Rochas analisadas nos EUA ajudam a desvendar a atmosfera de Marte
Por Rodilei Morais | Editado por Patricia Gnipper | 13 de Fevereiro de 2023 às 16h32
Enquanto ainda não estudamos materiais provenientes de Marte aqui na Terra, cientistas buscam por aqui formas de desvendar a história do Planeta Vermelho de maneiras, digamos, "criativas". Rochas com composição semelhante às do solo marciano, encontradas no estado de Minnesota, nos Estados Unidos, podem ajudar os pesquisadores a entender a atmosfera de lá.
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Embora nenhuma rocha marciana tenha sido trazida à Terra até agora, o trabalho de rovers como o Perseverance e o Curiosity já proporcionou diversas informações sobre Marte. “A melhor coisa do Curiosity é sua habilidade de analisar minerais com seu laboratório portátil,” afirma Benjamin Tutolo, geocienstista da Univesidade de Calgary, no Canadá. “[O rover] já mostrou evidência de serpentinização lá, ” completa.
Serpentinização é um processo que acontece com rochas máficas e ultramáficas — ricas em metais como magnésio e ferro — em que elas são empurradas do manto terrestre, eventualmente entrando em contato com a água e liberando hidrogênio. Quando estas rochas e o hidrogênio formado chegam à superfície, o gás é liberado na atmosfera e pode servir para a criação de um efeito estufa para aquecer o planeta.
Rochas similares podem ter passado pela serpentinização em Marte, contribuindo para a formação de uma atmosfera capaz de reter o calor necessário para transformar gelo na água que sabemos que correu no planeta há bilhões de anos. Além disso, a serpentinização também leva à transformação das rochas originais em outros minerais e, em alguns casos, até em compostos orgânicos — alguns deles servindo de base para a origem da vida.
O estudo das rochas de Minnesota pode ajudar a entender este processo. De acordo com Tutolo, diversos fenômenos marcianos possuem um análogo na Terra, mas esse tipo de serpentinização não é comum de se ver por aqui.
Tutolo faz parte da equipe da equipe da NASA responsável pelo rover Curiosity. Seu parceiro e co-autor do estudo, Nicholas Tosca, participou da equipe do Perseverance. Os cientistas aguardam, ansiosamente, o dia em que amostras marcianas coletadas por rovers como o Perseverance sejam traziadas para a Terra, permitindo análises mais profundas dos materiais.
Fonte: Science Advances; Via: University of Calgary