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Resíduo nuclear pode ser solução para futuras missões espaciais da ESA

Por| Editado por Patricia Gnipper | 07 de Dezembro de 2022 às 12h52

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Em novembro, ministros da Agência Espacial Europeia (ESA) aprovaram fundos destinados ao novo projeto European Devices Using Radioisotope Energy (ENDURE). A iniciativa é focada no desenvolvimento de baterias para exploração espacial alimentadas pelo isótopo amerício-241 e, se tiver sucesso, pode permitir operações em lugares onde o acesso à energia solar é reduzido ou inexistente.

As baterias usadas atualmente em missões espaciais dependem do plutônio-238, um isótopo de produção desafiadora e de altos custos. Hoje, os Estados Unidos e Rússia contêm a maior parte do isótopo, e a NASA dispõe de poucas quantidades para uso em seus projetos. Assim, a ESA se viu obrigada a procurar alternativas, e investirá quase 30 milhões de euros para tentar desenvolver uma bateria de amerício-241.

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Derivado do plutônio usado em reatores de usinas nucleares, o amerício é um elemento radioativo capaz de gerar calor suficiente para aquecer equipamentos e gerar energia para alimentar sistemas elétricos. Segundo os pesquisadores, ele é de produção mais fácil e de menor custo, mas tem menor potencial energético que o plutônio-238. Mesmo assim, os cientistas acreditam que vale a pena tentar usar o composto.

Apesar de a ESA ter decidido experimentar o uso do amerício, esta será a primeira vez que o elemento será usado como fonte de energia neste tipo de bateria. Assim, os cientistas acreditam que ainda haverá alguns imprevistos a serem solucionados antes que o uso dos resíduos de amerício sejam aplicados em missões espaciais. No momento, a ESA acredita que deve lançar foguetes com baterias de amerício até o fim da década.

Quando estiver aperfeiçoada, a nova tecnologia deverá permitir que os astronautas e cientistas da agência realizem estudos espaciais por conta própria, sem depender de parcerias com os russos ou norte-americanos. Ainda, a nova tecnologia deverá ajudar a ESA a economizar fundos a longo prazo, que podem ser aplicados em seu programa espacial.

Fonte: Nature