Resultado de procura por sinais alienígenas é divulgado
Por Daniele Cavalcante • Editado por Patricia Gnipper |

Os pesquisadores do Breakthrough Listen e da Colaboração VERITAS apresentaram resultados de suas primeiras buscas por assinaturas tecnológicas em estrelas próximas. Entre 2019 e 2020, eles observaram dados de centenas de objetos e publicaram um artigo aceito na revista The Astronomical Journal.
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Em 2018, a iniciativa Breakthrough Listen fez uma parceria com o Very Energetic Radiation Imaging Telescope Array System (VERITAS), um sistema de telescópios terrestres que coleta dados de raios gama vindos do espaço. O objetivo é procurar pulsos ópticos de nanossegundos, que poderiam ser produzidos por tecnologias alienígenas.
Os telescópios VERITAS têm espelhos em uma montagem semelhante à do espelho primário do James Webb e detectam a luz visível. No entanto, são usados para encontrar um tipo muito específico de brilho no céu: a luz Cherenkov, formada quando os raios gama atingem a atmosfera terrestre.
Para a busca por tecnoassinaturas, a colaboração usou seus quatro telescópios de uma só vez para identificar esses brilhos, diminuindo assim as chances de falsos positivos. As luzes deveriam pulsar em apenas alguns nanossegundos, e esses brilhos poderiam ofuscar qualquer estrela localizada na mesma direção.
Gregory Foote, do Departamento de Física e Astronomia da Universidade de Delaware e co-autor do novo estudo, disse que a busca por sinais artificiais emitidos por civilizações alienígenas deve abranger todos os tipos de emissões que conhecemos. Os pulsos que eles procuravam poderia ser “transmitido a uma distância de 1.000 anos-luz usando a tecnologia atual”.
Essa estimativa permite procurar pelos sinais em estrelas localizadas dentro desse perímetro, que não é exatamente pequeno. Usando um catálogo do Breakthrough Listen lançado em 2017, eles selecionaram 136 estrelas candidatas com base nas probabilidades de cada uma ter algo interessante para observar.
Dedicando aproximadamente 15 minutos para cada uma dessas estrelas, eles somaram mais de 30 horas de observação, no total. Os resultados não foram exatamente o que os cientistas estavam procurando, mas a pesquisa se mostrou uma prova de conceito para as próximas buscas usando a luz de raios gama.
Também foram estabelecidos alguns limites para o número de estrelas que poderiam hospedar civilizações transmissoras de sinais tecnológicos, o que vai aumentar as chances de sucesso nas futuras pesquisas. Por fim, Foote espera que o artigo de sua equipe tenha implicações nos próximos observatórios de raios gama.
Fonte: Universe Today