cientista planetário do Instituto de Ciência Espacial. “Como tudo até então foi um alarme falso e aquilo parece muito com um halo, pensei que seria um grande trabalho entender o que estava acontecendo”, recordou ele.

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Eles até investigaram se a câmera do rover poderia ter criado o anel brilhante no céu, mas a formação não correspondia àquelas em outras imagens. A foto que mostra o halo faz parte de uma sequência de cinco imagens que o rover tirou do céu; nelas, o halo apareceu em três, cada vez em um local diferente.

Além disso, os cientistas acreditam que o fenômeno nas fotos com certeza não veio da poeira. “Temos muitas fotos que mostram que tipo de formações você consegue com a poeira no céu, e sabemos com certeza que nunca seria possível ter um halo vindo de poeira”, disse Lemmon.

A presença do halo ao redor do Sol pode ajudar os cientistas a entender melhor a atmosfera de Marte — principalmente quando o assunto são cristais de gelo, que parecem capazes de ser maiores que os cientistas mediram diretamente. Contudo, é difícil traçar conclusões com apenas um exemplo do fenômeno em mãos. “Acho que o mais importante é que aprendemos que isso pode acontecer, e precisamos procurar melhor naquele local”, acrescentou ele.

Como se forma um halo solar?

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Na Terra, os halos solares ocorrem quando a luz solar atravessa cristais de gelo na atmosfera de formato alongado e hexagonal, normalmente presentes em nuvens do tipo cirrus, a altas altitudes. Se os cristais forem pequenos demais ou as nuvens forem excessivamente espessas, ou quentes, o halo não será formado.

Cristais de outros elementos na atmosfera podem causar um efeito parecido, sendo que a estrutura do cristal de cada elemento formará um halo de tamanho único. “É quase como uma impressão digital que te diz o que o elemento era, qual o formato da partícula e um pouco sobre o tamanho”, explicou Lemmon.

Marte tem atmosfera com muito mais dióxido de carbono do que água. Então, a equipe analisou o tamanho dos halos que cristais de gelo seco poderiam criar, mas os cálculos não correspondiam às observações do Perseverance. “Todo planeta com uma atmosfera é como um laboratório para o funcionamento dela”, ressaltou ele.

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Agora, eles aguardam a próxima vez em que Marte entrará na mesma estação das observações do ano passado para tentar estudar o fenômeno novamente. “Quando [a estação] chegar de novo, vamos passar todo o período procurando-o, e estaremos preparados para acompanhar e tentar investigar em mais detalhes, se encontrarmos algo”.

O artigo que descreve a descoberta foi publicado na revista Geophysical Research Letters.

Fonte: Geophysical Research Letters; Via: Space.com