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Quinteto de Stephan é cercado por nuvem 20 vezes maior que a Via Láctea

Por| Editado por Patricia Gnipper | 03 de Novembro de 2022 às 12h53

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Webb, Hubble, Subaru, STScI;R. Gendler
Webb, Hubble, Subaru, STScI;R. Gendler

Uma equipe de pesquisadores descobriu que o Quinteto de Stephan, formado por um grupo de cinco galáxias, conta com uma nuvem gasosa que se estende por aproximadamente 2 milhões de anos-luz, quase 20 vezes o tamanho da Via Láctea. A descoberta vem de dados coletados pelo radiotelescópio Five-hundred-meter Aperture Spherical Telescope (FAST), o maior e mais sensível do mundo.

“Esta é a maior estrutura de gás atômico já encontrada ao redor de um grupo de galáxias”, disse Xu Cong, astrônomo que liderou o novo estudo. O gás atômico é o material primordial que forma as galáxias: para evoluírem, elas juntam o gás atômico do meio intergaláctico, e depois o convertem em novas estrelas.

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Assim, observar e explorar o gás atômico nas galáxias é essencial para estudar como elas se formam e se transformam ao longo do tempo. Como o hidrogênio atômico flutua mais livremente através das galáxias do que os demais componentes, ele é disperso com maior facilidade quando os objetos delas interagem entre si.

Isso significa que o hidrogênio disperso no Quinteto de Stephan é como uma cápsula do tempo, que revela aos cientistas eventos ocorrendo por longos períodos. A nuvem encontrada por eles foi uma descoberta surpreendente, porque o esperado era que a luz ultravioleta alterasse a natureza do hidrogênio ali através da ionização.

Este processo faz com que os átomos presentes na nuvem ganhem ou percam elétrons, de modo que acabam energizados. O gás do Quinteto não está ionizado, o que sugere que ele possa ter sobrado dos processos de formação galáctica: como estão distantes das estrelas, as nuvens de hidrogênio atômico podem existir “solitárias”, de modo que talvez sejam produtos das interações que formaram a galáxia.

Outra possibilidade é que a nuvem seja, na verdade, resultado de uma colisão ocorrida entre duas galáxias do grupo. Assim, as observações mostram que o Quinteto de Stephan oferece ainda mais enigmas para os astrônomos, desafiando o entendimento teórico da formação e evolução dos grupos de galáxias.

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O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature.

Fonte: Nature; Via: CAS